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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

APÊNDICE XV - Bondes

A história dos bondes como meio de transporte público no Rio de Janeiro começa em 1859. Os primeiros modelos rodavam sobre trilhos puxados por animais, depois a vapor (1861) e finalmente por energia elétrica (1891). O Brasil foi um dos pioneiros a aderir a este tipo de transporte de massa nos centros urbanos. O apogeu do sistema aconteceu no início dos anos 40 quando empresas candenses, inglesas, americanas e brasileiras operavam cerca de 4.200 carros por aproximadamente 2.250 km de linhas. Estas empresas tinham em seu quadro mais de 30 mil empregados e transportavam 125 mil passageiros por mês,

O bonde teve papel essencial na integração e expansão dos bairros da cidade, unindo o centro antigo às regiões mais distantes que correspondem hoje aos bairros da Zona Norte e Sul. Pessoas de todas as classes sociais podiam se deslocar para centros comerciais mais distantes de suas residências a um custo baixo. Este novo meio de transporte promoveu uma revolução no modo de vida, desenvolvendo o comércio e possibilitando o loteamento de terrenos para venda nos "distantes" bairros de Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon.

No início do século XX surgiram os primeiros automóveis e ônibus movidos à gasolina, contudo o bonde aberto continuou a ser o transporte urbano preferido da população. Em meados dos anos 50 com o barateamento dos automóveis da indústria nacional, o consumidor passou a preferir este tipo de transporte individual para sua família. Além disso, a frota de ônibus disponível cresceu, oferecendo maior segurança aos usuários. O destino do bonde como meio de transporte estava selado.

Em 1963 o Governador do então Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, resolveu encerrar as atividades dos bondes. A companhia que produzia os carros e fazia a manutenção já havia deixado o sistema poucos anos antes, deixando bondes e trilhos sem manutenção de qualidade. As linhas foram sendo extintas em etapas até 1967, sendo a última linha a do Alto da Boa Vista. 

Apenas a linha de Santa Teresa permaneceu e ainda hoje opera. Ela foi inaugurada em 1872 partindo do Largo do Guimarães em direção ao Silvestre e ao Morro Paula Matos. Em 1896 a linha de Santa Teresa, já eletrificada, começou a sair do Largo da Carioca ligando o Morro de Santo Antônio ao Morro de Santa Teresa pelo alto dos Arcos da Lapa (antigo aqueduto). O bonde passou a ser símbolo do bairro para onde iam buscar moradia diversos músicos, intelectuais, artistas e pessoas "descoladas" do agito urbano. Alguns acidentes, inclusive com mortes, ocorreram e os chamados modernistas fizeram coro pelo fim da linha, contudo a associação de moradores, sempre resiliente em manter as tradições do bairro, conseguiu mais atenção do poder público e a linha foi totalmente remodelada, voltando a operar em 2015 após 4 anos de paralização.

Com a extinção deste meio de transporte, o ônibus elétrico foi implantado em 1962 aproveitando a fiação aérea já existente dos bondes. O trolleybus pertencia a CTC, porém teve curta duração devido a problemas econômicos, técnicos e jurídicos. O sistema foi desativado em 1971 e os veículos convertidos a tração diesel.

Atualmente no Rio de Janeiro existe o Veículo Leve sobre Trilhos - VLT que trafega exclusivamente pelo centro da cidade, em duas linhas, desde os Jogos Olímpicos de 2016. Mas isto é outra história...

Linhas existentes de 1951 a 1957

1 - Largo do Machado (não regular)

2 - Laranjeiras

3 - Águas Férreas¹

4 - Praia Vermelha

5 - Leme

6 - Voluntários*

7 - Humaitá, depois Jóquei

9 - General Polidoro - Pça. Mauá, depois General Polidoro

10 - Gávea

11 - Jardim Leblon

12 - Ipanema (via Túnel Velho)

13 - Ipanema (via Túnel Novo)

14 - Praça General Osório

20 - Circular, depois Leme - Ipanema

21 - Circular

22 - Maquês de Abrantes - Estrada de Ferro, depois nº 24

24 - Marquês de Abrantes - Estrada de Ferro

25 - André Cavalcanti

26 - E. Ferro - 1º Março - Independência² *

27 - E. Ferro - Riachuelo - Independência², depois E. Ferro - Riachuelo - Tiradentes

