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domingo, 11 de julho de 2021

MORRO DO SENADO - Bairro de Fátima, Rua do Riachuelo, outros locais do entorno

Bairro de Fátima

1. Praça Presidente Aguirre Cerda em foto de 1941. A ladeira ao fundo sai na Rua Monte Alegre, portanto à esquerda da praça termina a Av. N. Sra. de Fátima, fora da foto.

2. Foto de 1966. Vemos em profundidade a Av. N. Sra. de Fátima até o encontro, ao fundo, com a Rua do Riachuelo. Em mais de 50 anos pouca coisa mudou. 
 
2a. Raro mapa do bairro.

3. 1952.
 

4. 1952.

Rua do Riachuelo
(antiga Rua Mata Cavalos)

4a. Trecho não identificado da via em imagem extraída de cartão postal circulado em 1901.
 
4b. Consta ser o trecho entre Rua Henrique Valadares (no canto direito) e Rua Frei Caneca (transversal ao fundo). Devido algumas construções semelhantes, seria o mesmo local da foto anterior em época distinta. É hoje, portanto, onde se econtra a saída do Túnel Frei Caneca.
 
5. Este antigo palacete, construído no século XVIII, ainda existente, fica situado no nº 120 da via. Em 1899 funcionou o Hotel Freitas, depois em 1921 o Hotel Magnífico e, em 1943, foi instalado no local o Colégio da Moderna Associação Brasileira de Ensino - MABE. Atualmente abriga o Vila Galé Rio Hotel, pertencente a uma rede hoteleira portuguesa, que preservou integralmente sua fachada histórica, após anos de abandono e deterioração.
 
5a. 1909. Grande Hotel Freitas.

5b. Sem data.
 
6. Curiosa propaganda do Hotel Magnífico à época em que sediava o concurso da "Mais Bela Mulher do Brasil", precursor do Miss Brasil.

7. Foto recente revela o magnífico trabalho de preservação nos mínimos detalhes. Inaugurado em 2014, dispões de 292 quartos com todo conforto e modernidade para seus hóspedes.
 
7a. Trecho não identificado em foto de 1928, mas ampliando se pode notar os Arcos da Lapa ao fundo.

7b. Data não conhecida. O nome Rua Matacavalos ocorreu em 1848 devido aos atoleiros que se formavam após as chuvas dificultando em muito a passagem dos animais, que por vezes saiam lesionados e acabavam sendo sacrificados. Em 1865 recebeu o nome atual após a batalha naval de mesma denominação ocorrida durante a Guerra do Paraguai.
 
7c. Próximo à esquina da Rua André Cavalcanti, sentido Lapa.
 
7d. Imagem aérea do incêndio ocorrido em 1989 no Supermercado Disco (hoje Mundial), localizado à Rua do Riachuelo, nº 192-194, bem próximo à entrada da Av. N. Sra. de Fátima.

7e. Anos 80. Disco Gigante da Rua do Riachuelo.
 
8. 1901. Prédio da Inspeção Geral de Obras Públicas, atual Centro Cultural Casa das Águas, nº 287 da Rua do Riachuelo, bem próximo a Casa do General Osório (vide foto 10d). Erguido no século XIX e tombado por decreto municipal de 1992. Em 2012 começaram as obras de restauração para abrigar o novo centro de cultura inaugurado em 2015.
 
8a. Sem data. Existe um chafariz na via do período colonial, datado de 1817.
 
8b. Belo desenho do chafariz. Rua do Riachuelo, nº 173. Tombado em 1938 como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN. Suas características originais foram se perdendo ao longo dos anos, sobrando apenas o tanque, as pilastras e a lápide com inscrição.

8c. Hoje encontra-se com vestígios de pichações diante de uma loja de material de decoração e um estacionamento. Fica próximo à Rua André Cavalcanti.

8d. Casa de Saúde Oliveira Motta, nº 161. O casarão visto não existe mais, pois no local há um grande edifício residencial (Ed. Monte Santo).
  
