1. 1862. O logradouro fazia parte de uma grande região não urbanizada da cidade nos tempos do Brasil Colônia repleta de alagados, brejos e charcos conhecida como Campo da Cidade e mais tarde Campo de São Domingos (devido à igreja de mesmo nome, mais tarde renomeada Igreja de Santana). Com a urbanização do começo do século XVIII, este vasto terreno acabou sendo repartido em três grandes áreas livres: Rossio Grande (futura Praça da Constituição, depois Tiradentes), Largo de São Francisco de Paula e Campo de Santana (futura Praça da Aclamação, depois da República). Vide foto 6.
1a. Data não conhecida.
2. Cerca de 1870. Templo da Vitória em comemoração ao sucesso brasileiro na Guerra do Paraguai, construído na antiga Praça da Aclamação sem qualquer melhoria urbanística. O nome da praça deriva do local onde D. Pedro I foi aclamado Imperador do Brasil em 1822.
3. 1870. Apesar da beleza da construção, ela foi confeccionada apenas em madeira, gesso e lona para durar somente uma semana até o encerramento das festividades.
4. 1894. Monumento não reconhecido.
4a. É importante que o visitante entenda que a área da antiga praça estendia-se da Rua Visconde do Rio Branco (onde fica o quartel do Corpo de Bombeiros) até a Rua São Pedro (extinta via localizada onde hoje fica a pista lateral da Av. Presidente Vargas em frente ao Panteão de Caxias). Nesta foto, ao redor de 1906, vemos no canto superior direito as árvores da praça até onde ela se estendia. No centro ao fundo avista-se a Escola Rivadávia Correia e, no seu lado direito, a extinta sede da Prefeitura separadas pelo final da também extinta Rua São Pedro. Na lateral esquerda da foto está o antigo quartel General do Exército e, fora da foto, no canto inferior esquerdo, a Estação de Trem D. Pedro II cujo movimento de passageiros é visto na parte baixa da imagem.
5. Escultura Luta Desigual em foto ao redor de 1880. O nome Campo de Santana originou-se da igreja de mesmo nome ali construída em 1753 para onde afluíam muitos fiéis que mais tarde seria demolida para a construção da Estação de Trem D. Pedro II em 1858.
6. 1880. A partir de então diversos prédios importantes foram se concentrando no entorno da estação: Palácio do Conde dos Arcos (que foi sede do Senado Federal e hoje é a Faculdade de Direito da UFRJ), o prédio do Comando do Exército (que deu lugar ao Palácio Duque de Caxias no final dos anos 30), a sede da Prefeitura (demolida nos anos 40 para a passagem da Av. Presidente Vargas), a Escola Rivadávia Correia, o Quartel do Corpo de Bombeiros, a Casa da Moeda (atual Arquivo Nacional), a Escola de Eletrotécnica, o Conservatório de Música (depois Arquivo Nacional), a casa de Deodoro da Fonseca e a Igreja de São Jorge.
7. Foto de 1885 mostra uma bela ponte. Paisagismo romântico com a Igreja de São Jorge à direita.
8. Cerca de 1890. Notar ao fundo a antiga Casa da Moeda e o Morro do Corcovado no alto.
9. 1880. O Paisagismo dos jardins foi atribuído à Auguste Glaziou iniciado em 1873. Na extrema esquerda está parte do Morro do Senado (local hoje da Praça da Cruz Vermelha) e na direita o antigo Morro do Livramento, hoje Morro da Providência, com a antiga Estação de Trens D. Pedro II aos seus pés.
9a. Cerca de 1885. Morro do Senado no fundo.
10. 1880. Belos jardins arborizados entrecortados por alamedas de areia.
11. 1880. Antiga sede do parque, hoje ocupada pela Fundação de Parques e Jardins.
12. 1880. Cascata artificial em pedras.
12a. 1916. Presépio montado na queda da cascata.
12b. Foto colorizada de 1911. Quiosque no interior da praça.
13. 1880. Lagos artificiais com ilhas.
14. 1904. A denominação Praça da República ocorreu devido ao local estar próximo de onde ocorreu a Proclamação da República em 1889, o Quartel General do Exército.
15. Batalha das Flores em 1906. Tradicional desfile de corsos de Carnaval copiado dos moldes europeus realizado nas alamedas da Praça da República.
15a. Esta foto é da primeira Batalha das Flores realizada pela elite da sociedade do Rio de Janeiro em 1903. Segundo historiadores este foi o embrião dos desfiles de carros alegóricos no Carnaval. Os carros, charretes e até bicicletas eram enfeitados de flores e seus ocupantes, fantasiados ou não, lançavam confete, serpentina e principalmente flores nos espectadores ou em outros veículos com os quais cruzavam. Anos depois os corsos foram transferidos para as avenidas Rio Branco e Beira-mar com a mesma alegria e maior participação popular. Esta tradição durou até meados dos anos 20 sendo substituída pela batalha de confetes que também já não existe mais.