28 - Barcas - E. Ferro

29 - Barcas - E. Ferro - Lapa, depois Lapa - Duque de Caxias - 1º Março

30 - Lapa - Arsenal de Marinha

31 - Lapa - Leopoldina*

32 - Lapa - Av. Rodrigues Alves*

33 - Lapa - Praça da Bandeira

34 - Praça 15 Nov. - Av. Rodrigues Alves*

35 - Praça 15 Nov. - Riachuelo*

36 - Praça 15 Nov. - Pça 11 de Junho, depois Lapa - Cancela

38 - Pça. Mauá - Leopoldina*

39 - Praia Formosa - Pça. Mauá -  Arsenal de Marinha*

40 - Praia Formosa - Camerino - Pça. Mauá

41 - Palmeiras*

42 - Coqueiros

43 - Catumbi - Itapiru

44 - Itapiru - Independência² *

45 - Itapiru - Barcas

46 - Estrela

47 - Santa Alexandrina

48 - Bispo*

49 - Itapagipe*

51 - Matoso

52 - Cancela*

53 - São Januário

55 - Bela de São João*

56 - Alegria

57 - Ponta do Caju e Caju Retiro

58 - São Luis Durão³ *

59 - Pedregulho*

60 - Marquês de Abrantes - Saens Peña, depois Muda - Marquês de Abrantes

62 - Pça. Malvino Reis

63 - São Francisco Xavier*

64 - Aguiar - Fábrica

65 - Muda (não regular)

66 - Tijuca

67 - Alto da Boa Vista

68 - Uruguai - Eng. Novo

69 - Aldeia Campista

70 - Andaraí - Leopoldo

71 - Barão de Mesquita - Verdun*

72 - Saens Peña - Méier

73 - Praça Barão de Drummond*

74 - Vila Isabel - Eng. Novo

75 - Lins de Vasconcellos

76 - Engenho de Dentro

77 - Piedade

78 - Cascadura

79 - Licínio Cardoso

81 - Méier - Tragem

82 - Méier - Independência²

83 - Méier (não regular)

84 - José Bonifácio

85 - Cachambi

86 - Pilares

87 - Boca do Mato

88 - Méier - Pça. Barão da Taquara*

89 - Tanque*

90 - Taquara

91 - Feguesia

93 - Ramos, depois Penha (até Pça. Mauá)

94 - Penha (até Lgo. São Francisco)

96 - Madureira - Vaz Lobo*

97 - Madureira - Penha

98 - Madureira - Irajá

99 - Méier

Obs.: * linha extinta no período. ¹ nome antigo do Cosme Velho. ² nome conhecido antigamente da Praça Tiradentes. ³ antiga fábrica em São Cristóvão.

Tipos de bonde e curiosidades

 
1. Os primeiros tipos eram puxados por parelha de burros e transportavam apenas dezesseis passageiros.

2. Cerca de 1900.

 
3. Inicialmente os modelos elétricos não possuiam numeração nem parabrisas.

 
4. Super lotado com reboque, em frente à Central do Brasil. 

  

5. Dois reboques.

6. Foto dos anos 50 colorizada do bonde 69 na Praça Tiradentes.

7. Uma cena desta é impossível imaginar hoje em dia. Como o motorneiro consegue ver seu caminho à frente? Só no Brasil havia este tipo de super lotação.
 
8. Os usuários pareciam não se incomodar com tamanho desconforto. Será que os homens cediam os bancos para as mulheres?

9. Cerca de 1950. Bonde 5 oriundo do Leme acaba de atravessar o Túnel Novo na boca de Botafogo. Observar que ele vem na contramão em relação aos demais veículos. Este fato ocorria porque somente em uma das duas galerias trafegava bondes. Isso causava alguns acidentes com motoristas de carros que não conheciam o trânsito da cidade. Na mureta acima do bonde há um aviso de "atenção bonde na contramão". Eram os chamados "mata paulista". Os primeiros bondes começaram a trafegar por Copacabana em 1892 atraves do Túnel Velho.

