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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

ZONA PORTUÁRIA - Santo Cristo, Gamboa e Saúde

Santo Cristo
 
 
1. Foto aérea do principal trecho do bairro com destaque para a Praça Santo Cristo e Igreja de Santo Cristo dos Milagres.
 
2. A igreja em foto de 1920. Foi uma das primeiras igrejas construídas na zona portuária da cidade. O templo teve origem numa pequena capela erguida ainda em meados do século XIX. No século seguinte foi finalizada a construção da igreja atual que deu nome ao bairro.
 
3. 1924. Aspecto de uma feira livre diante da igreja.

4. 1990. Um ônibus desce o Viaduto São Pedro-São Paulo em direção à praça. Notar que a torre sineira do centro perdeu suas características originais.
 
5. Rua Farnese e sua continuação ao fundo na Rua Saldanha Marinho. Pouca coisa mudou até os dias atuais.
 
5a. 1924. Largo do Santo Cristo. Esquina da Rua Santo Cristo com Rua América.
 
5a. 1920. Rua Guapi. Esta pequena via começa na Rua Nabuco de Freitas e segue até a encosta do Morro do Pinto, visto ao fundo.
 
6. Quiosque localizado na Rua da América. Esta via fica atualmente abaixo do Viaduto São Pedro-São Paulo e faz uma curva para correr paralela aos trilhos de trem em direção à Central do Brasil.

6a. Esta interessante fotografia por volta de 1900 mostra a Igreja de Santo Cristo vista de fundos à margem do mar, antes do aterramento feito na orla da zona portuária na gestão do Prefeito Pereira Passos. Na lateral esquerda está o Morro da Providência e no centro o Morro do Pinto (antigo Morro do Nheco). Comparar com foto 1.
 
6b. 1912. Morro do Pinto.

6c. Anos 40. Rua Marquês de Sapucaí em trecho desaparecido para a construção do Viaduto São Pedro - São Paulo. É comum as pessoas pensarem que a Rua Marquês de Sapucaí fica restrita ao local do Sambódromo, entretanto ela cruzava o Canal do Mague até perto do Largo do Santo Cristo. Com a abertura do Túnel Santa Bárbara e seus viadutos de acesso, nos anos 60, muitas construções precisaram ser demolidas.
 
Gamboa

7. O Morro da Gamboa em foto ao redor de 1886. Antes do aterramento era uma região essencialmente pesqueira.
 
8. 1881. Ramal Ferroviário Marítimo da Gamboa para escoar café, local atual da Cidade do Samba. Ao fundo o Morro da Providência.

8a. Localizada no limite dos bairros de Santo Cristo e Gamboa (vide foto 25), a Cidade do Samba Joãozinho Trinta foi criada em 2006 e concentra o barracão de 14 Escolas de Samba num espaço de 92 mil m². O complexo não funciona somente no período pré carnavalesco, pois há diversas atividades culturais o ano todo. No canto inferior direito vemos parte do Morro da Providência.
 
8b. Gravura atribuída a Alfred Martinet de 1847. Observar a semelhança com a foto seguinte.
 
9. Antiga gravura de Auguste Sisson datada ao redor de 1852 mostra o Saco da Gamboa com destaque para o Cemitério dos Ingleses, fundado em 1809, ao pé do Morro da Providência. A região, localizada entre o Saco do Alferes e a Praia da Saúde, era essencialmente voltada para a atividade pesqueira e seu acesso se dava pela antiga Rua do Cemitério, atual Rua Pedro Ernesto. Ao longo do tempo a Gamboa foi se tornando uma área de atividades portuárias, cheia de trapiches e armazéns durante o ciclo do café. 
 
9a. Gravura do Saco da Gamboa sem data conhecida. Assim como as duas anteriores o Cemitério dos Ingleses surge às margens da praia. 

9b. Pintura sem conhecimento de autoria e data. Vemos a região da Gamboa próxima ao mar com seus barcos pesqueiros. Entre os séculos XVIII e XIX o local era muito procurado pelos comerciantes ricos e aristocratas para fixarem suas residências próximas ao porto da cidade e do centro comercial. Além disso, a colina declinando em direção ao mar era aprazível. Dizem alguns historiadores que ali morou Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá (1813-1889), industrial, banqueiro e político, o homem mais rico do Império. A Gamboa, como bairro, nasceu oficialmente em 1981, quando foi separada de outros dois bairro: A Saúde e o Santo Cristo. Vide foto 25.

