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quinta-feira, 23 de março de 2023

APÊNDICE XIII - Ilhas do litoral carioca

Esta postagem é muito interessante, pois trata de um assunto pouco conhecido dos cariocas. A quantidade de ilhas e ilhotas próximas à orla da cidade surpreende em vários aspectos. Infelizmente fotos antigas delas são raríssimas.

Ilhas Oceânicas

Arquipélago das Cagarras: formado por quatro ilhas e quatro ilhotas - Redonda, Comprida, das Palmas, Cagarra, ilhota Redonda, ilhota Cagarra, ilhota Pequena e ilhota Grande. Considerada grande área de proteção ambiental. O arquipélago pode ser visto a partir da Pedra do Arpoador ou da praia de Ipanema.

 
1. Posicionamento do arquipélago das Cagarras. A ilha Redonda e ilhota Redonda, fora do mapa, ficam mais abaixo da ilha Comprida

1a. Foto aérea com indicações: 1 - Ilha Cagarra, 2 - Ilha Laje Mathias, 3 - Ilha Redonda, 4 - Ilha das Palmas e 5 - Ilha Comprida.

Arquipélago da Tijuca: distante apenas 1,5 km da Paria do Pepê. É formado por quatro ilhas - Pontuda, Alfavaca, do Meio e Lajes da Tijuca. O arquipélago pode ser avistado da praia da Barra da Tijuca (Quebra-mar) sendo muito procurado por mergulhadores e pescadores.

 
2. As ilhas do arquipélago da Tijuca.
 
3. Alfavaca e Pontuda. 
 
Ilha Rasa - onde há um farol de sinalização marítimo, inaugurado em 1829, guarnecido por quatro militares da Marinha. Em 1883 o farol foi modernizado e passou a ser movido a energia elétrica. A ilha pode ser avistada das praias de Copacabana e Ipanema.

 
4. O farol da ilha Rasa em 1918.

4a. 1909. Ilha Rasa ou Ilha do Farol.

Ilha do Frade - fica muito próxima ao litoral de Barra de Guaratiba (Ponta do Bicão), quase na Praia da Marambaia.

Ilha Rasa de Guaratiba - esta ilha possuiu um farol de sinalização marítimo, entretanto nada encontramos sobre sua história.

 
5. Frade e Rasa de Guaratiba.

Ilha das Peças - formada por bancos de areia, manguezais, rochedos e mata Atlântica. Pertence à área de proteção ambiental de Grumari.

Ilha das Palmas - vizinha de maior tamanho da ilha das Peças, avistada da Praia de Grumari, distante 1,2 km. As duas ilhotas são conhecidas como santuário de aves marinhas e local propício a pescaria. Na ilha de Palmas também encontra-se uma subsede do Iate Clube do RJ, um paraíso particular dos sócios.

 
6. Peças e Palmas.
 
Ilha Cotunduba - encontra-se pouco antes da entrada da Baia de Guanabara e pode ser vista da Praia Vermelha ou da Pedra do Leme (Caminho dos pescadores ou do alto do Forte Duque de Caxias). É uma ilha de pequena dimensão, desabitada e reserva biológica para pesquisas e estudos focados na preservação das espécies nativas vegetais. Suas águas cristalinas atraem amantes da natureza em busca de esportes náuticos e submarinos. Um verdadeiro paraíso a poucas remadas da costa em 30 minutos.

 
7. Cotunduba.
 
7a. Foto recente da ilha de Cotunduba.
 

Ilhas da Baía

Sob Controle da Marinha do BrasilVillegagnon (acessível por ponte próxima ao Aeroporto Santos Dumont, local da Escola Naval), Cobras (ligada ao continente pela ponte Arnaldo Lux, local de diversas unidades da Marinha, com destaque para o Arsenal. No passado foi importante fortificação de defesa contra invasores vindos do mar), Fiscal (antigo posto alfandegário do Império. É ligada à Ilha das Cobras por um passadiço; no local funciona um museu e o Depto. do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha - DPHDM) e Enxadas (onde está instalado o Centro de Instrução Almirante Wandenkolk - CIAW). Há postagem específica sobre as ilhas Fiscal e das Cobras aqui.

7a1. 1921. Ilha das Enxadas.