9. Antiga residência do Visconde de São Lourenço, conselheiro de D. João VI, localizada na Rua do Riachuelo, esquina com Rua dos Inválidos. O casarão foi erguido na primeira metade do século XIX, em estilo colonial português, tem muita história pra contar, pois ali também chegou a funcionar um colégio. Em 1938 o prédio foi tombado pelo IPHAN, mas por falta de interesse do poder público, passou anos abandonado e se deteriorando. Hoje encontra-se em péssimo estado de conservação. 

9a. Foto sem data. Nos anos 50 e 60 o palacete passou a servir como cortiço para uma grande quantidade de pessoas, principalmente famílias imigrantes portuguesas.
 
9b. Nos anos 90 uma das paredes dos fundos desabou e seus 200 moradores tiveram de abandonar a centenária edificação que funcionava como um grande cortiço. Sem habitantes, começou sua agonia. Seguiu-se um incêndio que por pouco não fez a construção desabar de vez e, como sempre acontece, a ruína da fachada que sobrou passou a cercar um estacionamento improvisado.

10. Imagem recente extraída do Street View. À esquerda a Rua dos Inválidos e à direita a Rua do Riachuelo, nº 100, em direção à Lapa. O retrato do abandono.
 
10a. Foto colorizada da Rua do Riachuelo na década de 50, próxima aos Arcos da Lapa (atrás do fotógrafo).

10b. Hospital Venerável da Ordem Terceira de N. Sra. do Monte do Carmo, localizado na Rua do Riachuelo, nº 43, próximo à esquina da Rua Silvio Romero (à direita fora da foto). Sua construção começou em 1866 e terminou em 1870. Inaugurado no século XVIII, chegou a funcionar nos fundos da Igreja do Carmo na Praça XV.

10c. Anos 50. O hospital fica em frente ao começo da Rua do Lavradio. Ao fundo podemos ver, além dos Arcos da Lapa, a torre com relógio do prédio da Mesbla.
 
10d. Foto sem data revela a esquina da Rua Silvio Romero e, mais adiante, o Hospital N. Sra. do Carmo.
 
10e. Foto recente. A centenária edificação permanece no mesmo endereço em excelente estado de conservação.

10f. Casa do General Osório localizada na Rua do Riachuelo, nº 303. O prédio histórico foi construído no século XVIII tendo sido tombado pelo IPHAN em 1949. O solar de apenas um pavimento possui arquitetura neoclássica com traços ecléticos e fachada de azulejos azuis e brancos. O General Manuel Luis Osório (1808-1879), Marquês de Herval, residiu apenas dois anos no local até se falecimento. No final dos anos 50 a edificação foi restaurada e passou a abrigar o Museu do Exército e Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Desde 2003 sedia a Academia Brasileira de Filosofia.
 
10g. Data desconhecida. Morro de Santa Teresa no alto.
 
10h. Hospital Espanhol em fotografia de 1916. Rua do Riachuelo, nº 302, esquina da Rua Conselheiro Josino. O prédio ainda existe, embora modificado. Fica diante da Casa do General Osório.
 
10i. Início do século XX. Um destes sobrados consta ser o nº 297, portanto perto da Casa do General Osório.

10j. Uma rara foto do cruzamento da Rua do Riachuelo (no pé da imagem) com Av. Gomes Freire (em profundidade no sentido Rua Mem de Sá). O fotógrafo está, portanto, em algum local alto da Rua Francisco Muratori. O prédio maior visto na esquina (Rua Riachuelo, nº 62) ainda existe.
 
10k. 1933. Acidente com ônibus na Rua do Riachuelo, próximo à Rua Francisco Muratori.
 
10l. Grande Hotel Riachuelo (atual Ed. Victor) sito à Rua do Riachuelo, nº 12, esquina com Rua do Lavradio. Atualmente o prédio está em excelente estado de conservação.
 
10m. 1935. Capela do Menino Deus, localizada no nº 75, próximo à Rua Francisco Muratori.. A história desta antiga ermida começou no século XVIII, ainda no tempo colonial, estando ligada à origem das monjas carmelitas descalças do Convento de Santa Teresa. Em 1925 foi reconstruída uma nova capela no local na verão atualmente existente.