 
10. Foto ao redor de 1865 a partir do Morro do Livramento, no bairro vizinho da Saúde, em direção ao Morro e Saco da Gamboa. O Morro do Livramento fica localizado entre o Morro da Conceição e o Morro da Providência.
 
10a. 1922. Rua do Livramento esquina com Rua da Gamboa, vendo-se ao fundo o Morro da Providência. Após a abertura do Túnel João Ricardo este trecho foi extinto e incorporado à Rua Rivadávia Correia (saída do túnel).

 
11. Foto sem data da Escola José Bonifácio, de 1870, localizada na Rua Pedro Ernesto, nº 88. Atualmente funciona no prédio um centro cultural oferecendo cursos de música, dança e artesanato.

 
12. Antigo Moinho Fluminense localizado na Rua Sacadura Cabral, nº 290. Inaugurado em 1887, foi a primeira fábrica de moagem de trigo do pais, tendo funcionado no local até 2016.
 
12a. Outro ângulo.

  
13. Foto ao redor de 1905 mostra a fábrica por outro ângulo. O aterrado em frente será o local da Praça da Harmonia, também conhecida como Praça Coronel Assunção. O casario ao fundo, estendendo-se até a lateral direita da imagem, ainda existente, fica situado na antiga Rua da Saúde, atual Rua Sacadura Cabral.
 
14. Foto sem data, contudo, tal qual a anterior, mostra as águas da Baia de Guanabara bem próximas à fabrica, numa época em que o aterramento da zona portuária para criação da Av. Rodrigues Alves ainda não havia ocorrido.

15. Nesta imagem, ao redor de 1894, é possível entender porque há barcos nas imediações da fábrica conforme descrito na foto anterior. Atrás da fábrica está o Morro do Livramento.

16. Desde 1885 havia na praça um grande mercado, desaparecido por volta de 1910 para a urbanização do logradouro que vemos nesta foto. Notar, como era costume na época, um coreto no centro da praça. Ele ainda existe.

17. Foto aérea alguns anos mais tarde. 
 
17a. Provável década de 50.
 
18. Foto aérea ao redor de 2012 mostra a Praça da Harmonia e seu entorno.
1) Moinho Fluminense;
2) Praça da Harmonia;
3) 5º Batalhão da PM;
4) Rua Sacadura Cabral;
5) Rua Pedro Ernesto;
6) Rua Antônio Lage;
7) Av. Venezuela;
8) Rua do Moinho;
9) Centro Psiquiátrico do RJ - CPRJ;
10) Antiga Av. Perimetral (demolida em 2014)¹;
11) Rua do Propósito;
12) Rua Silvino Montenegro;
13) Rua do Livramento;
14) Associação dos Guardas Portuários do RJ;
15) Via Binário (em construção, inaugurada em 2013);
16) Sindicato dos Estivadores do RJ;
17) AquaRio (em construção, inaugurado em 2016);
18) Armazém 5 (atual Armazém da Utopia); e
19) Armazém 6 (atual Museu de Cera).
Obs.: ¹ Em seu lugar foi construída a Orla Prefeito Luiz Paulo Conde que integra o ambicioso Projeto Porto Maravilha, ainda não totalmente concluído.
 
18a. Sem data. Túnel da Marítima. Antigo túnel ferroviário, de 1879, que ligava a Estação D. Pedro II (atual Central do Brasil), ao bairro da Gamboa. Com apenas uma galeria de 315 metros de extensão, perfurando o Morro da Providência, alcançava a região do Cais do Porto, a fim de facilitar o escoamento de mercadorias aos armazéns. Após décadas de abandono, desde 2017, é utilizado pelo sistema VLT, após ampla modernização.