Ilha da Laje -  pequena ilha rochosa localizada na entrada da Barra da Baia de Guanabara, entre o Morro Cara de Cão e a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói. A história da ilha retroage ao tempo da invasão francesa em 1555. Atualmente existe o Forte Tamandaré da Laje sob a guarda do Exército, ficando subordinada ao comando da Fortaleza de São João, na Urca. Em 1997 a fortaleza foi desativada e as peças de artilharia estão em mau estado de conservação. Surfistas são atraídos ao local atrás de ondas gigantes.

7b. Fortaleza da Ilha da Laje ao redor de 1893.

 7c. Ilha da Laje.

Ilha da Pompeba - localizada próximo ao Cais do Porto da cidade, no trecho próximo à Av. Francisco Bicalho, no bairro do Caju. Trata-se de uma ilha artificial, surgida naturalmente a partir dos diversos aterros que a região do cais sofreu no começo do século XX.

Ilha Santa Bárbara - outra ilha da zona portuária, situada próxima a Ilha da Pombeba, na altura do AquaRio.

 
8. Ilhas da Pompeba e Santa Bárbara.

 
8a.Ilha de Santa Bárbara. No passado havia aqui a Fortaleza de Santa Bárbara, hoje existem somente suas ruínas. Também um Hospital de Variolosos foi instalado na ilha que serviu de enfermaria e cárcere para prisioneiros da Marinha.

Ilha do Fundão - Esta ilha foi o aterramento de outras oito ilhas próximas para a construção da Cidade Universitária da UFRJ. Há postagem isolada aqui.

Ilha do Governador - Uma das ilhas mais conhecidas da cidade, onde se encontra o Aeroporto Internacional Tom Jobim. É um bairro constituído por quatorze sub-bairros. Vide maiores detalhes aqui.

Arquipélago de Paquetá - Composto por diversas ilhas e ilhotas: do Brocoió, do Braço Forte, Casa de Pedras, Comprida, do Ferro, das Flores, Jurubaíba (duas ilhas interligadas por um banco de areia), dos Lobos, do Manguinho, de Pancaraíba, da Pitta, Redonda, Itapacis e de Tapuamas (de Fora e de Dentro - ilha do Sol). A principal ilha do arquipélago, a Ilha de Paquetá, é considerado bairro da cidade do Rio de Janeiro.

 
9. Paquetá. A linha vermelha define o trajeto da barca saindo da Praça XV até a estação de passageiros na ilha.
 
9a. 1954. Esta é a Ilha do Braço Forte na qual um depósito de explosivos e inflamáveis da administração portuária se incendiou seguido de grande explosão que transformou a pequena ilha num inferno. Dezessete bombeiros perderam a vida pouco depois de terem chegado para combater as chamas. O estrondo foi tão alto que foi ouvido em diversos bairros ao redor da baía.
 
10. Principais praias e ruas da ilha de Paquetá. Sua área é de 1.216 km² com uma população de 3.612 habitantes. Seu relevo é constituído por nove morros e sua orla possui doze praias.
 
11. Paquetá ao redor de 1885.

12. Cerca de 1914.
 
13. Cerca de 1884. Paria dos Coqueiros em Paquetá.
 
14. Praia dos Coqueiros cerca de 1950.  
 
15. Data e local da ilha desconhecidos.
 
16. Anos 30. Antiga estação das barcas.
 
17. Cerca de 1890.
 
18. Praia do Lameirão. 
 
19. Praia dos Tamoios. 
 
20. Cerca de 1945. Capela de São Roque - Paquetá.

21. Paróquia do Senhor Bom Jesus do Monte.
 
22. Provável anos 70. Praia da Moreninha.
 
 
23. Pedra da Moreninha ao redor de 1975.
 
24. Cerca de 1980. Praia José Bonifácio. 
 
25. Anos 20. Tomada aérea das ilhas de Paquetá (acima) e Brocoió (abaixo).
 
26. Anos 60.  Ilha dos Lobos.

Ilhotas do Cambembe, Santa Rosa e Raimundo - Estas três ilhotas estão localizadas entre a ilha do Governador e o continente (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes - CEFAN, Av. Brasil, nº 10.590-Penha). A de Cambembe, em função de aterros, fica atualmente mais próxima à ilha do Governador, à margem da Linha Vermelha, ao lado de instalações pertencentes ao Aeroporto Internacional Tom Jobim.

