Favela da Catacumba
1. Localização: Av. Borges de Medeiros próxima à "curva do calombo", na encosta do Morro dos Cabritos. Foi removida em 1970 e seus moradores transferidos para bairros mais distantes da Zona Sul. Ali existiam 1.857 barracos precários onde residiam 2.240 famílias em condições sofríveis de saneamento. O local era de alto risco de desabamentos em dias de chuva forte e difícil de ser urbanizado.
2. 1969. Barracos empilhados numa depressão natural entre duas elevações.
3. 1968. Ao fundo está a Av. Epitácio Pessoa, em Ipanema.
4. 1964. Trânsito de veículos ao lado das portas dos casebres localizados nas áreas mais baixas.
5. Contraste social dos anos 60: Automóvel de luxo, tipo "rabo de peixe", passa ao lado de pobres moradias num dos locais mais bonitos da cidade.
6. 1969.
7. A construção àdireita do carro é o posto policial. Como estaria hoje, 50 anos depois, o tamanho desta comunidade?
8. Anos 60. A favela existiu antes do aterramento para a duplicação da pista e o terreno em frente foi ocupado pelos moradores para diversas atividades como veremos a seguir. Ao fundo está o Morro Dois Irmãos, a Ilha dos Caiçaras e os altos prédios do entorno do Jardim de Alah.
9. Anos 60. Cena comum: enquanto lavadeiras cuidam de seus afazeres, meninos jogam bola num campo de terra.
9a. Da mesma série da foto anterior.
9b. Apesar do pouco movimento de veículos, nesta época, era um grande risco atravessar a pista.
10. Campo de "pelada" nos anos 50.
10a. 1969.
10b. 1970.
11. Década de 50. Crianças humildes em momento de brincadeira simples. Ao fundo a "curva do calombo". Vide foto 8.
12. 1965.
13. 1970. Pouco antes da remoção. Notar a cobertura do posto de gasolina bem em frente.
14. Foto do mesmo período anterior. Observar que a pista está duplicada e há um parquinho com tobogã junto à orla. Ao fundo vemos o Morro do Cantagalo.
Com a extinção da comunidade a área passou por um longo processo de reflorestamento e em 2008 foi inaugurado o Parque Municipal da Catacumba. São 27 hectares de área verde com grande diversidade de árvores, plantas e flores. Na parte baixa há dezenas de esculturas ao ar livre e na alta a vegetação é mais densa. É um lugar perfeito para caminhadas ecológicas seguras num percurso de 600 metros até o Mirante do Sacopã e a Pedra do Urubu onde se desfruta de excelente vista da Lagoa Rodrigo de Freitas, Jardim Botânico, Morro Dois Irmãos, Pedra da Gávea, Corcovado e das Praias de Ipanema e Leblon. Para os visitantes que praticam esportes radicais há opções de escalada, rapel, arvorismo e tirolesa. Excelente lugar de conservação ambiental para passar algumas horas de laser com a família e fazer piquenique nas praças. Av. Epitácio Pessoa, nº 3.000.
Favela da Praia do Pinto
15. A área delimitada em amarelo desta foto foi o local onde existiu a Favela da Praia do Pinto. Fizemos algumas marcações de ruas e locais a fim de facilitar o entendimento geográfico do visitante:
1) Rua Gilberto Cardoso;
2) Av. Afrânio de Melo Franco;
3) Rua Humberto de Campos;
4) Rua Fadel Fadel;
5) Ilha dos Caiçaras;
6) Clube Monte Líbano;
7) Associação Atlética Banco do Brasil - AABB;
8) Paissandu Atlético Clube;
9) Paróquia dos Santos Anjos;
10) Clube de Regatas Flamengo;
11) Local da futura Av. Borges de Medeiros;
12) Av. Epitácio Pessoa;
13) Morro do Cantagalo;
14) Morro dos Cabritos;
15) Favela da Catacumba;
16) Parque Proletário Provisório do Leblon.
16. O mesmo local em ângulo diferente e, decerto, em época anterior. A favela da Praia do Pinto era a maior do entorno da Lagoa com aproximadamente 96 mil metros quadrados.
1) Local da futura 14ª DP;
2) Rua Almirante Guilhem;
3) Rua Carlos Góis;
4) Rua Cupertino Durão; e
5) Parque Proletário Provisório do Leblon.
16a. Anos 50. Aspecto aproximado dos barracões do Parque Proletário Provisório do Leblon, ao lado da Favela do Pinto. Vide nº 16 da foto 15 e nº 5 da foto acima.