10. O bonde na contramão aconteceu também a Av. N. Sra. de Copacabana antes da abertura dos túneis da Rua Barata Ribeiro (Túnel Sá Freire Alvin, aberto em 1960) e da Rua Tonelero (Túnel Major Rubens Vaz, aberto em 1962).Observar que os passageiros que viajavam nos degraus ficavam a centímetros dos carros em sentido contrário.
 
10a.1960. Mais uma foto da Av. N. Sra. de Copacabana.
 
 
11. 1965. A última linha a ser extinta, já sem nemeração, recebeu novos modelos fechados, nas cores da antiga CTC. Ficaram conhecidos pelos cariocas como "Rita Pavone", cantora italiana de sucesso na época que se apresentava com calça e suspensório.

 
12 A linha que servia a Ilha do Governador circulava somente ali.

13. Este modelo oferecia mais segurança aos passageiros. Observe que o embarque/desembarque era feito somente pela lateral direita, ficando a outra fechada sem estribos.
 
14. Foto de 1947 próximo ao Mercado Municipal da Praça XV. Os "taiobás" eram bondes para transporte de cargas e passageiros, portanto mais baratos. Foram criados em 1884 e no princípio eram conhecidos como "caraduras".
 

15. Antigo bonde de Santa Teresa.
 
16. Moderno bonde de Santa Teresa na Estação do Centro, próximo à Rua Senador Dantas.
 
17.Cerca de 1935. O interior do bonde com suas propagandas que muitas histórias contavam.
 
17a. "Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. E, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite. Salvou-o o Rhun Creosotado".

17b. Anos 50. Subir ou descer dos bondes em movimento sempre foi perigoso. Embora fosse proibido, muitos homens se aventuravam. A imagem desta foto, provavelmente, não é no Rio de Janeiro.
 
17c. Ciclista imprudente "pegando carona" no bonde Tijuca.
 
18. 1896. Inauguração do trecho sobre os Arcos da Lapa.

19. Bonde de Santa Teresa já padronizado nas cores da CTC durante os anos 60.
 
20. Cerca de 1970. O bonde fechado foi uma idéia de pouca duração.
 
21. A figura do "trocador" ou "condutor" é um capítulo à parte na história dos bondes. Ele era o responsável pela cobrança das passagens durante as viagens. Uma tarefa nada fácil, pois deveria equilibra-se nos estribos, coletar dinheiro dos passageiros e evitar o calote dos espertinhos. As notas ficavam cuidadosamente enroladas nos dedos de uma só mão, parecendo um leque, de forma que ele pudesse vê-las com facilidade no momento do troco. Havia um sistema rudimentar que pretendia auxiliar a contagem dos passageiros que houvessem pago a passagem. Tratava-se de uma cordinha esticada no alto que, ao ser puxada, acionava um mostrador mecânico voltado para a cabine,
acima do "motorneiro" (motorista), fazendo um som caracteristico, tipo "blim-blim". Quando o bonde estivesse super lotado, como mostrado nas fotos 7 e 8, este sistema era inútil e o calote era inevitável. As vezes subia no bonde um terceiro personagem chamado "fiscal", ao qual cabia conferir a quantidade de passageiros indicada no mostrador com a quantia arrecadada pelo "trocador". Tempos difíceis.
 
22. Condutor, fiscal e propagandas.

domingo, 24 de dezembro de 2023

APÊNDICE XIV - Túneis

 

Este mapa, de 1965, apresenta os túneis urbanos existentes até então:

. Túnel da Rua Alice, aberto em 1887, o mais antigo do Rio de Janeiro. Liga os bairros do Rio Comprido e Laranjeiras, sob os Morros de São Judas Tadeu e dos Prazeres. A primeira alternativa terrestre para se alcançar a Zona Sul sem passar pelo centro da cidade.

. Túnel Alaor Prata (Túnel Velho), inaugurado em 1892. Faz a ligação dos bairros de Botafogo (Rua Real Grandeza) e Copacabana (Rua Siqueira Campos), sob o Morro da Saudade.

