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domingo, 23 de maio de 2021

COPACABANA - Trecho XIII - Praças Sarah Kubitschek e Eugênio Jardim e Corte do Cantagalo

Praça Sarah Kubitschek

 

1. A história da praça não é muito clara, pois passou anos em disputa judicial com documentos desaparecidos misteriosamente, indenizações recusadas oficialmente e subterfúgios que enganaram administradores públicos, moradores e juízes. Pelo que foi apurado o terreno sem qualquer urbanização à época e hoje ocupado pela praça era local particular que fazia parte dos três edifícios que se erguerem ao redor na década de 30 pertencentes a um mesmo proprietário. Vinte anos depois, em 1957, os moradores dali foram pegos de surpresa quando a Prefeitura cercou o terreno e iniciou obras para construir uma praça pública, conforme vemos nesta foto.

  

2. A praça pronta ainda em 1957 e o protesto dos moradores por perderem seu espaço particular. A pista ao fundo é a Av. N. Sra. de Copacabana.

 
3. Foto contemporânea a anterior obtida em ângulo oposto. Observar ao fundo, entre os prédios, parte do Morro do Cantagalo. À esquerda vemos o último prédio sendo construído no local.

 
4. Década de 60. Localização: Av. N. Sr. de Copacabana, nº 1.120.
 
5. Anos 60.

6. Anos 60. Crianças de hoje brincam de roda ?

  

7. Foto de 1968 mostra que o logradouro sofreu reformas. O gramado central desapareceu dando lugar a um parque infantil cercado. Mesmo assim veículos ainda podem entrar e estacionar pela pista da direita. Vide foto 2.

 
8. Esta imagem de 1971 captada da outra calçada da Av. N. Sra. de Copacabana revela que os brinquedos infantis desapareceram, mas o lugar ainda aparentava ser bastante agradável.
 
9. Muitos anos depois a praça foi fechada por um horroroso muro que a esconde de quem passa pela avenida. Ao que parece, perdeu o atributo de local público onde até há pouco tempo se promoviam feiras de artesanato e venda de frutas orgânicas. Travestido de área ideal para o lazer de idosos e exercícios na Academia da Terceira Idade que lá funciona, passou a ser ponto de encontro de drogados e mendigos. Os moradores do local não se cansam de reclamar a Prefeitura.

Praça Eugênio Jardim

 
10. Esta é uma rara fotografia dos anos 20 mostrando a área da futura Praça Eugênio Jardim. Assinalamos os pontos de referência para que o visitante consiga melhor se situar: 
1) Terreno vazio, local da futura praça;
2) Rua Xavier da Silveira;
3) Rua Pompeu Loureiro; e
4) Prédio do Corpo de Bombeiros.
No canto inferior esquerdo vemos a pista de terra batida que atualmente conduz ao Corte do Cantagalo e no lado direito um pequenino pedaço da Rua Miguel Lemos.
 
11. 1939. A Praça Eugênio Jardim foi aberta ao público em 1926. Rua Miguel Lemos ao fundo.

12. 1939. Rua Miguel Lemos à esquerda e o Corte do Cantagalo em profundidade na direção da Lagoa.
 
13. Esta fotografia de 1957 deixa ver, bem claro, o formato retilíneo da praça. A Rua Miguel Lemos está no canto superior direito.

14. Década dos anos 50. O nome da praça homenageia um antigo comandante do Corpo de Bombeiros.
 
15. Esta imagem dos anos 60 mostra a praça vista a partir altura do Corpo de Bombeiros. A Rua Miguel Lemos passa ao fundo.

16. Aqui temos uma foto de 1966. A Praça Eugênio Jardim está à direita onde um fusca é visto estacionado com duas rodas sobre a calçada da praça. Ao fundo vemos o Corpo de Bombeiros existente ainda hoje no local. O ônibus em destaque segue rumo ao Corte do Cantagalo (Av. Henrique Dodsworth). Vide foto 10.

17. Uma foto de baixa qualidade de 1925 mostrando o bonito prédio de pedras do Corpo de Bombeiros visto nas imagens anteriores. Inaugurado em 1920 com entrada oficial pela Rua Xavier da Silveira, nº 120. Sua designação inicial foi Posto 11 - Copacabana, hoje 17º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM).

