2. Esta foto ao redor de 1904 mostra os trabalhos de abertura da Av. Central (a partir de 1912 Av. Rio Branco) próximos ao Morro do Castelo, visto à esquerda da imagem. Foi necessário cortar parte do morro daquela lateral e com isso um dos seus acessos foi extinto - a Ladeira do Seminário (vide mapa anterior). Assinalamos o Convento de N. Sra. da Ajuda para melhor localizar o caro visitante. Ele foi demolido em 1911 e no final da década de 20 foram construídos naquele terreno os prédios da Cinelândia, muitos dos quais ainda existem, como o "Amarelinho" e o Odeon.
2a. Foto contemporânea a anterior.
2b. Outra foto do local, provavelmente da mesma sequência.
2c. Foto colorizada de 1904. As palmeiras vistas parecem ser as mesmas das fotos anteriores em ângulo distinto e momento anterior.
2d. 1905. Neste trecho serão construídos o prédios da Biblioteca Nacional e da Escola de Belas Artes.
3. Esta outra fotografia, por volta de 1906, mostra a Av. Central já totalmente aberta ao público. Observar no fundo, à esquerda da avenida, os terrenos já preparados para a construção da Escola Nacional de Belas Artes (de 1909), Biblioteca Nacional (obras já em curso concluídas em 1910) e do Supremo Tribunal Federal (também de 1909, hoje Centro Cultural da Justiça Federal). É a mesma área vista nas fotos anteriores. Notar na lateral direita os fundos do Teatro Municipal (de 1909) em obras.
4. O terreno delimitado para a construção da Biblioteca Nacional com o Morro do Castelo nos fundos.
4a. Mesmo trecho da foto anterior, em momento mais avançado do desmonte.
5. Interessante imagem do final das obras da Biblioteca Nacional. Observar a proximidade do morro atrás do prédio.
6. 1905. Eis o terreno da Escola Nacional de Belas Artes, depois Museu, com o Morro do Castelo ao fundo. É possível perceber o quanto do morro foi cortado.
7. Agora estamos em 1921 no começo da derrubada do Morro do Castelo. Esta foto mostra a futura Rua México (antiga Rua Paralela), nos fundos da Biblioteca Nacional, vista na lateral direita. No começo dos trabalhos de remoção, o serviço era executado manualmente com picaretas e pás, sendo o rejeito transportado por carroças puxadas por animais.
7a. Cerca de 1921. Uma imagem obtida do alto do morro, vendo-se abaixo, de fundos, a Biblioteca Nacional e a Escola de Belas Artes. Alguns trabalhadores fazem o serviço manual no sopé do morro. Parece que a futura Rua México está delineada.
8. 1921. Foto oposta a anterior.
9. 1921. Mesmo ângulo da imagem acima.
9a. 1921.
10. 1922. Alarga-se a região devastada.
10a. Sem data em local não reconhecido.
10b. Idem.
10c. 1922. À esquerda é o trecho em subida a partir da Chácara da Floresta com a Igreja de São Sebastião no canto superior esquerdo. Vide foto do ano anterior a seguir.
11. 1921. Em destaque o prédio da Cervejaria Hanseática que em breve será demolido. Situava-se atrás da Biblioteca Nacional (à direita, fora da foto).
11a. 1922. O prédio da cervejaria isolado, aguarda sua derrubada.
12. 1921. Construções antigas sendo demolidas atrás da Escola Nacional de Belas Artes. No fundo, à esquerda, está o prédio já citado da cervejaria.
12a. 1921.
13. 1921. Provavelmente estamos vendo a despedida do prédio da cervejaria no evento de inauguração da rua México.
14. O mesmo trecho visto nas três fotos anteriores, agora sem as antigas edificações coladas ao morro. Várias fotos aqui apresentadas estão também expostas em nossa postagem sobre a Rua México (vide aqui).
14a. 1922.
15. 1922. Comparar com foto 7.
16. Trabalhadores fazem pesado serviço manual.
17. Em 1922 com a injeção de novos recursos financeiros foi possível intensificar os trabalhos e utilizar nova tecnologia de demolição à jatos d'água lançados sob alta pressão além do transporte de máquinas pesadas e rejeitos por trens.
17a. A chegada de novo maquinário acelerou o trabalho.
18. 1922. No alto a Igreja de São Sebastião vive seus últimos dias. Vide mapa ilustrativo na foto 1.
19. 1922. Pás mecânicas retiram as terras removidas e colocam em vagões para transporte.
20. 1922.
21. 1922.
21a. Tomada da extinta Praia de Santa Luzia em 1922. Contraste surreal: à esquerda a Igreja de Santa Luzia, ainda hoje no mesmo local, e à direita a Igreja de São Sebastião vive seus últimos dias.
21a. 1922.
22. 1922. Na lateral direita vemos, de fundos, a Biblioteca Nacional e, na esquerda, as Enseadas da Lapa e da Glória.
22a. Complemento à esquerda da foto anterior. Notar a Igreja de Santa Luzia.
22b. 1922.