10n. 1969. O início da abertura do Túnel Martim de Sá que liga a Rua Frei Canexa à Av. Henrique Valadares, cruzando a Rua Riachuelo, entre os nºs 333 e 355. A entrega ao público deu-se em 1977 com atraso de 8 anos. No alto da imagem está o Morro de Santa Teresa.
 
10o. 1977. Obra terminada.
  
 Rua dos Inválidos
(antiga Rua Nova de São Lourenço)

11. A Igreja de Santo Antônio dos Pobres em foto dos anos 20 foi inaugurada em 1811. Nº 42 da Rua dos Inválidos, esquina com Rua do Senado, vista aqui à esquerda.
 
12. Dia de enchente no verão de 1928. Ao fundo é possível distinguir a cúpula do prédio da Escola de Eletrotécnica, na Praça da República.

13. Sem data conhecida. Em 1940 foi demolida para a construção da nova igreja existente ainda hoje, cuja obra foi concluída em 1949.

14. Enchente na via em 1911.
 
15. Esquina com Rua da Relação (à direita). Este é o prédio da Polícia Central, lançado em 1910, sendo que anos depois foi sede do DOPS-RJ (Departamento de Ordem Política e Social) durante o começo dos governos militares. O prédio foi tombado pelo INEPAC, continua de pé, foi restaurado em 2014 e hoje abriga o Museu da Polícia Civil. De qualquer forma tem futuro incerto a respeito de seu uso já que diversos órgãos disputam o espaço.

15a. Data desconhecida.

15a. 1956. Dois carros fúnebres passam pela Rua Henrique Valadares, devem cruzar a Rua dos Inválidos e seguir pela Rua da Relação. No alto, acima das árvores, está o mesmo prédio citado na foto anterior e à esquerda vemos parte da extinta Vila Rui Barbosa que ocupava todo quarteirão.
 
16. Esquina da Rua do Resende (à direita). Este local, segundo consta, foi um asilo que deu origem ao nome da rua, pois destinava-se a soldados reformados ou inválidos.
 
16a. Anos 10. Rua dos Inválidos (à esquerda em direção à Rua do Riachuelo) esquina com Rua do Resende (à direita). Observar a semelhança deste casarão colonial com o da foto anterior.
 
17. Conjunto de cortiços geminados existente no nº 2 da via, bem próximo à Praça da República.
 
18. Rua dos Inválidos, em profundidade, esquina com Rua da Relação em foto de 1958. Ao fundo vemos a torre sineira da Igreja de Santo Antônio dos Pobres.

18a. Hotel Mem de Sá, situado na Rua dos Inválidos, nº 153, esquina da Rua Mem de Sá.

18b. Anos 50. Chuva e alagamento em frente ao hotel. O prédio foi demolido e no local erguido o Ed. Paço dos Arcos.

Rua do Senado

19. Enchente durante o ano de 1914. Visão a partir da Rua Gomes Freire, observar no alto à direita a torre da Igreja de Santo Antônio dos Pobres, na esquina da Rua dos Inválidos (vide fotos 11 e 13).

 
20. Foto de 1929 vendo-se a Rua do Senado em profundidade em direção à Rua do Lavradio. A via transversal é a Av. Mem de Sá.
 
 
21. A mesma esquina vista na foto anterior em imagem recente extraída do Street View. Observar que os dois prédios antigos continuam de pé e muito bem conservados.
 
Rua Mem de Sá

22. 1915. Grande Hotel de Veneza, localizado no nº 107-109 na via. O prédio ainda existe, embora totalmente desfigurado.

23. Anos 30. Vemos a Av. Mem de Sá em seu cruzamento com a Av. Gomes Freire. Ao fundo é no sentido dos Arcos da Lapa. Este largo, embora muitos não saibam, chama-se Praça João Pessoa (antiga Praça dos Governadores). A construção vista à direita continua de pé em ótimo estado de conservação com uma drogaria e um restaurante no térreo.

