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terça-feira, 10 de março de 2020

CINELÂNDIA - Praça Floriano

1. Antes de receber o nome de Praça Floriano o espaço chamava-se Largo da Mãe do Bispo, codinome popular do Largo da Ajuda. Nesta foto, de 1903, vemos a atual Av. Treze de Maio (antiga Rua da Guarda Velha) em direção ao Largo da Carioca e antigas construções atrás de um quiosque que seriam demolidas para a construção do Teatro Municipal. A Av. Central (atual Av. Rio Branco) somente seria inaugurada em 1905.

 2. Esta outra foto do ano seguinte mostra o mesmo local em um ângulo ao nível do solo. À direita, conforme assinalado, vemos a antiga Rua da Ajuda que começava na Rua São José e terminava ao lado do convento de mesmo nome na futura Praça Floriano (atual Cinelândia). Após a abertura da Av. Central esta via desapareceu quase completamente.

2a. Segundo historiadores o largo ganhou este nome popular por conta da residência da mãe do bispo Dom José Joaquim Mascarenhas Castelo Branco, vista aqui atrás da árvore e,  à sua direita vemos a entrada da futura Av. Treze de Maio. O chafariz visto ficava quase em frente ao antigo Conselho Municipal (ex Seminário São José e futuro local do Palácio Pedro Ernesto).

2b. Outra imagem do mesmo local em 1904. Ampliando a foto percebemos que está ocorrendo demolições para o alargamento da Av. Treze de Maio.

3. Foto datada de 1905 durante a construção do Teatro Municipal ao fundo, concluída em 1909. A grande Av. Central já está totalmente aberta e urbanizada. À esquerda pode-se ver parte lateral do Convento N. Sra. da Ajuda, demolido em 1911, localizado próximo de onde foi erguido em 1926 o atual Edifício Odeon. A carroça à direita está entrando na Rua Santa Luzia.

4. Imagem quase do mesmo ângulo da anterior revela detalhes importantes e curiosos: a praça possuía formato triangular; o Teatro Municipal quase concluído ainda mostra o alojamento dos operários diante da entrada; e à direita a construção da Biblioteca Nacional e do Supremo Tribunal Federal (atual Centro Cultural da Justiça Federal - CCJF), cujos anos de inauguração foram, respectivamente, 1910 e 1909.

5. 1907. Outra tomada semelhante mostra à esquerda, conforme assinalada, o Conselho Municipal de perfil no alinhamento da calçada do Convento da Ajuda. Ainda à esquerda verificamos as linhas de bonde em direção à atual Av. Treze de Maio. O calçamento de pedras portuguesas em formato de "ondas" seria, mais tarde, copiado na orla da Praia de Copacabana.
 
5a. /cerca de 1905. Vemos a cerimônia de plantação das primeiras árvores no canteiro central da nova avenida. Ao fundo avista-se o Morro do Castelo já parcialmente aparado.
 
6. Vejamos esta outra curiosa foto. É possível observar grande parte do prédio do Conselho Municipal, na esquina da atual Rua Evaristo da Veiga (antiga Rua dos Barbonos); logo atrás a torre da Igreja Anglicana outrora existente nesta mesma rua e ao fundo o conjunto de construções do Santuário e Convento de Santo Antônio no morro do mesmo nome, no Largo da Carioca.

7. Aqui uma linda imagem da região em 1908, provavelmente tirada do alto do Teatro Municipal. Destacam-se o Convento N. Sra. da Ajuda ainda de pé, atrás deste a silhueta da cúpula do Palácio Monroe, a reduzida praça triangular e, em primeiro plano, o futuro resto da praça ainda ocupado por construções auxiliares ao término da obra do teatro.

7a. O formato triangular da praça é visto perfeitamente nesta imagem.

8. Imagem de 1910 ao nível da Av. Rio Branco. Destaca-se o enorme Monumento ao Marechal Floriano Peixoto, que deu nome à praça, inaugurado no mesmo ano e preservado até hoje no mesmo local. À esquerda a sede do antigo Conselho Municipal e a Igreja Anglicana, já mencionados.
 
8a. Rara fotografia da inauguração do Monumento ao Marechal Floriano Peixoto em 21/04/1910. À direita vemos o Convento N. Sra. da Ajuda e, por cima deste, a cúpula do Palácio Monroe. Pelo ângulo a imagem deve ter sido obtida de alguma sacada do Teatro Municipal.

8b. 1910. Outra foto do mesmo evento anterior sob novo ângulo.
 
8c. 1910.

8d. Ângulo oposto ao da foto anterior. Observar, em primeiro plano, a propaganda do Magazine Parc Royal, parcialmente oculto, na parte de trás do encosto do banco.