. Túnel José Cupertino Coelho Cintra (Túnel do Leme ou Túnel Novo), entregue em 1906. Liga o bairro de Botafogo (Av. Lauro Sodré) à Copacabana (Av. Princesa Isabel), atravessando o Morro da Babilônia. Em meados dos anos 40 o túnel foi reformado e adaptado ao modelo de seu irmão gêmeo, o Túnel Engenheiro Marques Porto, aberto em 1949.

. Túnel João Ricardo, de 1921. Liga a região da Central do Brasil ao bairro da Gamboa (Rua Rivadávia Corrêa), sob o Morro da Providência.

. Túnel do Pasmado, aberto em 1947. Une a região da orla de Botafogo (Av. das Nações Unidas) à Av. Lauro Sodré, atravessando o Morro do Pasmado.

. Túnel Engenheiro Marques Porto (Túnel Novo - 2ª galeria), aberto em 1949. Esta obra exigiu a duplicação da Av. Princesa Isabel e Av. Lauro Sodré.

. Túnel Sá Freire Alvim, de 1960. Liga a Rua Barata Ribeiro à Rua Raul Pompéia, sob o Morro do Cantagalo, em Copacabana. Somente uma galeria no sentido Posto VI.

. Túnel Major Rubens Vaz, de 1963. Liga a Rua Tonelero à Rua Pompeu Loureiro, sob o Morro dos Cabritos, em Copacabana. Somente uma galeria no sentido Posto VI.

. Túnel Santa Bárbara, aberto em 1963. Liga os bairros de Laranjeiras (Rua Pinheiro Machado) e Catumbi (Viaduto 31 de Março), sob o Morro Nova Cintra. A nova ligação entre a Zona Norte e Zona Sul. Apenas uma galeria dividida ao meio com duas pistas em cada sentido.

. Túnel Rebouças, inaugurado em 1967. Une o bairro do Rio Comprido (Av. Paulo de Frontin) à Lagoa Rodrigo de Freitas (Av. Epitácio Pessoa ou Av. Borges de Medeiros), cruzando o Maciço Carioca. São duas galerias, uma em cada sentido, com três faixas de rolamento cada. Há um trecho à céu aberto, inter-galerias, com alternativa para alcançar os bairros do Cosme Velho e Laranjeiras.

Após 1965 foram inaugurados os seguintes túneis, não mostrados no mapa:

. Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, aberto em 1971. Liga a Gávea (Av. Padre Leonel Franca) à entrada do Túnel Zuzu Angel, sob o Conjunto Residencial Marquês de São Vicente, mais conhecido como "Minhocão", próximo à PUC. Trata-se do primeiro trecho da Autoestrada Lagoa-Barra. Duas pistas em cada sentido.

. Túnel Zuzu Angel (Túnel Dois Irmãos), também de 1971. Liga o Túnel Acústico ao bairro de São Conrado (Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell), sob o Morro Dois Irmãos. É o segundo trecho da Autoestrada Lagoa-Barra. São duas galerias, uma em cada sentido com duas pistas cada.

. Túnel de São Conrado/Túnel do Joá, ambos abertos também em 1971. Liga São Conrado à Barra da Tijuca (Ponte da Joatinga). Entre ambos há o Elevado das Bandeiras (Elevado do Joá), margeando a encosta voltada para o mar. É o último trecho da Autoestrada Lagoa-Barra.

. Túnel Martim de Sá (Túnel Frei Caneca) de 1977. Liga o bairro do Catumbi (Rua Frei Caneca) à Rua do Riachuelo e Av. Henrique Valadares, sob o Morro de Santa Teresa. É uma alternativa para quem vem da Tijuca/Zona Norte para o centro da cidade, evitando a Av. Presidente Vargas. A abertura de apenas uma galeria, de 304 metros no sentido centro, levou 8 anos para ser concluída já que tratou-se de uma escavação em solo rochoso exigindo ainda a desapropriação de 30 edificações.

. Túnel Noel Rosa, de 1978. Une os bairros de Vila Isabel (Rua Barão de São Francisco) e Riachuelo (Viaduto Engenheiro Armando Coelho de Freitas), sob o Morro dos Macacos (Serra do Engenho Novo). São duas galerias sobrepostas, uma em cada sentido.