27. Ilhas do Raimundo, Santa Rosa e Cambembe.

Entre o Arquipélago de Paquetá e a Ilha do Governador existe uma série de quatorze ilhotas. Quatro delas ficam na costa leste da ilha do Governador, próximas ao bairro do Bananal: Rijo (cedida à Marinha desde 1909). Milho, Aroeiras e Palmas. Mais ao sul temos três ilhas: Rasa, Mestre Rodrigues e Manoéis de Dentro. A ilha do Boqueirão fica distante 300 metros ao norte da ilha do Governador, mas pertence ao bairro Freguesia. Abriga dependências de munições da Marinha. À noroeste desta última fica a ilha de Tipiti-Açu, um amontoado de pedras sem vegetação. Duas ilhas ficam à leste/sudeste da ilha do Boqueirão: ilhas de Nhanquetá e Viraponga.

28. Na partição esquerda do mapa estão as ilhotas próximas à Ilha do Governador. A partição direita pertence ao arquipélago de Paquetá (vide foto 9).

29. As ilhas d'Água e Mãe Maria ficam ao norte da Ponta da Ribeira, sul da ilha Manoéis de Dentro, não abrangidas pelo mapa anterior. A primeira foi transformada em terminal aquaviário da Refinaria Duque de Caxias - Reduc. A outra abriga uma pousada paradisíaca.

30. Ilha d'Água. Quatorze dutos submarinos desde a refinaria alimentam os reservatórios da ilha para abastecimento de navios-tanques transportadores de gasolina, diesel, álcool e óleo.

 
31. A pequenina ilha da Mãe Maria e sua linda pousada. Ao fundo a ilha d'água.

32. Ilha Seca. A ilhota é programa para os adeptos do ecoturismo e localiza-se próximo à Ponta da Causa Má, no bairro da Cacuia e pode ser avistada da praia do Alentejo. Ao fundo da foto vemos a Ponte Rio-Niterói e o Morro do Pão de Açúcar.

 Baía de Sepetiba

A baía de Sepetiba é um corpo de águas salinas e salobras e se localiza entre o continente e a Restinga da Marambaia Possui grande extensão navegável e abriga também o Porto de Sepetiba. É um local com grande variedade de peixes, aves e moluscos, um verdadeiro santuário ecológico. Existe uma certa quantidade de ilhas, rios e mangues.

Entre as principais ilhas na baía de Sepetiba, destacamos a ilha do Bom Jardim (no estuário do Rio do Portinho), ilha de Jaguanum, ilha Guaíba e, a mais famosa delas, a ilha de Itacuruçá

Outras ilhotas: dos Urubus (na boca do Canal de São Francisco, em Santa Cruz), da Pescaria (sob controle da Base Aérea de Santa Cruz. É ligada ao continente por um imenso píer), do Tatu (próxima à praia de Sepetiba), do Batuque (ao sul da ilha do Jardim), Jurubaíba (à sudoeste da ilha de Itacuruçá), das Cabras (à noroeste da ilha dos Martins), das Ostras (à nordeste da ilha dos Martins), Guaíba (avistada da paria do Junqueira, em Mangaratiba), Guaibinha (idem), do Guaiá Grande e do Guaiá Pequeno (ambas ao sul da ilha de Jaguanum), do Vigia Pequeno (ao norte da ilha do Vigia Grande), da Baía (à nordeste da ilha do Vigia Grande), Duas Irmãs (próximas à Praia Grande), Guaraqueçaba, do Cavalo (no estuário do Rio Piracão) , Nova (idem), das Baleias (idem), Suruquai (idem) e do Capão (no estuário dos rios Piracão e do Portinho).

 33. Mapa da baía de Sepetiba e suas principais ilhas (vide posicionamento, se baseando na ilha das Palmas vista no canto inferior direito, no mapa da foto 6).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

APÊNDICE XII - Aterramentos da orla

Região do Centro e Zona Portuária
 
  
 
1. Este mapa ilustrativo fornece uma ideia exata de todas as áreas da orla do centro da cidade aterradas ao longo do século XX. Além das descrições, assinalamos para melhor localização do visitante:
1) Morro do Castelo (extinto em três etapas: a 1ª em 1904, a 2ª entre 1921-22 e a última em 1927);
2) Morro de Santo Antônio (extinto quase totalmente entre 1959-61);
3) Morro de Santa Teresa;
4) Morro do Senado (extinto entre 1880-1913);
5) Morro de São Bento;
6) Morro da Conceição; e
7) Morro do Livramento.