9. Cerca de 1915. Aqui temos a localização exata  da Igreja Anglicana na atual Rua Evaristo da Veiga. Ao fundo a Av. Treze de Maio e à direita parte lateral do Teatro Municipal.
 
9a. Detalhe da Igreja Anglicana em foto sem data.

9b. O templo religioso foi construído em 1819 permanecendo neste local até os anos 40 do século XX. Após sua demolição, outra igreja foi erguida na Rua Real Grandeza.
 
9c. Data desconhecida.
 
10. Esta foto em ângulo oposto, de 1920, cujo fotógrafo está de costas para a Av. Treze de Maio, mostra a esquina da atual Rua Evaristo da Veiga. Observamos, à direita, os tapumes da obra de construção do Palácio Pedro Ernesto, nova sede do Conselho Municipal (ou Câmara dos Vereadores), no mesmo local da antiga, vista nas fotos anteriores (5, 6 e 8). Observamos, ainda, ao fundo, o Palácio Monroe e à esquerda as torres dos prédios do Clube Militar e do Edifício Lafont, ambos ladeando as esquinas da Rua Santa Luzia.

11. Aqui vemos uma excelente reprodução colorizada de cartão postal da Praça Floriano, provavelmente de 1910. Na Av. Central é possível ver, mais adiante, a silhueta de alguns prédios famosos, os quais falaremos em outras postagens, como o Clube Naval, o Hotel Avenida e o Edifício do Jornal do Brasil. Chamamos atenção para a construção ao fundo que parece estar bem no meio da atual Av. Treze de Maio, no lado esquerdo do Teatro Municipal. Trata-se do Teatro Lírico, o qual também será mencionado em postagem própria.
 
11a. Fotografia da mesma época da anterior.

11b. 1914.

12. Aqui uma rara imagem. Chama logo atenção a estátua do famoso Manequinho que ficou instalada nesta praça de 1908 a 1927, em frente ao Clube Militar, depois transportada para o bairro de Botafogo, próximo à sede do clube, no Mourisco. Destaca-se, ainda, toda a beleza e imponência do Palácio Monroe, sede do Senado Federal durante alguns anos. À esquerda o trecho final da Av. Rio Branco em direção à Av. Beira-mar (antiga Praia da Lapa), com o característico Obelisco ali instalado até os dias atuais. À direita o muro que cercava o Parque Centenário construído no terreno onde ficava o Convento N. Sra. da Ajuda.

13. Outra foto do Manequinho, em 1916, visto de frente. Destaca-se ao fundo, da esquerda para a direita, os belos prédios da Biblioteca Nacional e do Supremo Tribunal Federal, até hoje preservados e fazendo parte do conjunto arquitetônico da praça.

14. Imagem de 1911 após a demolição do Convento N. Sra. da Ajuda.
 
14a. Imagem rara de cartão postal em data provável ao redor de 1912. A praça ainda ostenta seu formato triangular e o Convento da Ajuda não existe mais. É o oposto da foto anterior.
 
 
14b. Imagem de 1915 ao nível do gramado da praça mostrando ainda o formato triangular voltado para o Palácio Monroe.

14c. Um ângulo pouco comum em 1915.

15. Esta foto, provavelmente do começo dos anos 20, é bastante reveladora, pois mostra todas as construções da Praça Floriano, na Av. Rio Branco. Da direita para a esquerda temos: Ed. Lafont e Clube Militar (ambos situados nas margens da Rua Santa Luzia), a sede do STF, a Biblioteca Nacional e, por fim, o Museu de Belas Artes. Os jardins em primeiro plano ficavam ao redor do Palácio Monroe.
 
16. Excelente imagem ao redor de 1927 mostrando toda a extensão da lateral inversa da foto anterior. O muro cercando o local do Parque Centenário, também visto na foto 12, e a nova sede da Câmara dos Vereadores (Palácio Pedro Ernesto), já erguida. O formato triangular da praça em direção à Av. Beira-mar desapareceu.

16a. Esta outra imagem mostra o total desalinhamento das construções com a Av. Treze de Maio. O terreno original do Convento da Ajuda, visto aqui à esquerda totalmente cercado, foi recuado e alinhado com o Palácio Pedro Ernesto e, nos anos 30, iniciaram-se as construções dos prédios que deram origem ao nome Cinelândia.

17. Parque Centenário em 1920. O projeto do proprietário do terreno, o empresário espanhol Francisco Serrador, era ambicioso, contudo abrigou este horroroso centro de diversões bem no coração da cidade. Embora o parque dispusesse de brinquedos infantis importados, pista de patinação, bares, restaurantes, sorveterias, charutarias, cinema ao ar livre, cineteatro, escritórios e hotel, não durou muito tempo. Notar no canto inferior direito a "ponta" da praça em formato triangular. Vide foto 4.
 