23a. Cerca de 1960. Rua Mem de Sá altura da Rua Ubaldino do Amaral com Rua Washington Luis.

24. Casa de Saúde e Maternidade Dr. Pedro Ernesto, localizada na Rua Henrique Valadares, nºs 101-107 da rua. Inaugurada em 1923 funcionou durante anos como hospital e maternidade de referência sendo posteriormente encampada pelo governo estadual transformando-se, após expansão,  no hospital do IASERJ - Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do RJ. Em 2017 todas as instalações daquela grande área foram demolidas para a expansão do Instituto Nacional do Câncer - INCA, seu vizinho. Entretanto, até o dias atuais o terreno encontra-se vazio.
 
25. 1964. Rua Silvio Romero subindo em direção à Santa Teresa.
 

sábado, 10 de julho de 2021

MORRO DO SENADO, PRAÇA DA CRUZ VERMELHA e arredores

  1. Mapa antigo da região do Morro do Senado, limitado pelas Ruas dos Inválidos (abaixo), do Senado (à direita), do Resende (à esquerda) e Riachuelo (acima). Clique na imagem para ampliar e identificar mais alguns pontos de referência no entorno. Comparar com foto 8.

 
1a. Encontramos este outro mapa com o Morro do Senado indicado. A futura Praça da Cruz Vermelha e suas rua do entorno estão pontilhadas.

2. Fotografia ao redor de 1865. Ao que parece foi tirada a partir de Santa Teresa, vendo-se na extrema direita uma pequena parte do Morro de Santo Antônio, na altura da Rua do Lavradio. A rua sinuosa vista em primeiro provavelmente é a Rua Paula Mattos.
 
2a. 1905. Grande parte do morro aqui visto já foi arrasado. A via observada no pé da imagem em profundidade no sentido da futura praça é a atual Rua Henrique Valadares. As casas vistas nas laterais desta via estão à beira da Rua Riachuelo, praticamente fora da foto. Observar as indicações para melhor posicionamento. Vide foto 8b obtida de local bem próximo a este: Rua Paula Mattos, no Morro de Santa Teresa, acima do atual Túnel Martim de Sá, mais conhecido como Túnel da Frei Caneca.

2b. Esta foto, por volta de 1890, é especialmente reveladora por mostrar a existência de um plano inclinado movido à vapor ligando o Largo do Guimarães (atrás do fotógrafo), em Santa Teresa, à Rua Riachuelo (antiga Rua Mata Cavalos), em trecho ainda não identificado. Ao fundo está o Morro do Senado.
 
3. Foto sem data conhecida, mas certamente anterior à 1900. O Morro do Senado começou a ser desmontado lentamente em 1880, terminando em 1913 quando foi projetada a construção de uma praça circular e as ruas ao redor, ainda na gestão do Prefeito Pereira Passos. A terra retirada do morro serviu para o aterramento do Cais do Porto e do Manguezal de São Diogo.

3a. Aspecto da demolição. A experiência adquirida no arrasamento do morro, embora demorada, serviu para outras duas demolições dos mesmos acidentes geográficos pela cidade: em 1922 foi a vez do Morro do Castelo, marco inicial da urbanização da população carioca; a seguir, nos anos 50, o Morro de Santo Antônio foi abaixo.
 
3b. O mesmo maquinário sobre trilhos visto na foto anterior.

3c. 1914. Av. Mem de Sá já aberta, vendo-se vestígios do extinto Morro do Senado em suas margens.
 
4. Após a demolição completa do morro, abriu-se uma imensa região denominada Esplanada do Senado. No final da Rua Mem de Sá construiu-se a Praça Barão do Rio Branco (depois renomeada Praça da Cruz Vermelha). Esta foto bipartida mostra o local da praça ao redor de 1920. Na extrema direita vemos o começo da atual Rua Carlos Sampaio. Após o casario visto aqui abriu-se a extensão da Rua Mem de Sá em direção à Rua Frei Caneca e, um pouco mais à esquerda, na bipartição da imagem, está a nova Rua Henrique Valladares já delineada. Onde vemos um bonde um pouco mais a esquerda fica atualmente o Instituto Nacional do Câncer - INCA. Com o desenvolvimento da região o nome "esplanada" foi perdendo força e desapareceu. O casario citado existe ainda hoje.
 