. Túnel Engeneiro Raimundo de Paula Soares (Túnel da Covanca), Túnel Engenheiro Enaldo Cravo Peixoto e Túnel Geólogo Enzo Totis. Os três túneis foram abertos em 1997 como parte integrante da Linha Amarela (Av. Governador Carlos Lacerda). Esta autoestrada faz a ligação da Ilha do Fundão à Jacarepaguá e Barra da Tijuca (Av. Ayrton Senna). Os túneis atravessam a Serra dos Pretos-Forros e o Morro do Pau Ferro.

Túnel Vice-presidente José de Alencar (Túnel da Grota Funda), de 2012. Liga os bairros do Recreio dos Bandeirantes e Vargem Grande, atravessando a Serra da Grota Funda. Faz parte da via expressa TransOeste coberta pelo BRT (Bus Rapid Transit).

. Túnel Arquiteta Nina Rabha (Túnel da Saúde), de 2013. Liga os bairros da Saúde e Gamboa, sob o Morro da Saúde. São duas galerias paralelas para uso de carros em sentidos opostos com uma terceira galeria entre ambas destinada ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O túnel integra a Via Binário do Porto Maravilha. O que muita gente não sabe é que a obra de sua construção aproveitou um velho túnel ferroviário aberto em 1879, servindo somente para transporte de carga.

. Túnel Rio450, de 2015. Tal como o anterior, também integra o projeto de revitalização da zona portuária da cidade. Faz a ligação do trânsito proveniente da Rua Primeiro de Março, no centro, à Via Binário de forma subterrânea. São 1.480 metros entre a Rua Visconde de Inhaúma e Rua Antônio Lage, na Gamboa.

. Túnel Prefeito Marcello Alencar (Túnel da Via Expressa), aberto em 2016. Outro túnel integrante do Porto Maravilha que substituiu o Elevado da Perimetral, demolido em 2014/15. É o maior túnel subterrâneo do país com 3.382 metros fazendo a ligação do Aterro do Flamengo (Av. General Justo/Av. Alfred Agache) e a Gamboa (Rua Rivadávia Corrêa), permitindo ainda o acesso ao Elevado do Gasômetro/Ponte Rio-Niterói/Av.Brasil. São duas galerias de três pistas, uma em cada sentido. A Galeria Mar segue a direção do Caju e a Galeria Continente faz o sentido Zona Sul. O antigo "Mergulhão" da Praça XV foi integrado ao túnel.

. Túnel Senador Nelson Carneiro/Túnel Cauby Peixoto, abertos em 2016 como parte integrante da via expressa TransOlímpica (Corredor Presidente Tancredo Neves). Esta via faz a ligação do Recreio dos Bandeirantes à Magalães Bastos/Deodoro ligando dois pólos de eventos das Olimpíadas de 2016: o Parque Olímpico da Barra e o Parque Olímpico de Deodoro. É utilizada pelo sistema BRT.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

BOTAFOGO - Túnel do Pasmado

1. Foto de 1952, ano de inauguração, mostra a boca do túnel voltada para a Rua Lauro Sodré na fase final de acabamento. A esquina visível sendo urbanizada é a Rua General Severiano.

 
2. Imagem contemporânea do mesmo local anterior. Observar no alto os barracos da favela do Pasmado. Anos depois seria removida.

 
3. Visão aérea sem data. Observamos no centro o estádio do Botafogo e sua sede no canto esquerdo. A via localizada na lateral esquerda é a Av. Lauro Sodré em direção ao túnel recém aberto e ao lado o antigo prédio do Colégio Anglo Americano. No pé da imagem está a Av. Venceslau Brás.
 
4. Anos 50. Boca próxima ao local que ficou conhecido como Mourisco.
 
4a. Boca próximo à Rua General Severiano.

4b. Década de 50. O nome oficial quase ninguém conhece: Túnel André Luis dos Santos Filho. Possui 220 metros e extensão por 22 metros de largura.
 
4c. Anos 50.

5. Imagem obtida do interior da galeria em 1953. Ao centro vemos o Colégio Anglo Americano (antigo Educandário Santa Therezinha, de 1866.

 
6. Provável década de 60. Vide foto 4a.
 
 
7. 1959. Travessia de pedestres no mesmo local da foto anterior.