17a. Esta rara fotografia de 1918 foi obtida do interior do terreno onde ficava o Convento de N. Sra. da Ajuda por ocasião de uma feira de amostras realizada ali. A imagem é do Bar da Brahma. Observar no alto à esquerda duas torres, trata-se dos prédios do Clube Militar e do Ed. Lafont que se localizavam nas esquinas da Rua Santa Luzia. Vide foto a seguir.
 
17b. Desfile militar comemorativo ao 53º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo: 11/06/1918. Foto obtida, provavelmente, do alto do Palácio Monroe.
 
18. Outra tomada de 1920 em dia de evento na parça em comemoração a passagem do Rei Alberto I, da Bélgica, pela cidade. À esquerda vê-se claramente o Parque Centenário e o Palácio Pedro Ernesto ainda em construção. À direita, atrás dos prédios, a parte mais alta do Morro do Castelo.
 
18a. Seria o mesmo evento da foto acima?
 
18a. Fotografia ao redor de 1923. Vemos à direita parte do Ed. Lafont, a entrada da Rua Santa Luzia, o antigo prédio do Clube Militar, mais adiante o STF, a Biblioteca Nacional e ao fundo o Museu de Belas Artes. À esquerda o Parque Centenário (futuro local dos prédios da Cinelândia), a nova Câmara Municipal (Palácio Pedro Ernesto) e a atual Av. Treze de Maio, em profundidade. Notar que a praça não possui mais o formato triangular.
 
18b. Esta linda foto colorizada deve ser ao redor de 1907, pois o Hotel Palace é visto atrás do monumento em final de construção.
 
18c. Não temos a data desta foto, mas podemos inferir entre 1927 e 1930, pois o Morro do Castelo não é mais visto por trás dos famosos prédios do lado ímpar da Av. Rio Branco.

18d. Imagem aérea ao redor de 1921 mostra todo o entorno da Praça Floriano, vista ao pé da foto (nº 7). Clique para ampliar ainda mais e observar os pontos assinalados:
1) Passeio Público;
2) Palácio Monroe (vide foto 12);
3) Parque Centenário (futuro local dos prédios da Cinelândia, vide foto 17);
4) Palácio Pedro Ernesto (antigo Conselho Municipal, vide fotos 8 e 26a);
5) Igreja Anglicana (extinta, vide fotos 9a, 9b e 9c);
6) Teatro Municipal;
7) Praça Floriano;
7a) Monumento ao Marechal Floriano Peixoto (vide foto 18b);
8) Clube Militar (antigo prédio extinto, vide foto 17b);
9) Ed. Lafont (extinto, vide foto 17b);
10) Obelisco;
11) Terraço do Passeio Público (extinto);
12) Silogeu (extinto);
13) Largo da Lapa;
14) Igreja N. Sra. do Carmo da Lapa do Desterro ;
15) Rua do Passeio;
16) Rua Evaristo da Veiga (antiga Rua dos Barbonos);
17) Arcos da Lapa;
18) Rua dos Arcos;
19) Rua Mem de Sá;
20) Rua do Riachuelo (antiga Rua Mata Cavalos);
21) Igreja e Convento de Santa Teresa;
22) Morro de Santa Teresa (antigo Morro do Desterro);
23) Morro de Santo Antônio;
24) Av. Rio Branco (antiga Av. Central); 
25) Biblioteca Nacional;
26) Rua Santa Luzia;
27) Rua das Marrecas (antiga Travessa das Belas Noites);
28) Rua do Resende;
29) Rua do Lavradio;
30) Praça da Cruz Vermelha; 
31) Rua de Santo Antônio (extinta);
32) Av. Treze de Maio (antiga Rua da Guarda Velha);
33) Rua Alcino Guanabara;
34) Quartel General da PM (atual);
35) Av. Beira Mar. e
36) Rua Senador Dantas.

19. Imagem dos anos 20 mostra a região da praça pelo lado da Av. Rio Branco. À exceção de alguns transeuntes não há movimento algum.

20. Foto muito bem colorizada de 1907 retrata a beleza do local com suas construções imponentes.

21. Detalhe aproximado da praça diante do Teatro Municipal. O calçamento em pedras portuguesas neste lado não segue o mesmo tipo em "ondas" visto nas fotos 5, 6, 12, 13 e 16. Curiosamente o banco à esquerda, no qual o homem de chapéu está sentado, leva no encosto uma propaganda da famosa Loja Parc Royal, localizada no Largo de São Francisco de Paula, motivo de detalhamento em outra postagem.
 
21a. 1925.