2. Temos aqui um outro antigo mapa de toda a região central e portuária da cidade com sobreposição de imagem por satélite evidenciando os aterros em toda a orla. A Enseada da Glória vista aqui no canto inferior direito está, no mapa anterior, no canto superior esquerdo. Marcamos, com linhas tracejadas, as duas principais artérias viárias: A Av. Rio Branco e, perpendicularmente, a Av. Presidente Vargas, a fim de facilitar o entendimento. Chamamos a atenção do visitante para a região portuária vista na parte superior esquerda. A intervenção do homem ao longo dos anos é impressionante.
 
 Santa Luzia, Lapa e Enseada da Glória

 

3. A área da Praia de Santa Luzia ficava compreendida entre a Ponta do Calabouço (vide foto anterior, uma ponta que se estende em direção ao Aeroporto Santos Dumont) e o começo da Praia da Lapa (vide foto seguinte). O primeiro aterramento foi feito entre 1904-06, durante a administração do Prefeito Pereira Passos. Alguns anos depois a Av. Beira-mar foi estendida até a Ponta do Calabouço. Contudo a grande intervenção veio entre 1921-22 quando o Morro do Castelo foi demolido e sua terras foram lançadas nesta região para que fossem erguidos os pavilhões da Exposição Internacional Comemorativa ao Centenário da Independência.

4. A extinta Praia da Lapa ficava em frente ao Passeio Público. A primeira intervenção humana foi a construção, por volta de 1860, de uma mureta de concreto que servia de quebra-mar e uma estreita pista utilizada por carroças e, mais tarde, por bondes e carros. O local era apenas utilizado pela atividade pesqueira. De 1904 a 1906, foi criada a Av. Beira-mar, afastando o mar alguns metros adentro. A foto aqui apresentada mostra a região do aterramento estendendo-se até a Enseada da Glória com o terreno da futura Praça Paris já delineado para urbanização.
 
 
5. Nesta fotografia, de 1905, vemos as obras de aterramento da orla da Glória próximas ao morro de mesmo nome.
 
Flamengo e Botafogo
 
6. O aterramento da orla do Flamengo foi feito na mesma ocasião do realizado na Lapa e na Glória. Tratava-se, naturalmente, da continuação da Av. Beira-mar. Antes as águas calmas da praia do Flamengo iam até as poucas construções que ali existiam. Nesta foto, ao redor de 1906, vemos uma comissão de responsáveis inspecionando o resultado do aterro que permitiu a construção de duas pistas e um muro onde as águas do mar batiam.

7. Aqui vemos a Praia de Botafogo, por volta de 1904, sendo aterrada. Tal qual a Praia do Flamengo foi a extensão natural da Av. Beira-mar. As duas praias se uniam pela antiga Av. da Ligação (atual Av. Oswaldo Cruz), já que ao redor do Morro da Viúva não existia caminho. Isto somente foi realizado nos anos 20, quando parte deste morro foi "aparado" para a passagem de uma pista para carros inicialmente denominada Av. do Contorno (atual Av. Rui Barbosa). Este foi o derradeiro trecho da grande obra do Prefeito Pereira Passos na orla da cidade que começava na Ponta do Calabouço e terminava nos pés do Morro do Pasmado, de onde provavelmente esta foto foi tirada.

Copacabana

8. A orla de Copacabana em foto ao redor de 1900. Um local de difícil acesso e com anseios para pessoas abastadas construirem casas de veraneio.

9. Leme em 1915. Em 1905 o primeiro alargamento necessitou de 6 metros para a abertura de uma pista de rolamento precária com iluminação pobre. Quase não há tráfego de veículos.

 
10. Em 1919 uma pista de mão dupla com canteiro central e iluminação moderna exigiu o afastamento do mar para 12 metros. Agora vemos algumas construções baixas e esparsas.