 Saúde
 
19. Entrada da Ladeira do Livramento em foto ao redor de 1928. Esta ladeira tem início na Rua Sacadura Cabral, quase em frente ao Hospital dos Servidores do RJ. Ela sobe o morro de mesmo nome até a Igreja de N. Sra. do Livramento. Hoje em dia este trecho não sofreu qualquer alteração em seu visual.

19a. Aspecto do Morro do Livramento em foto de 1903. Ao fundo a Igreja de N. Sra. do Livramento.

20. 1905. Antigo dique da Saúde.
 
21. 1905. Aqui vemos, ao fundo, o velho Cais do Valongo, construído em 1811. No final do século XVIII o mercado de escravos africanos foi transferido do Cais da Praça XV para esta região onde atualmente está a Av. Barão de Tefé (antiga Rua do Valongo), continuação natural da Rua Camerino até as água da baía. O comércio de escravos foi extinto em 1831 e o local passou a ser um grande largo (Largo da Imperatriz, depois Largo da Redenção), rodeado de diversos negócios. A construção à direita resistiu ao tempo e hoje abriga o Hotel Barão de Tefé, nº 99 da avenida.

22. Em 1843 o cais foi reformado para se transformar no Cais da Imperatriz, fazendo desaparecer por completo o anterior. Este novo ancoradouro também foi aterrado em 1904 durante as obras de criação do novo Porto do Rio de Janeiro durante a gestão do Prefeito Pereira Passos. Recentemente, em 2011, com o início das obras de revitalização do Projeto Porto Maravilha foi descoberta parte das ruínas da estrutura de pedras do Cais do Valongo e de seu sucessor, o Cais da Imperatriz. Imediatamente o conjunto foi preservado e tombado pelo IPHAN, sendo reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade em 2017. Nesta foto recente do mesmo local, em ângulo oposto a foto anterior, vemos em primeiro plano as pedras originais do citado cais que se tornou local de visitação turística.
 
22a. 1911. Vemos a antiga Praça Municipal, atual Praça Jornal do Comércio, localizada no cruzamento da Av. Barão de Tefé com Rua Sacadura Cabral, próxima ao Cais do Valongo.
 
23. Largo de São Francisco da Prainha em foto sem data. No século XIX havia ali somente areia e mar, contudo após sucessivos aterros tudo mudou nas imediações da Praça Mauá. A atividade portuária cresceu vertiginosamente e os estivadores se encontravam no largo com imigrantes portugueses do comércio e negros libertos. Essa convivência, nem sempre pacífica, acabou por tornar o logradouro em local de "má fama", devido ao forte preconceito racial remanescente da época da escravidão. A proximidade do largo com a Pedra do Sal, região onde os negros residiam, praticavam sua religião, dançavam e batucavam música proibida (samba), prejudicou ainda mais sua reputação. O largo tem esse nome devido a Igreja de São Francisco da Prainha localizada no alto de uma ladeira próxima que sobe o Morro da Conceição.
 

24. Após a revitalização da região do porto da cidade (2012-2016), o largo que estava abandonado e esquecido ganhou fôlego e ressurgiu como uma das melhores opções para ouvir música ao sabor de comes e bebes ao ar livre. A Prainha como é conhecida pelos íntimos, nas tardes e noites de fim de semana, recebe turmas descoladas de todos os cantos da cidade acomodadas em mesas sobre as ruas de paralelepípedos num ambiente amigável e animado. Tudo isso ocorre numa área de apenas 600 metros quadrados cercada de sobrados centenários pintados em cores vivas onde funcionam diversos bares e restaurantes. Esta botecagem como passou a ser chamado estes novos points caiu no gosto dos cariocas e visitantes até do exterior. 
 
24a. 1940. Fortaleza de N. Sra. da Conceição. Construída em 1718 para a defesa do antigo cais do porto da cidade. A fortaleza foi tombada em 1938 e hoje abriga um complexo cultural histórico e o Centro de Geoinformação do Exército. Rua Major Daemon, nº 81 - Saúde, no alto do Morro da Conceição.
 