22. Nesta imagem aérea do começo dos anos 40 vemos as grandes modificações ocorridas na região da praça. O conjunto de prédios no antigo terreno do Parque Centenário está tomado por enormes prédios.
1) Av. Treze de Maio;
2) Palácio Monroe;
3) Construção inicial do Ed. Francisco Serrador;
4) Teatro Municipal;
5) Morro de Santo Antônio;
6) Ed. Glória;
7) Ed. Odeon.
 
22a. /ao redor de 1925. Vide foto 42a.

23. Aqui vemos a fileira dos novos prédios que deram um aspecto vertical à praça. O primeiro prédio após a Rua Alcindo Guanabara é o popular Amarelinho, cujo nome verdadeiro é Ed. Fontes (renomeado depois para Ed. Wolfgang Amadeus Mozart).
 
23a. Imagem de mesmo ângulo da anterior, embora mais antiga, talvez 1925.

23b. Aglomeração do público participante do funeral do Senador Ruy Barbosa em 1923.

24. Imagem anterior em ângulo inverso, vendo-se o Ed. Natal ainda em construção, último a ser levantado em 1927. Vide fotos 23, 24b e 24c.

24a. Anos 20. A praça em toda sua plenitude. Foto tirada provavelmente de alguma janela do Museu Nacional de Belas Artes.
 
24b. 1927. Vemos o início da construção do Ed. Natal entre os edifícios Glória (à esquerda) e Capitólio (à direita).
 
24c. idem. O Ed. Natal foi o último a ser erguido na praça.
 
24d. Anos 30. Da esquerda para a direita: Ed. Glória e Cinemas Pathé (Ed. Natal) e Capitólio (Ed. Capitólio). Os veículos estacionados na lateral esquerda da foto estão na divisória da praça (hoje inexistente), em frente à Rua  Pedro Lessa.
 
24e. Anos 30. Edifícios Glória (Cinema Glória), Natal (Cine Pathé), Capitólio (Cine Capitólio) e Fontes (Amarelinho). Na extrema direita, após a Rua Alcindo Guanabara, parte do Palácio Pedro Ernesto.
 
24f. Eis o Ed. Glória em foto de 1926. Cinema Glória no térreo e Hotel Monroe na parte de cima. Notar ainda o terreno vazio à direita, local onde será construído o Ed. Natal (Cine Pathé Palace) no ano seguinte.
 
 
24g. A luxuosa entrada do Cinema Glória em algum momento da segunda metade dos anos 20.
 
25. 1935. Esta foto traz assinalado nominalmente todos os prédios citados nas três fotos anteriores. Todos foram foram inaugurados durante a segunda metade dos anos 20 e quatro deles possuíam em seus andares térreos cinemas que se tornariam muito populares o que deu origem ao nome Cinelândia. Clique na imagem para ampliar. Vide fotos 16a e 55 (estudo resumido dos prédios). 

25a. Ed. Império (nº 21) e Ed. Heydenreich (nº 23). Este último com o letreiro da Casa Alemã, famosa loja de depatamentos. Antes de vir para este prédio, em 1927, a loja funcionou na Rua da Carioca e Rua da Quitanda. O proprietário foi um imigrante alemão chamado Daniel Heydenreich e mais dois irmãos que fundaram o comércio em 1883 em várias cidades paulistas. Durante a 2ª Guerra Mundial a Casa Alemã trocou seu nome para Galeria Paulista devido à perseguição aos cidadãos alemães residentes por aqui. Em 1959 fechou as portas, mas o prédio que levava seu nome permaneceu no local até hoje.

25b. Década de 30.

26. Em 1939 a praça estava totalmente arborizada e transformara-se no principal ponto de entretenimento do centro da cidade.
 
26a. Um aspecto da Cinelândia em 1934. Destaque para o Palácio Pedro Ernesto e o Ed. "Amarelinho" com a Rua Alcindo Guanabara entre eles.

27. Excelente imagem dos anos 30 abrangendo toda a lateral da praça pelo lado da Av. Rio Branco, o Teatro Municipal e Praça Floriano em quase todas sua extensão. A beleza do conjunto arquitetônico permanece ainda hoje.

28. Aqui uma panorâmica oposta a anterior, do mesmo período, mostrando o lado oposto da praça e seus prédios bem definidos. São visíveis ainda o Palácio Monroe, a parte alta do Palácio Pedro Ernesto (Câmara dos Vereadores), além do Teatro Municipal, em primeiro plano, com sua belíssima águia no topo. No alto, à direita, observamos uma construção em andamento que parece ser da torre com relógio do Ed. Mesbla, na Rua do Passeio.

28a. Anos 30. Tomada a partir da Biblioteca Nacional.

29. Aqui um  aspecto curioso do dia a dia da praça nos anos 40. A antiga calmaria do passado não mais existe, pois o local estava sempre repleto de pessoas. Algumas a passeio, outras em busca de diversão, muitas a trabalho, outras apenas saboreando a sombra das árvores. Automóveis circulando em todas as direções. No alto, à direita, o torreão da estação de bondes existente entre o Ed. Odeon e a atual Praça Mahatma Gandhi. Vide foto 34.