5. Eis o antigo conjunto de sobrados, muito bem conservado, mencionado na foto anterior em imagem recente extraída do Street View
 
5a. 1922.  Observar que o trânsito não circundava a praça como atualmente e sim cruzava-a.
 
6. A Cruz Vermelha Brasileira foi fundada em 1908 tendo como primeiro presidente o sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. O prédio começou a ser construído em 1919 sendo tombado pelo IPHAN em 1984.

6a. Aspecto da construção do belíssimo prédio da instituição, localizado na praça de mesmo nome, nº 10. À esquerda a Rua Carlos Sampaio e à direita a Rua Henrique Valladares.

7. Nesta foto do ano de sua inauguração, em 1923, vemos a fachada principal do palácio com a praça em primeiro plano.

7a. Imagem extraída de cartão postal sem data. Notar na lateral esquerda a torre do prédio do Corpo de Bombeiros da Praça da República.

8. Imagem aérea de todo o entorno da praça com identificações, a seguir descritas:
1) Praça da Cruz Vermelha;
2) Cruz Vermelha Brasileira;
3) Terreno do futuro INCA;
4) Casario ainda existente;
5) Rua Mem de Sá;
6) Rua Henrique Valladares;
7) Rua Carlos Sampaio;
8) Rua Carlos de Carvalho;
9) Rua Ubaldino do Amaral;
10) Rua do Senado;
11) Rua Vinte de Abril;
12) Quartel Central do Corpo de Bombeiros da Praça da República (fundos);
13) Terreno do antigo IASERJ;
14) Local do Posto de Gasolina Ipiranga;
15) Rua Washington Luis;
16) Rua Carlos Sampaio;
17) Rua do Rezende;
18) Rua André Cavalcanti;
19) Vila Rui Barbosa (atual do prédio da Petrobrás - Edisen); e
20) Colégio Cruzeiro.

8a. Foto aérea de 1923 com indicações:
1) Praça da Cruz Vermelha;
2) Rua Mem de Sá;
3) Rua Ubaldino do Amaral;
4) Rua Washington Luis;
5) Rua Henrique Valadares;
6) Cruz Vermelha Brasileira;
7) Rua dos Inválidos;
8) Rua do Riachuelo;
9) Rua do Rezende;
10) Rua Carlos de Carvalho; e
11) Rua Carlos Sampaio. 
 
8b. Aqui vemos em profundidade a Rua do Rezende em foto ao redor de 1890. O fotógrafo está no Morro de Santa Teresa (altura da Rua Paula Matos) com a câmera direcionada para o Morro de Santo Antônio visto ao fundo. Na lateral esquerda vemos o Morro do Senado.

9. Fotografia de 1914 mostrando a Casa de Oswaldo Cruz na Rua do Rezende, nº 128. A edificação foi tombada em 1991 e ali funcionaram diversas organizações de saúde pública. Hoje pertence ao Instituto Nacional do Câncer - INCA. O prédio fica voltado para o começo da Rua André Cavalcanti. Vide nº 18 na foto 8.

10. Outra foto do edifício sede do Departamento Geral de Saúde Pública - DGSP datada de 1927.
 
10a. Esta foto de 1914 mostra o citado casarão visto da Rua André Cavalcanti.
 
11. 1958. Bonde 69 (Praça Tiradentes - Aldeia Campista) desce a Rua Vinte de Abril e, pela posição dos trilhos, vai entrar na Rua do Senado. Ao fundo vemos as árvores da Praça da Cruz Vermelha. No mapa da foto 8 este cruzamento está exatamente no número 11. 