17. Mais uma fotografia aérea sem data, entretanto com maior amplitude. Identificamos:
1) Favela da Praia do Pinto;
2) Favela da Ilha do Guarda;
3) Favela da Ilha das Dragas;
4) Ilha dos Caiçaras;
5) Canal do Jardim de Alah;
6) Clube Monte Líbano;
7) Cruzada São Sebastião;
8) Condomínio dos Jornalistas;
9) Av. Afrânio de Melo Franco;
10) Av. Ataulfo de Paiva;
11) Av. General San Martim (ao lado da Praça Almirante Belfort Vieira);
12) Rua Almirante Guilhem;
13) Rua Carlos Góis;
14) Paróquia Santos Anjos;
15) Paissandu Atlético Clube;
16) Terreno da futura AABB;
17) Rua Visconde de Pirajá;
18) Rua Henrique Dumont;
19) Rua Prudente de Morais;
20) Av. Vieira Souto;
21) Country Clube do RJ;
22) Rua Barão da Torre;
23) Rua Redentor;
24) Rua Nascimento Silva;
25) Rua Barão de Jaguaribe;
26) Av. Epitácio Pessoa;
27) Rua Almirante Pereira Guimarães;
28) Morro do Baiano (atual Shopping Leblon); e
29) Clube de Regatas Flamengo.
17a. Anos 50. Nunca é demais esclarecer com detalhes ao visitante a posição exata da favela:
1) Lagoa Rodrigo de Freitas (com a Favela da Ilha do Guarda na margem);
2) Clube de Regatas Flamengo;
3) Favela da Praia do Pinto;
4) Paissandu Atlético Clube;
5) Paróquia Santos Anjos; e
6) 14ª Delegacia de Polícia Civil.
17b. Provável década de 60 com indicações:
1) Favela da Praia do Pinto;
2) Parque Proletário do Leblon;
3) Clube de Regatas Flamengo;
4) Jóquei Clube Brasileiro;
5) Favela da Ilha do Guarda;
6) Favela da Ilha das Dragas;
7) Ilha dos Caiçaras;
8) Lagoa Rodrigo de Freitas;
9) Corte do Cantagalo;
10) Praia de Copacabana;
11) Praia do Arpoador;
12) Praia de Ipanema;
13) Jardim de Alah;
14) Cruzada São Sebastião;
15) Condomínio dos Jornalistas;
16) Paróquia Santos Anjos;
17) Morro do Baiano;
18) Paissandu Atlético Clube ;
19) Clube Monte Líbano;
20) Av. Afrânio de Melo Franco;
21) Rua Ministro Raul Machado;
22) Rua Gilberto Cardoso;
23) Rua Adalberto Ferreira;
24) Rua Juquiá;
25) Rua Conde de Bernadotte;
26) Rua José Linhares;
27) Praça N. Sra. Auxiliadora;
28) Rua Mario Ribeiro;
29) Av. Borges de Medeiros; e
30) Av. Epitácio Pessoa.
18. 1969. No canto superior esquerdo vemos a Paróquia dos Santos Anjos, portanto ali é a esquina da Av. Afrânio de Melo Franco com Rua Humberto de Campos. A elevação vista depois (Morro do Baiano) é o local onde está hoje o Shopping Leblon. Neste período havia mais de 15 mil moradores na comunidade.
19. Aspecto deprimente de barracos sem a menor solidez em parcas condições sanitárias. Ao fundo identificamos a arquibancada do estádio do Flamengo. Atrás dela fica a Rua Ministro Raul Machado e o atual Ciep da Praça N. Sra. Auxiliadora. A favela e o clube cresceram ao mesmo tempo no final da década de 30 à beira da Lagoa.
19a. Ângulo semelhante ao da foto anterior.
20. Trecho não identificado. Barracos de madeira misturados com instalações elétricas clandestinas sem o devido cuidado contra riscos de incêndio. Um câncer social incrustado em área nobre da Zona Sul. As consequências logo se manifestariam, pois pequenos incêndios ocorriam de tempos em tempos.
21. Cerca de 1965. A favela não corria risco de desabamento em dias de temporal por estar em terreno plano, contudo o improviso era sempre considerado normal como pode ser visto nesta foto.
22. Foto inacreditável dos anos 60. Um remador passa em frente aos barracos sobre palafitas na Ilha do Guarda, em frente ao Clube Monte Líbano visto em parte no canto superior direito.
22a. Provável 1969. ângulo semelhante à foto anterior com destaque para o extenso Ed. Ipanema, no fundo à esquerda, localizado na Av. Epitácio Pessoa, nº 604, em frente ao Clube Caiçaras. Sua entrada principal fica na Rua Barão de Jaguaripe. Foi erguido em 1964 e continua no local até hoje.