30. Aqui uma foto de 1943 tirada decerto da escadaria de entrada do Teatro Municipal. Verificamos haver um novo monumento (acima do veículo em primeiro plano). Trata-se da obra denominada "A Oferenda". Permaneceu na praça de 1935 até 1950, depois foi transportada para o Largo da Glória e, finalmente, para a pequena praça existente na entrada da Igreja da Candelária, onde permanece.
 
30a. 1945. Árvores podadas.

31. Aqui está o monumento, no detalhe, diante da calçada do Teatro Municipal.
 
31a. A obra vista por outro ângulo.

32. Detalhe dos cinemas Pathé e Capitólio lado a lado em 1958. A circulação de pedestres já era grande.

33. Imagem anterior oposta tirada provavelmente no mesmo dia. É possível observar, atrás do Teatro Municipal, o prédio (Ed. Liberdade) que desabou em 2012 arrastando junto dois outros. Houve 22 mortos.
 
33a. O mesmo local anterior em 1960. O Pathé Palace, visto aqui à esquerda, foi inaugurado em 1928 e fechado em 1999. Anteriormente funcionava em um prédio baixo na Av. Rio Branco, ao lado da Associação dos Empregados do Comércio, desde 1907. Ao seu lado o Cinema Capitólio.

33b. 1943. Cine Pathé apresenta um grande sucesso de bilheteira.

 33c. Inauguração do Cinema Capitólio em 1925.


34. Na extrema esquerda vemos um pequeno pedaço do Ed. Francisco Serrador (inaugurado em 1944 como hotel). Podemos notar também a estreita Rua Álvaro Alvin e o Ed. Odeon contornando a esquina da praça. Novamente destacamos a estação de bondes em primeiro plano já mencionada na foto 29.

35. Aqui temos uma excelente imagem do Ed. Odeon e da fachada do cinema de mesmo nome ao nível da rua nos anos 50.
 
35a. Bela colorização em foto provável de 1934 revela o grande movimento de pessoas para assistir a estreia do filme "Aconteceu Naquela Noite" no Cinema Odeon.
 
35b. Uma foto aérea de todo o entorno da Cinelândia nos anos 50. Identificamos:
1) Teatro Municipal;
2) Av. Rio Branco;
3) Praça Floriano;
4) Palácio Monroe;
5) Ed. Odeon;
6) Ed. Francisco Serrador;
7) Museu de Belas Artes;
8) Biblioteca Nacional;
9) STF (antigo);
10) Clube Militar;
11) Ed. São Borja;
12) Ed. Brasília;
13) Obelisco;
14) Av. Presidente Wilson;
15) Av. Luis de Vasconcelos;
16) Rua Álvaro Alvim;
17) Rua Senador Dantas;
18) Rua Santa Luzia (entrada);
19) Ed. Marquês do Herval;
20) Ministério da Educação e Cultura (Palácio Gustavo Capanema);
21) Ilha das Cobras;
22) Ponte Almirante Alexandrino; e
23) Ed. "A Noite" (Praça Mauá). 

35c. Anos 30.
 
35d. 1933. Calçada do Palácio Monroe, fora da foto.

35e. Anos 40. Diversos veículos movidos à gasogênio estacionados. No fundo, à esquerda, vemos a estação de bondes da cinelândia. Vide foto 36c.
 
35f. Mesmo dia da foto acima em sentido oposto. No fundo, à esquerda, vemos a entrada da Rua Santa Luzia. No local do extinto Ed. Lafont, esquina direita da Rua Santa Luzia, está em construção o atual Ed. Rio Branco (vide foto 36d).
 
35g. Cerca de 1952.

35h. Década de 60. Em cartaz no Cine Odeon o filme "Fibra de Herói", de 1958.
 
35i. 1924. Observar o curioso letreiro no alto: "Mercado Nupcial".

36. Foto colorizada de 1954 quase no mesmo ângulo das duas fotos anteriores.

36a. Uma linda imagem colorizada de 1954 mostrando o Cine Odeon com a estação de bondes ao lado. Vide fotos 29 e 34.
 
36b. 1951. Mais uma vez é possível identificar a estação de bondes na extrema esquerda, em frente a entrada principal do Ed. Odeon.

36c. Aqui vemos a estação de bondes bem de perto. Em 1964 ela, assim como outras, foi derrubada, já que este tipo de transporte público foi extinto.

36d. É curioso observar as propagandas no alto da estação. Ao fundo fica a Rua Santa Luzia.
 
36e. 1964. A torre sendo implodida enquanto curiosos observam. É o fim de uma era.