12. Foto extraída de cartão postal circulado em 1912. Consta ter sido esta fotografia tirada do alto da torre do Quartel Central do Corpo de Bombeiros com a câmera voltada para o Morro de Santa Teresa, ao fundo. Em primeiro plano vemos a extinta Vila Ruy Barbosa localizada na quadra inteira compreendida entre a Rua Henrique Valadares, Rua do Senado, Rua dos Inválidos e Rua Ubaldino do Amaral, local hoje do prédio da Petrobrás (nº 19 da foto 8).
 
13. Aqui vemos uma imagem de baixa qualidade de uma das entradas (Rua Dídimo) da citada vila em 1905. A enorme empreendimento habitacional possuia um corpo central de blocos iguais paralelos e quatro corpos externos de três pavimentos em cada esquina da quadra, intercalados por corpos de dois pavimentos. Eram ao todo 145 casas para famílias (voltadas para fora e para dentro da vila com até 100 m²) e 324 cômodos (de 30 m²) para solteiros. Ainda possuía lavanderia, forno para incinerar lixo, dois armazéns, açougue, farmácia, sapataria, carvoaria e um restaurante. Tudo isso dentro de uma área arborizada com calçamento e iluminação. Segundo pesquisa realizada havia dois acessos ao interior da vila. O mais importante era o que interligava a Rua Henrique Valadares à Rua do Senado, chamava-se Rua Dídimo (a mesma ruela que existe ainda hoje). O segundo acesso, chamado Rua Leon Simon (nome do proprietário da vila), partia da Rua dos Inválidos até a citada Rua Dídimo cortando três travessas internas (Chiquita, Bem Te Vi e Adélia). Na foto 8 é possível entender parte desta descrição entre os nºs 9, 12 e 19. A vila começou a ser construída entre 1889-90, inaugurada em 1901 (as obras prosseguiram até 1912) e demolida aos poucos até 1973 para a construção de um série de edifícios residenciais, contudo o projeto inicial não se concretizou e apenas os três prédios, ainda hoje existentes, voltados para a Rua Ubaldino do Amaral (nºs 70, 80 e 90) foram entregues. Alguns historiadores atestam que nesta vila residiram muitas personalidades importantes da vida carioca, entre eles o empresário Silvio Santos (1931-2024), o escritor Paulo Coelho (1947-?), o ator e compositor Mário Lago (1911-2002), Roberto Figueiredo (o último locutor do famoso Repórter Esso, 1934-2021), os cantores Agnaldo Timóteo (1936-2021) e Osvaldo Nunes (1930-1991), o maestro Heitor Villa Lobos (1887-1959), a atriz e radialista Daisy Lúcidi (1929-2020), a cantora lírica Bidu Sayão (1902-1999), a cantora Dalva de Oliveira (1917-1972) e seu marido Herivelto Martins (1912-1992), Silvio Caldas (1908-1998) e Pery Ribeiro (1937-2012).

13a. Esquema gráfico do arruamento da vila.
 
14. Anos 60. Entrada da vila (Rua Leon Simon) pela Rua dos Inválidos, nº 70. Observar o letreiro. Após a demolição o terreno ficou vazio por anos, utilizado para estacionamento e área de montagem de espetáculos circenses ocasionais. Em 2008 começaram as obras que culminaram com a inauguração do gigantesco Edisen da Petrobrás (Av. Henrique Valadares, nº 28) em 2012 .
 
15. Foto recente extraída do Street View mostra a esquina da Rua Henrique Valadares (à esquerda) com a Rua dos Inválidos (à direita), onde há uma parte remanescente da antiga Vila Ruy Barbosa (casas 2 e 98), tombada pelo Patrimônio Histórico. Uma outra parte continua de pé, na esquina oposta, Rua do Senado com Rua Ubaldino do Amaral.

16. Encerramos com esta foto aérea de 1938 abrangendo parte da região com indicações:
1) Praça da República;
2) Corpo de Bombeiros;
3) Instituto de Eletrotécnica;
4) Vila Rui Barbosa (hoje Ed. Petrobrás - Edisen);
5) Rua Ubaldino do Amaral;
6) Rua do Senado;
7) Rua dos Inválidos e Igreja Santo Antônio dos Pobres;
8) Rua 20 de Abril; e
9) Rua Carlos de Carvalho.