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sábado, 10 de julho de 2021

MORRO DO SENADO, PRAÇA DA CRUZ VERMELHA e arredores

  1. Mapa antigo da região do Morro do Senado, limitado pelas Ruas dos Inválidos (abaixo), do Senado (à direita), do Resende (à esquerda) e Riachuelo (acima). Clique na imagem para ampliar e identificar mais alguns pontos de referência no entorno. Comparar com foto 8.

 
1a. Encontramos este outro mapa com o Morro do Senado indicado. A futura Praça da Cruz Vermelha e suas rua do entorno estão pontilhadas.

2. Fotografia ao redor de 1865. Ao que parece foi tirada a partir de Santa Teresa, vendo-se na extrema direita uma pequena parte do Morro de Santo Antônio, na altura da Rua do Lavradio. A rua sinuosa vista em primeiro provavelmente é a Rua Paula Mattos.
 
2a. 1905. Grande parte do morro aqui visto já foi arrasado. A via observada no pé da imagem em profundidade no sentido da futura praça é a atual Rua Henrique Valadares. As casas vistas nas laterais desta via estão à beira da Rua Riachuelo, praticamente fora da foto. Observar as indicações para melhor posicionamento. Vide foto 8b obtida de local bem próximo a este: Rua Paula Mattos, no Morro de Santa Teresa, acima do atual Túnel Martim de Sá, mais conhecido como Túnel da Frei Caneca.

2b. Esta foto, por volta de 1890, é especialmente reveladora por mostrar a existência de um plano inclinado movido à vapor ligando o Largo do Guimarães (atrás do fotógrafo), em Santa Teresa, à Rua Riachuelo (antiga Rua Mata Cavalos), em trecho ainda não identificado. Ao fundo está o Morro do Senado.
 
3. Foto sem data conhecida, mas certamente anterior à 1900. O Morro do Senado começou a ser desmontado lentamente em 1880, terminando em 1913 quando foi projetada a construção de uma praça circular e as ruas ao redor, ainda na gestão do Prefeito Pereira Passos. A terra retirada do morro serviu para o aterramento do Cais do Porto e do Manguezal de São Diogo.

3a. Aspecto da demolição. A experiência adquirida no arrasamento do morro, embora demorada, serviu para outras duas demolições dos mesmos acidentes geográficos pela cidade: em 1922 foi a vez do Morro do Castelo, marco inicial da urbanização da população carioca; a seguir, nos anos 50, o Morro de Santo Antônio foi abaixo.
 
3b. O mesmo maquinário sobre trilhos visto na foto anterior.

3c. 1914. Av. Mem de Sá já aberta, vendo-se vestígios do extinto Morro do Senado em suas margens.
 
4. Após a demolição completa do morro, abriu-se uma imensa região denominada Esplanada do Senado. No final da Rua Mem de Sá construiu-se a Praça Barão do Rio Branco (depois renomeada Praça da Cruz Vermelha). Esta foto bipartida mostra o local da praça ao redor de 1920. Na extrema direita vemos o começo da atual Rua Carlos Sampaio. Após o casario visto aqui abriu-se a extensão da Rua Mem de Sá em direção à Rua Frei Caneca e, um pouco mais à esquerda, na bipartição da imagem, está a nova Rua Henrique Valladares já delineada. Onde vemos um bonde um pouco mais a esquerda fica atualmente o Instituto Nacional do Câncer - INCA. Com o desenvolvimento da região o nome "esplanada" foi perdendo força e desapareceu. O casario citado existe ainda hoje.
 
5. Eis o antigo conjunto de sobrados, muito bem conservado, mencionado na foto anterior em imagem recente extraída do Street View
 
5a. 1922.  Observar que o trânsito não circundava a praça como atualmente e sim cruzava-a.
 
6. A Cruz Vermelha Brasileira foi fundada em 1908 tendo como primeiro presidente o sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. O prédio começou a ser construído em 1919 sendo tombado pelo IPHAN em 1984.

6a. Aspecto da construção do belíssimo prédio da instituição, localizado na praça de mesmo nome, nº 10. À esquerda a Rua Carlos Sampaio e à direita a Rua Henrique Valladares.

7. Nesta foto do ano de sua inauguração, em 1923, vemos a fachada principal do palácio com a praça em primeiro plano.

7a. Imagem extraída de cartão postal sem data. Notar na lateral esquerda a torre do prédio do Corpo de Bombeiros da Praça da República.

8. Imagem aérea de todo o entorno da praça com identificações, a seguir descritas:
1) Praça da Cruz Vermelha;
2) Cruz Vermelha Brasileira;
3) Terreno do futuro INCA;
4) Casario ainda existente;
5) Rua Mem de Sá;
6) Rua Henrique Valladares;
7) Rua Carlos Sampaio;
8) Rua Carlos de Carvalho;
9) Rua Ubaldino do Amaral;
10) Rua do Senado;
11) Rua Vinte de Abril;
12) Quartel Central do Corpo de Bombeiros da Praça da República (fundos);
13) Terreno do antigo IASERJ;
14) Local do Posto de Gasolina Ipiranga;
15) Rua Washington Luis;
16) Rua Carlos Sampaio;
17) Rua do Rezende;
18) Rua André Cavalcanti;
19) Vila Rui Barbosa (atual do prédio da Petrobrás - Edisen); e
20) Colégio Cruzeiro.

8a. Foto aérea de 1923 com indicações:
1) Praça da Cruz Vermelha;
2) Rua Mem de Sá;
3) Rua Ubaldino do Amaral;
4) Rua Washington Luis;
5) Rua Henrique Valadares;
6) Cruz Vermelha Brasileira;
7) Rua dos Inválidos;
8) Rua do Riachuelo;
9) Rua do Rezende;
10) Rua Carlos de Carvalho; e
11) Rua Carlos Sampaio. 
 