37. Excelente panorâmica colorida de toda a praça nos anos 30.
 
 
37a. 1953. Trânsito de veículos em frente ao Cinema Império.

38. Detalhe dos cinemas Odeon e Império no final da década de 50. O problema da falta de vagas para estacionar já era uma realidade.
 
38a. Uma noite ao redor de 1941 destaca o Cinema Império e o Cineac Glória mais adiante.

38b. Manifestação política na praça em 1942.

38c. Protesto público diante do Cinema Império em 1967.
 
38d. Em 1968 o "cinema ainda era a melhor diversão".
 
38e. O Cinema Pathé em 1981 apresenta produção brasileira barata de gosto duvidoso. Ao fundo a estreita Rua Ator Jayme Costa. Hoje, no local do Pathé, existe uma Igreja Universal.

38f. Títulos com forte apelo sexual em 1982. Começava a decadência dos cinemas de rua com a chegada dos grandes shoppings e das fitas de vídeo cassete.
 
38g. 1980. Em cartaz um clássico erótico de sucesso.
 
38h. Anos 30. Cine Pathé Palace e Cineteatro Broadway, depois Cinema Capitólio.

38c. 1941. Lançamento do filme "Fantasia" de Walt Disney (1901-1968) no Pathé. Na lateral esquerda a esquina da Rua Ator Jayme Costa.
 
39. Outra fotografia colorizada interessante dos anos 50 na qual o fotógrafo estava de costas para o Teatro Municipal. Curiosidades observadas: há uma curta e estreita calçada atrás das três pessoas fotografadas, provavelmente sinal de que durante algum tempo havia mão dupla de veículos neste trecho. No alto e ao fundo estão os prédios erguidos após a derrubada dos antigos Clube Militar e Ed. Lafont observados na foto 30 que retrata o mesmo ângulo. Por fim, destacamos outro monumento na mesma base do antigo "A Oferenda" citado naquela mesma foto. Trata-se da estátua do Maestro Carlos Gomes, hoje localizada na calçada do teatro próxima à Av. Treze de Maio. Convido o visitante a comparar esta imagem com a foto 20.
 
39a. 1957.
 
39b. Movimento de pedestres na calçada do Cinema Império nos anos 40. Ao fundo vemos o Palácio Monroe.
 
39c. Uma elegante mulher caminha na calçada da Cinelândia em 1932. No canto superior esquerdo vemos as colunas do Palácio Monroe e à direita a entrada de um dos muitos cinemas da região.
 
39d. O mesmo local da foto anterior, agora em foto belamente colorizada da década de 50. A via à direita é a pequenina Rua Embaixador Régis de Oliveira, colada ao Cinema Odeon.
 
39e. Em frente a bilheteria do Cinema Capitólio ao redor de 1955. Foto obtida no sentido oposto ao das anteriores, com o Teatro Municipal ao longe.

39f. Cerca de 1950. Foto colorizada diante da entrada do Cinema Pathé. O filme em cartaz foi produzido em 1946.

39g. Foto noturna na década de 50. Destaque para a elegante Confeitaria Brasileira e o Banco Financial Novo Mundo.
 
39h. Década de 50. Bonde parado para embarque e desembarque. Era um um momento difícil difícil para as mulheres.

39i. Cerca de 1950.
 
39j. Carnaval de 1953.
 
40. Excelente foto colorida de meados dos anos 50. Parece ser a calçada diante do Ed. Glória, na esquina da Rua Francisco Serrador onde, atualmente, existe uma agência da Caixa Econômica Federal.

41. Foto colorizada de 1953 retrata o interior da praça. Observem a fila de pessoas no ponto de ônibus, em frente ao prédio do antigo STF (hoje Centro Cultural da Justiça Federal - CCJF).  Clique na foto para ampliar.

42. Foto colorida da década de 40 mostra duas mulheres conversando sentadas num banco da praça ao que tudo indica com as costas voltadas para o Ed. Capitólio, não visível. Vemos a fachada do Cinema Pathé à direita.
 
42a. Esta foto sem data foi obtida do mesmo local da imagem anterior em outra época, talvez anos 50. Comparar observando o desenho diferente da calçada, os postes de iluminação, a pista ao fundo que cruzava a praça e a estátua no meio do canteiro. Os bancos parecem os mesmos em igual posição. Vide foto 22a.

42b. Natal de 1952.
 
42c. Anos 40. Da mesma sequência da foto 42.

42d. Provável anos 40.
 
42d. Anos 50. Caiu a noite, mas o movimento continua...
 
42e. Anos 60.

43. Aproximação dos prédios do Ed. Glória, Ed. Natal, Ed. Capitólio e Ed. Fontes (Amarelinho). O Capitólio, aliás, foi o primeiro arranha-céu da cidade, erguido com oito andares em 1924, todavia foi demolido na década de 70 para a construção de um gigante moderno de 30 andares. Sua atual fachada totalmente em vidro fumê destoa por completo da arquitetura em art déco das construções ao redor.