18. Esta imagem sem data capta o prédio dos Bombeiros pela Rua Xavier da Silveira. A arquitetura do quartel, ao longo dos anos, se mantém preservada em suas características originais. O grupamento foi criado em 1920.
 
19. Outra imagem obtida de ângulo bastante aproximado da foto anterior.
 
Corte do Cantagalo
(Av. Henrique Dodsworth)

20. Segundo consta as obras de abertura do Corte do Cantagalo tiveram início em 1916 e levaram vinte e dois anos para serem concluídas. Há controvérsia entre os historiadores se no local do atual corte havia uma antiga estradinha para se alcançar Copacabana ou se era pelo Caminho do Caniço existente no local da atual Rua Professor Gastão Baiana, perto dali.
 
20a. 1924.

21. 1934.

22. 1938. Fase final. Ao fundo os prédios de Copacabana.

23. Imagem de 1956 no sentido Copacabana. Altos prédios sendo erguidos em área nobre, no limite entre Copacabana, Lagoa e Ipanema.

24. Anos 60. Crianças embarcam num DKW próximo à Praça Eugênio Jardim, fora da foto.

25. 1967. Uma mulher segue à pé o sentido Lagoa do corte evitando os detritos espalhados pela calçada que deslizaram em recente chuva forte.
 
25a. O final do corte na Lagoa visto do alto. Observar que a imagem foi obtida antes do viaduto que parece estar aqui em construção.
 
26. O mesmo trecho da foto anterior com o viaduto já em funcionamento. Excetuando-se uma maior quantidade de prédios hoje, neste trecho, o conjunto viário não se alterou.

27. Foto de 1959 mostra o Posto Ipiranga localizado antes do acesso ao corte pelo lado da Lagoa. Ele pode ser identificado também nas fotos anterior e seguintes. Hoje no local existem enormes prédios residenciais erguidos nos anos 70/80.
 
27a. 1968.

28. Anos 70. O posto sobreviveu até o começo dos anos 90.
 
29. 1971. Ao fundo, sob o viaduto, é possível notar o posto Ipiranga.
 
30. Foto recente do trecho anterior extraída do Street View. No pé da imagem o Viaduto Augusto Frederico Schmidt, também visto nas fotos 26, 27a, 28 e 29.

31. Finalizamos esta postagem com esta foto aérea de 1934 abrangendo todo o entorno do Corte do Cantagalo e Praçã Eugênio Jardim. Assinalamos:
1) Rua Djalma Ulrich;
2) Rua Miguel Lemos;
3) Rua Xavier da Silveira;
4) Rua Bolívar;
5) Rua Leopoldo Miguez;
6) Rua Barata Ribeiro;
7) Rua Pompeu Loureiro;
8) Corte do Cantagalo;
9) Praça Eugênio Jardim;
10) Corpo de Bombeiros;
11) Morro do Cantagalo;
12) Morro dos Cabritos;
13) Lagoa Rodrigo de Freitas; e
14) "Curva do Calombo" na Av. Epitácio Pessoa.

sábado, 22 de maio de 2021

COPACABANA - Trecho XII - Obelisco

1. Quando em 1919 a Av. Atlântica foi alargada de 6 para 12 metros houve a inauguração de um obelisco em granito para marcar o fato. Foi instalado no canteiro central que dividia as pistas de rolamento bem próximo à Rua Almirante Gonçalves, no Posto V.
 
2. Além do alargamento da avenida foram instalados novos postes de iluminação em toda sua extensão. Contudo esta foto não mostra isso, provavelmente os postes vieram após a inauguração.
 
3. Esta foto ao redor de 1920 mostra os novos postes de iluminação.
 
3a. Foto contemporânea a anterior.
 
4. Foto obtida provavelmente da varanda do Palacete Antônio de Paula Simões, localizado na esquina da Rua Djalma Ulrich (existe postagem sobre este casarão neste blog). Para melhor localização, identificamos o obelisco com uma seta amarela.
 
5. Anos 20. A praia durante a noite, com a nova iluminação, ganhou nova aparência. Notar também noalto do Morro do Pão de Açúcar a iluminação da estação do bondinho.
 