16. Um raro quiosque sobrevivente da praça em foto de 1911. Na gestão do Prefeito Pereira Passos a maioria destes pontos de venda insalubres foram extintos das principais vias da cidade.
17. Lazer nos anos 20.
17a. 1920.
17b. 1918.
17c. 1918.
17d. 1912. À esquerda vemos a torre sineira da Igreja de São Jorge.
18. 1924. Esta ponte também é vista na foto 8.
18a. Imagem sem data extraída de cartão postal.
19. 1929.
20. 1929.
21. Cerca de 1930. Atualmente o parque é frequentado por usuários de drogas e assaltantes que tem afastado os visitantes ou até mesmo aqueles que o cruzam apenas para encurtar o caminho entre as ruas opostas.
21b. A Estátua de João Caetano (considerado o "pai do teatro brasileiro") foi fundida em Roma e inaugurada em 1891 na frente da Academia de Belas Artes, próxima à Praça Tiradentes. Mais tarde, por volta de 1908, foi transferida para um canto da Praça de República (foto) e, a partir de 1916, ocupa a entrada do teatro que leva seu nome, na Praça Tiradentes.
22. Monumento a Benjamim Constant instalado em 1945 no centro da praça em foto dos anos 50. Inicialmente o monumento ficava diante do Ministério da Guerra (vide foto 27), mas foi removido para o lugar atual após a abertura da Av. Presidente Vargas e substituído pelo Panteão de Caxias. Além desta obra principal, o parque guarda ainda uma escultura da cabeça do cantor Vicente Celestino de 1970, quatro quiosques antigos, duas pontes de argamassa decorada datadas de 1888 (vide fotos 7, 8 e 18), grutas, pequenos lagos com ilhas (vide fotos 13 e 14), quatro esculturas de 1906 representando as quatro estações do ano, uma escultura representando luta desigual entre homem e felino (vide foto 5) e um conjunto de quatro fontes no centro do parque, entre outras. Vide foto 30 para conhecer a localização.
23. Visão do prédio da Central do Brasil obtida do interior da praça. Observar o belo portão voltado para a Av. Presidente Vargas. São quatro deles, um em cada eixo da praça. No topo de seu ornamento está o brasão da República e a data 1873.
23a. Linda foto recente.
24. Foto colorizada da década de 50. O parque abriga muitos animais que convivem em harmonia há anos: são patos, gansos, pavões, cotias, capivaras, galinhas-d'angola e gatos, muitos gatos.
24a. Cerca de 1950.
25. Imagem de ângulo semelhante nos anos 60. Ainda sem grades. O parque é tombado por dois institutos: INEPAC em 1968 e IPHAN em 2012.
25a. Foto colorizada de 1963. Vide foto 22.
25b.Sem data.
26. 1966. Aos domingos, crianças e adultos tinham uma área de lazer muito agradável. São 155 mil m² de área verde.
27. Fotografia obtida do alto do prédio da Central do Brasil em 1941 com indicações:
1) Escola Rivadávia Correia;
2) Prefeitura;
3) Igreja de São Jorge;
4) Ministério da Guerra;
5) Praça da República;
6) Av. Marechal Floriano;
7) Rua São Pedro; e
8) Rua General Câmara.
28. Foto contemporânea a anterior. A praça ainda em seu tamanho original logo perderá parte de sua área para a abertura da Av. Presidente Vargas exatamente neste trecho. A primeira via à direita é a Rua Senador Eusébio que deixará de existir. Em seguida vem a Rua Visconde de Itaúna igualmente desaparecida. Há outras postagens neste blog mostrando mais fotos antigas destas duas vias.
29. Aspecto do cotidiano na praça, ainda sem grades, em foto de 1957. À direita, junto às palmeiras, está a Casa da Moeda (atual Arquivo Nacional). Em 1967 o parque foi definitivamente cercado por gradis.
30. Croqui da Praça da República atual: 1) Sede;
2) Escultura Pescador Napolitano;
3) Busto Sinhô;
4) Vicente Celestino;
5) Ponte de argamassa;
6) Chafariz da Sereia;
7) Escultura Luta desigual;
8) Gruta;
9) Escultura inverno;
10) Escultura primavera;
11) Fonte Stella;
12) Monumento a Benjamim Constant;
13) Escultura outono; e
14) Escultura verão.
31. Encerramos o post com esta rara fotografia ao redor de 1900 tirada do alto do Morro da Providência com a câmera apontada para o Campo de Santana (1). Notamos a antiga Estação de Trens D. Pedro II vista de fundos (2), a velha construção do Quartel General do Exército (3), a Escola Rivadávia Correia (4), o antigo prédio da Prefeitura (5), a Igreja de São Jorge (6), a Igreja do Santíssimo Sacramento (7), o extinto Morro de Santo Antônio (8), o também extinto Morro do Senado (9) e o Morro do Pão de Açúcar (10) ao fundo.