7a. Este é o mesmo cruzamento visto acima de outro ângulo em 1961. O acesso de veículos ao túnel neste trecho era insuportável devido à mão dupla. À direita no pé da imagem vemos uma passagem subterrânea para pedestres tal qual as que haviam na orla da Praia de Botafogo, do outro lado do túnel.
 
8. Rara fotografia aérea do local exato onde será aberta a boca do túnel voltada para o Mourisco. No centro à esquerda está o Clube Guanabara e sua piscina. Mais para a direita vemos a sede Náutica do Botafogo e em seguida o Pavilhão Mourisco ainda de pé. Podemos identificar uma abertura na rocha atrás do Clube Guanabara.
 
9. Anos 50 após a inauguração do túnel. Vemos à esquerda as obras para construção da nova sede do Guanabara e o antigo Botafogo ao centro. O Pavilhão Mourisco, demolido em 1952, não é visto mais.

9a. 1953. Obras de urbanização nas pistas de entrada e saída do túnel. Observar à direita a sede náutica do Clube Botafogo que em breve será demolido.
 
9b. Imagem oposta a anterior captada do interior da galeria.
 
10. Foto de ângulo aproximado e contemporânea a pós anterior. Destaque para a favela do Pasmado. Em primeiro plano vemos a entrada para a passagem subterrânea de pedestres que existia neste local, substituída anos depois por uma passarela. Os luminosos do refrigerante Crush, água mineral Salutaris e vermute Cinzano (depois Coca-Cola, foto 16), neste lado do morro, foram presença constante por muito tempo.

10a. Foto colorizada provavelmente da mesma série anterior. Destaque para a sede náautica do Botafogo, à direita. O visitante pode se perguntar onde está a favela do Pasmado. O certo é que, nesta época, a comunidade era mais habitada do outro lado. Vide foto 6.

11. Esta foto também  da década de 50 mostra uma boa aproximação da entrada da galeria do túnel. Observar o Viaduto Carlota Joaquina sobre a pista.

12. Foto de baixa qualidade de 1959. Na época havia dois sentidos para o trânsito de veículos.

13. 1953. Esta fotografia, certamente obtida do Viaduto Carlota Joaquina, mostra a Av. das Nações Unidas em profundidade em direção ao Flamengo. À esquerda vemos o terreno vazio onde se erguerá a nova sede esportiva do Clube Botafogo e, à direita, pelos entulhos na calçada, parece que as obras da nova sede do Clube Guanabara estão em andamento. No fundo vemos o prédio da Loja Sears (hoje Botafogo Praia Shopping).
 
  
13a. Fotografia aérea de 1955 captando ambos os lados do túnel com indicações:
1) Morro do Pasmado ainda com a favela;
2) Túnel do Pasamado e Viaduto Carlota Joaquina;
3) Local do antigo Pavilhão do Mourisco, depois sede esportiva do Botafogo, atual Centro Empresarial Mourisco;
4) Clube Guanabara;
5) Rua da Passagem, ao lado do extinto Cinema Guanabara;
6) Av. das Nações Unidas;
7) Extinto Colégio Anglo Americano;
8) Campo do Botafogo;
9) Posto de gasolina Esso;
10) Solar do Fossa, atual Shopping Rio-sul;
11) Igreja Santa Teresinha;
12) Túnel Novo e Av. Lauro Sodré;
13) Local do atual Condomínio Morada do Sol;
14) Viaduto Pedro Álvares de Cabral.
 
13b. O mesmo trecho, agora nos anos 70.

14. 1958.
 
15. Esta bela imagem dos anos 70 mostra o trânsito já intenso na Av. das Nações Unidas. No alto à direita vemos a moderna sede do Botafogo e ao fundo a entrada do túnel, já em mão única.
 
16. Foto de 1971 mostra, novamente, a entrada da boca Mourisco. A favela foi removida em 1964 e seus moradores trnasferidos para Vila Kennedy, próximo de Bangu. Tempos depois, ainda na década de 70, construiu-se um parque com mirante no alto do morro que muitos casais usavam para namorar dentro do carro. Vinte anos depois o parque foi batizado de Yitzahk Rabin e a partir de 2023 abriga o Memorial às Vítimas do Holocausto.