25. Apresentamos agora ao caro visitante uma imagem recente de satélite com os três grandes bairros da zona portuária da cidade perfeitamente delineados para melhor entendimento. Além das citações na própria foto fizemos indicações de alguns pontos de referência para facilitar:
1) Praça da República;
2) Praça Mauá;
3) Praça da Harmonia (vide foto 17);
4) Cidade do Samba (vide foto 8a);
5) Rodoviária Novo Rio;
6) Morro da Conceição;
7) Praça Santo Cristo (vide foto 1);
8) Pedreira de São Diogo;
9) Praça Tiradentes;
10) Largo de São Francisco de Paula;
11) Largo da Carioca;
12) Morro de São Bento;
13) Morro do Livramento; e
14) Sambódromo.
 
Av. Rodrigues Alves / Viaduto da Perimetral
 
26. Av. Rodrigues Alves (antiga Av. do Cais) ao redor de 1910. Sem trânsito.

27. Foto dos anos 20 em trecho não identificado oposto a foto anterior.
 
28. Cerca de 1902. O começo das obras de abertura da Av. do Cais e dos armazéns do porto.
 
28a. 1904.
 
28b. Cerca de 1908.
 
29. Cerca de 1915. Trecho indeterminado.

30. Aspecto dos armazéns em foto sem data conhecida.

31. 1971. Passarela próxima à Rodoviária Novo Rio. Ainda sem o Viaduto da Perimetral.
 
31a. 1968. Tomada da avenida no trecho final, próximo à rodoviária, vista na lateral esquerda. O último arnazém do porto está à direita da imagem, o mesmo visto na foto anterior. Nesta ocasião ainda não havia a passarela nem o viaduto. Ao fundo estão os depósitos do gasômetro.
 
32. Tomada a partir da pista da avenida em 1937. Ao fundo destaca-se o prédio do Ed. "A Noite", na Praça Mauá.

33. Esta foto aérea, ao redor dos anos 30, captou toda a extensão da Av. Rodrigues Alves em profundidade a partir da Praça Mauá vista na parte baixa da imagem.
 
34. Bela foto aérea datada de 1927. Ela abrange parte da zona portuária desde a Praça Mauá (no alto à esquerda da imagem) até o Armazém nº 4, próxima à Av. Barão de Tefé. 

35. 1968. Pela posição do Ed. "A Noite", no canto superior direito, o trecho aqui visto deve ser próximo à Av. Francisco Bicalho.
 
36. Anos 70, antes do viaduto.
 
36a. 1963. Av. Rodrigues Alves esquina com Rua Rivadávia Correia. Atualmente este local está completamente transfigurado.
 
36a. Cerca de 1970.
 
37. Trecho não reconhecido. Nos anos 70 foi construída a continuidade do Elevado da Perimetral sobre toda a extensão da avenida.
 
37a. 1976.

37b. O transporte das vigas de sustentação.
 
38. Trecho não reconhecido.  
 
39. Foto de meados dos anos 70 próxima da Praça Mauá. A segunda etapa do Viaduto da Perimetral já pronto neste trecho.
 
40. Imagem oposta a anterior. O viaduto, com quatro faixas de rolamento, foi construído em três etapas: a primeira, concluída em 1960, ligava a Av. General Justo (no final do Aterro do Flamengo, ao lado do Aeroporto Santos Dumont) à Av. Presidente Vargas (região da Candelária), passando sobre a Av. Alfredo Agache e Praça XV; a segunda etapa, concluída em 1974, ligava o final da primeira etapa à Av. Rodrigues Alves (trecho próximo à Praça Mauá) passando ao lado da área do 1º Distrito Naval; a terceira e última etapa, concluída em 1978, ligava o final da segunda ao Viaduto do Gasômetro, próximo à Rodoviária Novo Rio, passando sobre toda a extensão da Av. Rodrigues Alves, facilitando definitivamente o trânsito de veículos entre a Zona Sul da cidade e a Ponte Rio-Niterói, sem paradas, nos dois sentidos. Como parte dos preparativos para os grandes eventos esportivos na cidade (2014-2016), o viaduto foi demolido por duas implosões no final de 2013 e começo de 2014.
 
41. Cerca de 1965. Vemos a construção do Viaduto do Gasômetro com a silhueta da Rodoviária no fundo à esquerda. No centro da imagem identificamos, também ao fundo, o Morro de São Diogo, próximo à Av. Francisco Bicalho.