44. Esta foto de 1966 revela que a pista de veículos próxima aos prédios teve a mão invertida. A ruela de pedestres entre os prédios do Ed. Odeon e Ed. Império chama-se Rua Embaixador Régis de Oliveira. O fotógrafo provavelmente estava em uma janela de andar alto do novo prédio do Clube Militar.
 
44a. A bilheteria do Cinema Império em 1968. Vide foto 39b.

44b. Cerca de 1960. Em cartaz no Império o filme "A Coragem".

44c. O edifício e o Cinema Império em 1976.

45. A praça em 1960. Destaque para o Ed. Glória, o mais claro.
 
45a. 1970.

45b. Cerca de 1960. Vemos o que parece ser um desfile militar na Av. Rio Branco, altura do Teatro Municipal em ângulo pouco comum. O fotógrafo está em algum janela do Museu de Belas Artes apontando sua câmera em direção à Rua Evaristo da Veiga. No canto superior direito está a calçada frontal do teatro com sua caracteristica escadaria e, no canto oposto, a entrada do Palácio Pedro Ernesto (Câmara dos Veradores).

46. Imagem de 1971, antes do início das obras da Estação Cinelândia do Metrô. Observar a estátua de Carlos Gomes em frente ao Teatro Municipal, citada na foto 39.
 
46a. 1971. Os pombos sempre foram uma atração à parte.
 
47. Foto de 1975 com as obras do metrô em andamento. Embora reconhecendo a necessidade do novo meio de transporte, a praça tornou-se um inferno naquele período, com grande prejuízo para o comércio local. Pedestres espremidos em calçadas improvisadas, poeira constante, muito barulho e trânsito de veículos interrompido ou alterado. A tecnologia da época executava a abertura dos túneis subterrâneos a céu aberto sem uso do equipamento apelidado "tatuzão".
 
47a. Foto de 1974. Observar que o traçado da linha desviava do Palácio Monroe, confirmando a tese que não havia necessidade de sua derrubada em 1976. Vide foto 50.
 
  
48.  1973. Observem o contraste com a foto 45.
 
48a. Provávelmente mesmo período anterior.

49. Imagem aérea do mesmo período anterior. O caos foi instalado também na Av. Treze de Maio vista na foto. O primeiro trecho do Metrô da linha 1 inaugurado em 1979, ligando os bairros do Estácio a Botafogo, rasgou o centro da cidade na Av. Presidente Vargas, Rua Uruguaiana, Largo da Carioca, Av. Treze de Maio e Cinelândia. 
 
49a. 1975. Um dos locais mais movimentados do centro da cidade transformou-se num inferno.
 
50. Uma panorâmica de toda a praça em 1974 durante as obras do metrô. Vide foto 47a em posição oposta.
 
51. Após a conclusão das obras e revitalização do espaço no final dos anos 70 o aspecto ficou como visto na foto acima. A pista de automóveis diante dos prédios desapareceu tornando a praça um grande calçadão. Isso dura até hoje...
 
52. Uma panorâmica de todo o entorno da Cinelândia em 1976 após a derrubada do Palácio Monroe. A praça nunca mais seria a mesma.
 
52a. 1978. Sem o Palácio Monroe, ainda sem o chafariz que o substituiu e sem o estacionamento no subterrâneo da nova Praça Mahatma Gandhi.
 
52b. Década de 50. Um agradável chopp gelado em fim de tarde no Bar  e Restaurante Amarelinho.
 
52c. Cerca de 1950. Foto colorizada.

52d. O mesmo local da foto anterior, agora em 1979.  Os atores Tarcísio Meira (1935-2021) e Danuza Leão (1935-2021) gravam uma cena do filme "A Idade da Terra".
 
53. 1969. Fundado em 1921, época glamourosa da praça, rodeada de teatros, cafés e, a partir dos anos 30, muitos cinemas e boates. A casa atravessou o tempo junto com os acontecimentos importantes do local, incluindo o carnaval de rua, manifestações políticas diante do vizinho Palácio Pedro Ernesto e, principalmente, da boemia. Mas não só de sucesso foi construído seu passado. Durante as obras do Metrô, em meados da década de 70, a casa sofreu com a baixa frequência da clientela devido aos transtornos causados no comércio local. Mais recentemente, com a pandemia, houve novo período de problemas financeiros e o bar acabou vendido para uma rede maior (Boteco Belmonte) que manteve o mesmo padrão sem alterar o nome já consolidado.