6. Sem data. Calçamento da orla ainda sem os característicos bancos de pedra.

7. Anos 20.
 
8. Excelente fotografia ao redor de 1920 em sentido oposto à foto anterior. Observar que a esquina da Rua Almirante Gonçalves ficava a poucos metros depois do obelisco. Os dizeres em letras de bronze revelam dados sobre a obra de alargamento. O castelinho visto à direita pertence à família Gebara (existe postagem sobre esta construção no blog).
 
9. Década de 30. Observar que ao fundo da orla identifica-se o Copacabana Palace Hotel ao lado de Pedra do Inhangá.
 
10. 1935.

11. 1939. O fotógrafo está antes da esquina da Rua Djalma Ulrich. Assinalamos o obelisco com uma seta preta na pista ao fundo. À direita vemos o Palacete Antônio de Paula Simões citado na foto 4.

12. Foto recente. Por volta de 1936 o obelisco foi retirado do seu local original e instalado na Praça Almirante Júlio de Noronha no final da Praia do Leme, onde permanece.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

COPACABANA - Trecho XI - Túneis Velho, Major Rubens Vaz e Sá Freire Alvim

 Túnel Velho

 (Túnel Alaor Prata)

 
1. O túnel foi inaugurado em 1892 ligando os bairros de Copacabana (pela atual Rua Siqueira Campos) a Botafogo (pela Rua Real Grandeza). Sua abertura permitiu o acesso à Copacabana (foto) com mais facilidade através de linhas regulares de bondes e, como consequência, o desenvolvimento daquela região litorânea tão afastada na época.
 
2. Boca de Copacabana em foto de 1892. O túnel atravessa a garganta existente entre o Morro de São João e o Morro da Saudade e seu nome primitivo foi Túnel Real Grandeza. Anteriormente o único caminho existente para se chegar em Copacabana era através da Ladeira do Leme, uma estreita e íngreme estradinha de terra que atingia a região onde hoje fica a Praça Cardeal Arcoverde. Esta ladeira ainda hoje existe, embora esteja alargada e pavimentada.

3. Boca voltada para Botafogo em foto de 1911.

4. O mesmo ângulo anterior em imagem sem data.
 
 
5. Visão do interior da galeria em direção à Botafogo. Vemos que a remodelação executada entre 1924-25 já foi concluída, pois o tráfego está permitido a veículos e pedestres.
 
 
6. Ângulo semelhante ao anterior em 1928. 

7. 1928. Detalhe dos adornos e escadas externos da Boca Botafogo.
 
8. 1928. Aqui o fotógrafo está sobre a passarela vista nas fotos 5 e 6 com sua câmera voltada em direção à Rua Real Grandeza. No fundo à direita está o Cemitério São João Batista.

9. 1927. Boca Copacabana recém alargada e remodelada com escadas laterais e adornos. A bifurcação das pistas era para melhor fluir o trânsito à esquerda em direção à Rua Henrique Oswald e depois Rua Santa Clara e à direita em direção à Rua Siqueira Campos.
 
10. 1928. Mesmo ângulo da foto anterior.

11. 1928.
 
12. Boca de Botafogo vista em foto dos anos 40. O muro de pedras visto à esquerda é o mesmo observado nas fotos 3 e 4. A pista da extrema esquerda dá acesso ao cemitério.
 
13. Boca Botafogo sem data conhecida. A diferença existente entre as duas bocas é que apenas na de Botafogo havia uma passarela para pedestres após a galeria. Esse detalhe dura até hoje, embora no final dos anos 60 foi construida uma segunda galeria.

14. Boca Botafogo em 1963. O trânsito em mão dupla já estava sobrecarregando a passagem.
 
15. O mesmo ângulo acima em imagem sem data.

16. Boca Copacabana nos anos 60. Os ônibus elétricos já haviam substituído os bondes como transporte público.
 
 
17. Boca Botafogo em 1969.
 
17a. Sequência da foto anterior.

17b. 1968. Trânsito lento na saída da galeria voltada para Botafogo.