23. Anos 50. Do outro lado da Lagoa vemos a Favela da Catacumba, portanto os barracos em primeiro plano são da ponta da Ilha das Dragas. Vide fotos a seguir.
24. Anos 60. É preciso esclarecer que a favela cresceu em direção à margem da Lagoa no trecho diante do Clube Monte Líbano e AABB conforme vemos nesta imagem. Este trecho ficou conhecido como Favela da Ilha do Guarda, cujos barracos mais próximos às águas eram em palafitas! Em primeiro plano, na saída do Canal do Jardim de Alah, uma outra área que avançava pelo espelho d'água (conhecida como Ilha das Dragas) também foi ocupada. Observem que o acesso era feito por uma pequena ponte. Nos anos 40/50 o crescimento populacional da comunidade foi vertiginoso devido a grande oferta de mão-de-obra na construção civil que trouxe trabalhadores oriundos de diversos cantos do país em busca de oportunidades de emprego. Era natural que a área da favela se expandisse para locais disponíveis nos terrenos adjacentes. No alto desta imagem vemos a grande região primitiva da favela exposta nas fotos 15 e 16. Assim sendo, eram três favelas que formavam este complexo. No canto superior direito vemos a sede do Clube de Regatas Flamengo, seu vizinho famoso, inaugurada ali em 1938.
25. Aqui vemos uma outra foto em ângulo diverso da região anterior. O Canal do Jardim de Alah é visto em profundidade no sentido praia e em primeiro plano a Ilha dos Caiçaras à esquerda e a Ilha das Dragas e sua favela à direita. Na extrema direita, em frente ao Clube Monte Líbano, está a Favela da Ilha do Guarda, que de ilha nada tinha, pois foi sendo aterrada aos poucos. Em março de 1969 estas duas favelas foram removidas sem grandes incidentes e seus moradores transferidos para outros bairros afastados da Zona Sul, principalmente Cidade de Deus (Jacarepaguá) e Cidade Alta (Cordovil). Os mais afortunados foram para a Cruzada São Sebastião a poucos metros dali, um conjunto habitacional atrás do Clube Monte Líbano com dez prédios paralelos, visto claramente nesta foto.
26. Em maio de 1969, um grande incêndio, nunca esclarecido claramente, destruiu cerca de mil barracos da grande Favela da Praia do
Pinto deixando ao desabrigo 9 mil moradores. A comunidade já era alvo do
plano governamental de remoção das favelas da Lagoa e o sinistro
ocorrido, de forma proposital ou não, serviu de pretexto para encerrar de vez
com a resistência dos moradores. Hoje no local existe um enorme condomínio
residencial com 40 blocos conhecido popularmente como "Selva de Pedra". Nesta foto é mostrado o desespero dos moradores diante de seus pertences espalhados e as chamas consumindo os barracos ao fundo. O fogo começou de madrugada e foi controlado somente às 10 h da manhã.
27. Os barracos não atingidos pelo fogo foram postos abaixo por tratores. Segundo dados da época do seu desaparecimento a favela possuía cerca de duzentos e cinquenta tendinhas de venda (vide foto 21), três escolas, cinco igrejas, terreiros de umbanda, uma Escola de Samba e um clube famoso de futebol amador.
28. Foto nos anos 30 abrangendo uma área pouco fotografada a partir do Morro Dois Irmãos, com a Lagoa ao fundo.
1) Favela da Praia do Pinto (atual "Selva de Pedra");
2) Clube de Regatas Flamengo;
3) Jockey Club Brasileiro;
4) Praça N. Sra. Auxiliadora;
5) Favela da Memória (atual 23º BPM);
6) Deságue do Canal do Jardim de Alah ao lado do Clube dos Caiçaras; e
7) Av. Ataulfo de Paiva esquina com Av. Bartolomeu Mitre.
Favela Paula Machado
29. Esta favela localizada às margens da Lagoa estendia-se do atual Clube Militar da Lagoa, passando pelo trecho da Hípica, Hospital da Lagoa, Igreja de São José, Ilha do Piraquê, chegando até o atual trecho do muro do Jóquei Clube. Lembramos ao visitante que, na época, a Av. Borges de Medeiros não existia e a margem da Lagoa alcançava todos estes pontos citados. Nesta foto dos anos 50 vemos alguns barracos, ao que parece sendo desmontados, com o Clube Naval da Ilha do Piraquê ao fundo. Também era conhecida como Favela da Hípica.
30. Anos 50. Morro Dois Irmãos ao fundo. A favela foi removida no começo de 1969 junto com as Favelas da Ilha do Guarda e da Ilha das Dragas para que o contorno da Lagoa pudesse ser completado através de aterramento e da construção de uma segunda pista de rolamento na Av. Borges de Medeiros.
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