54. Belo registro colorizado, também dos anos 60. Praça Floriano, 55B. Em 2021 completou 100 anos de existência.
 
55. Imagem oposta a anterior em foto de 1977. Após a reurbanização da praça, a calçada do estabelecimento ganhou mais espaço e pode aumentar o número de mesas no lado de fora. Notar ainda os desenhos das pedras portuguesas sem as antigas "ondas", vistas na foto anterior e em outras mais antigas desta postagem.Observar ao lado do restaurante um tapume de obras indicando que o Ed. Capitólio já foi demolido e o terreno está em obras em para a construção de um moderno prédio comercial. Vide foto a segur, item 6.

56. Fotografia de 1950. Apresentamos a seguir um estudo sintético dos prédios que compõem esta lateral da Praça Floriano, assim como alguns pontos de referência. Lembramos ao caro visitante que toda a região foi antes ocupada pelo Convento da Ajuda até ser demolido em 1911.
1) Ed. Odeon;
* Construído em 1924. No térreo fica o Cinema Odeon (hoje Centro Cultural Odeon). Sua entrada principal é voltada para a atual Praça Mahatma Gandhi, nº 2 e o cinema no nº 7 da Praça Floriano. Existe também o antigo Restaurante Cinelândia, na esquina da Rua Embaixador Régis de Oliveira. Vide fotos 22, 25 e 34.
2) Ed. Império;
*  Construído em 1925 no nº 19 da praça. No térreo existiu o Cinema Império. O prédio foi demolido em 1979 para a construção do atual Centro Empresarial Rio Branco. Há atualmente um ponto de venda da Rede Mac Donald's no térreo. Vide fotos 38a e 38b.
3) Ed. Heydenreich;
* Inaugurado em 1926 com sua entrada principal voltada para a os fundos, na Rua Alvaro Alvin, nº 24.
4) Ed. Glória;
* Sua construção data de 1925 no nº 31 da praça. É o prédio mais baixo do conjunto arquitetônico. Ocupa a quadra inteira entre as Ruas Francisco Serrador (indicação B) e Ator Jayme Costa (indicação C). Por algum tempo em seu térreo funcionou o Cinema Glória (1925-1968, vide foto 38a) e na parte superior o extinto Hotel Monroe (foto 24e). Atualmente no térreo existe uma agência da Caixa Econômica Federal. Vide fotos 24f, 43 e 45.
5) Ed. Natal;
*  Sua inauguração é de 1927, o último prédio a ser erguido naquela lateral do logradouro (nº 45), todavia o mais bonito. Durante anos funcionou um hotel e no térreo o Cinema Pathé Palace (1928-1999). Hoje há uma Igreja Universal e um reduzido pedaço da bem conceituada Bomboniére Patrone Pathé, de 1928. Vide fotos 32 e 43.
6) Ed. Capitólio;
* Inaugurado com oito pavimentos em 1925 no nº 51 da Praça Floriano. Embaixo da edificação situava-se o extinto Cinema Capitólio (1925-1972), cujo nome já fora Cineteatro Broadway (vide foto 38f). O prédio foi demolido em 1972 e no terreno foi levantado um gigante de 35 andares em vidro escuro (Ed. Paulino Ribeiro de Campos) com entrada também pelo nº 52 da Rua Alvaro Alvim. Vide fotos 24b, 32, 33a e 33b.
7) Ed. Fontes;
* Lançado em 1926, ocupa o nº 55 na esquina da Rua Alcindo Guanabara. Anos depois alterou sua denominação para Ed. Wolfgang Amadeus Mozart onde funciona hoje um centro empresarial. No térreo fica o famoso Restaurante Amarelinho. Vide fotos 23, 23a e 54.
8) Palácio Pedro Ernesto (Câmara de Vereadores do RJ);
* Foi a primeira construção (1923) deste lado da praça. Anteriormente no terreno havia o antigo Conselho Municipal. Post à parte aqui.
9) Ed. Ordem Terceira;
* Localizado no Largo da Carioca, vide postagem em separado aqui.
10) Teatro Municipal
* Vide post específico aqui.
11) Ed. Rex;
* Inaugurado em 1934 na Rua Alvaro Alvim, nº 37. Sua altura ultrapassava todos os prédios da Praça Floriano à sua frente. Na ocasião foi considerado o prédio de escritórios mais avançado da cidade. No térreo fica o Cinema Rex e no subsolo o Teatro Rival. Ambos ainda em atividade.
12) Santuário de Santo Antônio e Igreja da Ordem Terceira da Penitência
* Localizado no Morro de Santo Antônio, vide postagem aqui.
A) Rua Embaixador Régis de Oliveira;
B) Rua Francisco Serrador ;
C) Rua Ator Jayme Costa; e
D) Av. Treze de Maio.
 
57. Esquema gráfico da região. Clique na imagem para ampliar ainda mais.

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