18. Vista aérea da Boca Botafogo já com duas galerias. A obra de duplicação foi realizada entre 1967-70. A galeria nova, com acesso pela Rua Figueiredo Magalhães, passa por baixo da antiga e o trânsito segue a direção de Botafogo, enquanto a galeria anterior é o inverso e, na saída, segue a mesma bifurcação para a Rua Siqueira Campos ou Rua Henrique Oswald em direção a Rua Santa Clara.

 
19. Esta foto aérea mostra a Boca Copacabana já duplicada. No centro da imagem vemos a pista que vem da Rua Figueiredo Magalhães (à direita) mergulhando sob a galeria antiga. A boca antiga é vista no alto da foto cuja pista faz a bifurcação já descrita na foto 9 (a via na extrema esquerda é a Rua Henrique Oswald). O nome popular "Túnel Velho" foi adotado pelos cariocas para diferenciar do outro túnel de acesso a Copacabana (pela Rua Lauro Sodré), aberto em 1904, que passou a ser chamado de "Túnel Novo" (cujo nome oficial é Túnel Engenheiro Coelho Cintra).

Túnel Major Rubens Vaz

20. Este túnel, entregue em 1963, atravessa o Morro dos Cabritos em Copacabana ligando, em sentido único, a Rua Tonelero à Rua Pompeu Loureiro. Esta foto mostra os preparativos finais da abertura da galeria pela boca da Rua Tonelero captada da altura da Rua Santa Clara.
 
21. Agora estamos na Boca da Rua Pompeu Loureiro em imagem de baixa qualidade dos anos 60. Curiosamente o sentido do trânsito é o inverso do que existe nos dias atuais. O túnel foi aberto em apenas 6 meses durante o Governo de Carlos Lacerda e possui 220 metros de extensão por 18 de largura em 4 faixas de rolamento.
 
22. Esta foto foi obtida de dentro da galeria do túnel com o fotógrafo na passagem exclusiva para pedestres com sua câmera voltada para a Rua Pompeu Loureiro. O primeiro cruzamento é da Rua Constante Ramos. Ao fundo vemos o Morro do Cantagalo. Com a abertura deste último túnel de Copacabana, o bairro passou a contar com quatro vias de trânsito principais e paralelas que se estendem da Av. Princesa Isabel ao Posto VI: Av. Atlântica (com dois sentidos a partir da década de 70), Av. N. Sra. de Copacabana (sentido Av. Princesa Isabel), Rua Barata Ribeiro e Rua Tonelero, essas duas no sentido Posto VI.
 
 Túnel Sá Freire Alvim
 
23. Este túnel, inaugurado em 1960, também de galeria única, atravessa o maciço do Morro do Cantagalo, ligando a Rua Barata Ribeiro à Rua Raul Pompeia. Nesta foto dos anos 60, obtida da altura do cruzamento da Rua Miguel Lemos, vemos, antes de entrar no túnel, à direita o final da Rua Gastão Baiana e à esquerda o final da Rua Djalma Ulrich. É difícil imaginar este trecho sem o túnel, pois o trânsito antes de sua abertura, seguia pela Rua Djalma Ulrich e entrava na Av. N. Sra. de Copacabana em mão dupla, com bondes nos dois sentidos, para seguir rumo ao Posto VI, Ipanema e Leblon acessando a Rua Sá Ferreira.

24. Esta curiosa fotografia colorizada, tirada poucos meses depois da abertura do túnel, mostra um "lotação" acabando de contornar a Rua Sá Ferreira. O automóvel atrás faz o mesmo trajeto. O arco do túnel pode ser visto acima do coletivo.

25. Esta outra imagem de 1959 mostra o alargamento da Rua Raul Pompeia após a saída do túnel. Esta obra foi necessária a fim de atender a maior demanda de trânsito de veículos oriundo do túnel em direção à Ipanema/Leblon. O fotógrafo está após a Rua Souza Lima de costas para a boca do túnel. A segunda construção à direita, depois de reformada, é hoje o Colégio Estadual Eça de Queiroz antes do Parque Infantil Peter Pan, já na esquina da Rua Francisco Sá. O autor do blog morou no nº 190 (Ed. Rosal) desta rua até 1958 e lembra-se, embora criança, das explosões que ouvia bem próximas para a abertura da galeria.