8b. Aqui vemos em profundidade a Rua do Rezende em foto ao redor de 1890. O fotógrafo está no Morro de Santa Teresa (altura da Rua Paula Matos) com a câmera direcionada para o Morro de Santo Antônio visto ao fundo. Na lateral esquerda vemos o Morro do Senado.

9. Fotografia de 1914 mostrando a Casa de Oswaldo Cruz na Rua do Rezende, nº 128. A edificação foi tombada em 1991 e ali funcionaram diversas organizações de saúde pública. Hoje pertence ao Instituto Nacional do Câncer - INCA. O prédio fica voltado para o começo da Rua André Cavalcanti. Vide nº 18 na foto 8.

10. Outra foto do edifício sede do Departamento Geral de Saúde Pública - DGSP datada de 1927.
 
10a. Esta foto de 1914 mostra o citado casarão visto da Rua André Cavalcanti.
 
11. 1958. Bonde 69 (Praça Tiradentes - Aldeia Campista) desce a Rua Vinte de Abril e, pela posição dos trilhos, vai entrar na Rua do Senado. Ao fundo vemos as árvores da Praça da Cruz Vermelha. No mapa da foto 8 este cruzamento está exatamente no número 11. 

12. Foto extraída de cartão postal circulado em 1912. Consta ter sido esta fotografia tirada do alto da torre do Quartel Central do Corpo de Bombeiros com a câmera voltada para o Morro de Santa Teresa, ao fundo. Em primeiro plano vemos a extinta Vila Ruy Barbosa localizada na quadra inteira compreendida entre a Rua Henrique Valadares, Rua do Senado, Rua dos Inválidos e Rua Ubaldino do Amaral, local hoje do prédio da Petrobrás (nº 19 da foto 8).
 
13. Aqui vemos uma imagem de baixa qualidade de uma das entradas (Rua Dídimo) da citada vila em 1905. A enorme empreendimento habitacional possuia um corpo central de blocos iguais paralelos e quatro corpos externos de três pavimentos em cada esquina da quadra, intercalados por corpos de dois pavimentos. Eram ao todo 145 casas para famílias (voltadas para fora e para dentro da vila com até 100 m²) e 324 cômodos (de 30 m²) para solteiros. Ainda possuía lavanderia, forno para incinerar lixo, dois armazéns, açougue, farmácia, sapataria, carvoaria e um restaurante. Tudo isso dentro de uma área arborizada com calçamento e iluminação. Segundo pesquisa realizada havia dois acessos ao interior da vila. O mais importante era o que interligava a Rua Henrique Valadares à Rua do Senado, chamava-se Rua Dídimo (a mesma ruela que existe ainda hoje). O segundo acesso, chamado Rua Leon Simon (nome do proprietário da vila), partia da Rua dos Inválidos até a citada Rua Dídimo cortando três travessas internas (Chiquita, Bem Te Vi e Adélia). Na foto 8 é possível entender parte desta descrição entre os nºs 9, 12 e 19. A vila começou a ser construída entre 1889-90, inaugurada em 1901 (as obras prosseguiram até 1912) e demolida aos poucos até 1973 para a construção de um série de edifícios residenciais, contudo o projeto inicial não se concretizou e apenas os três prédios, ainda hoje existentes, voltados para a Rua Ubaldino do Amaral (nºs 70, 80 e 90) foram entregues. Alguns historiadores atestam que nesta vila residiram muitas personalidades importantes da vida carioca, entre eles o empresário Silvio Santos (1931-2024), o escritor Paulo Coelho (1947-?), o ator e compositor Mário Lago (1911-2002), Roberto Figueiredo (o último locutor do famoso Repórter Esso, 1934-2021), os cantores Agnaldo Timóteo (1936-2021) e Osvaldo Nunes (1930-1991), o maestro Heitor Villa Lobos (1887-1959), a atriz e radialista Daisy Lúcidi (1929-2020), a cantora lírica Bidu Sayão (1902-1999), a cantora Dalva de Oliveira (1917-1972) e seu marido Herivelto Martins (1912-1992), Silvio Caldas (1908-1998) e Pery Ribeiro (1937-2012).

13a. Esquema gráfico do arruamento da vila.
 
14. Anos 60. Entrada da vila (Rua Leon Simon) pela Rua dos Inválidos, nº 70. Observar o letreiro. Após a demolição o terreno ficou vazio por anos, utilizado para estacionamento e área de montagem de espetáculos circenses ocasionais. Em 2008 começaram as obras que culminaram com a inauguração do gigantesco Edisen da Petrobrás (Av. Henrique Valadares, nº 28) em 2012 .
 
15. Foto recente extraída do Street View mostra a esquina da Rua Henrique Valadares (à esquerda) com a Rua dos Inválidos (à direita), onde há uma parte remanescente da antiga Vila Ruy Barbosa (casas 2 e 98), tombada pelo Patrimônio Histórico. Uma outra parte continua de pé, na esquina oposta, Rua do Senado com Rua Ubaldino do Amaral.

16. Encerramos com esta foto aérea de 1938 abrangendo parte da região com indicações:
1) Praça da República;
2) Corpo de Bombeiros;
3) Instituto de Eletrotécnica;
4) Vila Rui Barbosa (hoje Ed. Petrobrás - Edisen);
5) Rua Ubaldino do Amaral;
6) Rua do Senado;
7) Rua dos Inválidos e Igreja Santo Antônio dos Pobres;
8) Rua 20 de Abril; e
9) Rua Carlos de Carvalho.

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