11. O Posto V ao redor de 1956. Um paredão de prédios ocupa toda a orla, o canteiro central desapareceu e novos postes de iluminação retornaram para a calçada, entretanto a pista de automóveis permanece na mesma largura.

 
12. Foto entorno de  1975. Após o alargamento definitivo de 1969-71 o mar foi afastado para 93 metros! São duas pistas em cada sentido com três faixas de rolamento e um grande canteiro central sob o qual foi instalado um enorme emissário submarino. A calçada junto aos prédios também foi alargada. Havia (e ainda há), em alguns locais, postos de gasolina no canteiro central, assim como estacionamento nas calçadas junto aos prédios e próximo a areia, sendo este último extinto no começo dos anos 90 para a instalação de uma ciclovia. Os veículos sobre as calçadas, vistos nesta imagem, estão em flagrante infração de trânsito. A magnitude desta obra maravilhosa e cinquentenária trouxe um aspecto modernista ao bairro que atrai turistas do mundo todo.

Parque Brigadeiro Eduardo Gomes e Parque Carlos Lacerda 

(Mais conhecido como Aterro do Flamengo)

Outra obra de aterramento de grande envergadura foi realizada no período compreendido entre o final dos anos 50 e começo dos 60 nas orlas da Glória e Flamengo. Ao terminar o tráfego de veículos entre Copacabana e o Aeroporto Santos Dumont transformou-se em free way. Convidamos o caro visitante a conferir nossa postagem sobre estes fatos aqui.  

 Outros aterramentos

Outros aterros em regiões de orla da cidade foram realizados por conta da abertura da Av. Brasil e das alças de acesso à Ponte Rio Niterói. Favor visitar a postagem do Apêndice V (Praias extintas) aqui.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

APÊNDICE XI - Cabines de Troca de Roupa

 

1. Há um século não era costume as pessoas se deslocarem até as praias com roupas de banho mesmo que cobertas. Para as mulheres este momento era especialmente constrangedor já que deviam guardar o devido decoro. Para resolver esta questão social começaram a ser utilizadas cabines individuais pra troca de roupa no local, ou seja, na areia. Esta foto, de 1923, mostra algumas cabines enfileiradas com esta finalidade. Observar que as duas mulheres sentadas estão com roupas de uso comum enquanto as de pé já se trocaram. Pode não fazer muita diferença num olhar rápido, entretanto deixar as pernas de fora e os braços inteiramente à mostra era o traje apropriado às mulheres para o banho de mar. A moda feminina de praia é um capítulo à parte na história da cidade.

2. 1923. As cabines fixas vistas nestas duas fotos são de madeira com porta. O uso era público e provavelmente não pago

3. Copacabana 1922. Em algumas praias do Rio de Janeiro havia locais apropriados para troca e guarda de roupa, dispondo também de lanchonete com garçom, aluguel de boias e outras facilidades. Eram os conhecidos balneários. Uma das praias mais antigas da cidade, a Praia de Santa Luzia, possuia um famoso balneário muito utilizado para quem se deslocasse até ali em busca dos prazeres do banho de mar (vide foto 5). Havia também o Balneário Higth Life da Praia do Flamengo, próximo ao começo da Rua Paissandú e as cabines ao redor do Hotel Balneário da Urca, foto a seguir.

4. 1928. No citado Hotel Balneário da Urca havia minúsculas cabines públicas sob a mureta.
 
5. Cerca de 1905. Em destaque o Grande Estabelecimento de Banhos de Mar de Santa Luzia.
 
 
6. Copacabana 1922. Este modelo de cabine era totalmente desmontável para ser transportado com mais facilidade.
 
 
7. Copacabana 1922.

  

8. Copacabana 1922.

9. Copacabana 1922.
 
10. Copacabana 1922. Atrás do homem na extrema direita vemos uma fileira de barracas. Notar que para os homens era ainda constrangedor deixar o peitoral desnudo.
 
11. Copacabana cerca de 1930.
 
12. Anos 30 em frente à Rua Bolívar, em Copacabana. Modelo mais sofisticado, imitando uma casinha, provavelmente feita de palha.

13. Anos 20 no mesmo trecho da foto anterior. Modelo menor, certamente para crianças.
 
14. Anos 10. Modelos com rodas como estes não eram utilizados nas praias brasileiras.