22c. 1922. Nesta elevação ficava a Igreja de São Sebastião. Observar mais abaixo, à esquerda, as torres da Igreja de Santa Luzia.
22d. Esta imagem fala por si.
22e. Foto colorizada destaca um trabalhador manejando uma mangueira de alta pressão de água utilizada no processo de desmonte. Alguns responsáveis pelo trabalho observam junto às árvores. No canto superior direito vemos por trás as duas torres sineiras da Igreja de Santa Luzia.
23. 1922. Segundo foi pesquisado, este trecho ficava no final da atual Av. Almirante Barroso (antiga Rua Barão de São Gonçalo), na Chácara da Floresta, um dos acessos ao morro.
24. A Ladeira da Misericórdia e a Rua do Castelo estão sendo destruídas. À esquerda vemos os fundos da Santa Casa de Misericórdia e no alto o Hospital São Zacharias e a Igreja dos Jesuítas.
24a. Imagem colorizada dos últimos dias da igreja acima citada. Em destaque a sua torre sineira.
25. 1922. Triste fim da Igreja dos Jesuítas, com mais de duzentos anos, que fez parte da fundação da cidade.
25a. 1922. A terras retiradas do morro serviram para o aterro da área logo abaixo onde seriam construídos os pavilhões da Expo 1922 assim como para o aterro da parte baixa do Morro Urca e de alguns trechos do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas (futura Av. Epitácio Pessoa).
25b. Não temos a data desta foto aérea, porém vemos que o morro está no processo final de desmanche, portanto 1922. A linha amarela delimita a área original do morro. Notar que os rejeitos estão sendo depositados na orla à direita. Na parte baixa está a Av. Rio Branco, na altura da Praça Floriano, identificando-se, a partir da esquerda o prédio da Escola de Belas Artes, o Teatro Municipal (mais abaixo), a Biblioteca Nacional, o Supremo Tribunal Federal e a Rua Santa Luzia (em profundidade) estendendo-se até a Igreja de Santa Luzia e a Santa Casa de Misericórdia no limite do morro.
26. Concluídos os trabalhos de demolição e remoção dos rejeitos, uma imensa área livre surgiu, a qual, anos depois, se transformaria na Esplanada do Castelo. Nesta foto vemos no fundo, à direita, a silhueta do futuro Ministério da Agricultura (antigo Pavilhão dos Estados Brasileiros na Expo 1922). No centro, ao fundo, vemos a silhueta de dois torreões do Mercado Municipal e na lateral esquerda o antigo prédio do Tribunal de Justiça (hoje Centro Cultural). Com estas referências podemos inferir que o fotógrafo está próximo à futura Av. Presidente Antônio Carlos perto da Rua Almirante Barroso. O trecho ainda com pequena elevação, à direita, será extinto no final dos anos 20, restando apenas um diminuto pedaço sem saída da Ladeira da Misericórdia, único remanescente geográfico da existência do Morro do Castelo.
27. Esta foto parece ser a continuação à direita da foto anterior. Na extrema direita está uma das torres sineiras da Igreja de Santa Luzia e à esquerda os fundos da Santa Casa de Misericórdia.
27a. 1927. Na lateral esquerda está um dos torreões do Mercado Municipal e o antigo Arsenal de Guerra. Na lateral direita, a Ponta do Calabouço.
27b. 1929. No fundo, à esquerda, vemos as silhuetas dos torreões do Mercado Municipal. Mais abaixo, na esplanada, está o primeiro prédio construído na área devastada do morro: Associação Cristão de Moços - ACM, na esquina das, já demarcadas, Av. Graça Aranha e Rua Araújo Porto Alegre (Vide foto 29d). O prédio no canto inferior esquerdo é a sede do antigo STF, localizado na Av. Rio Branco, altura da Praça Floriano (Cinelândia).
28. 1928. Seis anos após o término do desmonte pouca coisa avançou na área da nova esplanada.
29. 1928. Uma comitiva do Prefeito Prado Jr. visita o pequeno trecho que sobreviveu ao desmonte do morro, mas que em breve desaparecerá.
29a. À esquerda destaca-se o Pavilhão dos Estados da Expo 1922.
29b. 1924. Um grupo de crianças que ainda reside nas ruínas do morro. Logo serão "removidas". O destino dos "castelenses", como eram chamados os moradores do morro, foi a origem de um grande problema social. Eles foram espalhados por diversas regiões da Zona Norte e Centro (Lapa, Bairro de Fátima, Catumbi, Cidade Nova, Zona Portuária, Morro do Pinto, Morro de São Carlos, Morro da Mangueira, Morro do Salgueiro, Morro do Borel, Morro dos Macacos e Marechal Hermes). Esse deslocamento de famílias de baixa renda não foi previamente planejado e provocou o crescimento desordenado destes locais agravando as condições de habitação, saneamento e saúde já existentes.
29c. 1924. O mesmo local da foto anterior na parte restante do morro. As construções ao fundo pertenceram a Expo 1922.
29d. 1925. Estas construções restantes no alto do morro, à direita, podem ser vistas na foto 29a.
29e. Foto colorizada com data desconhecia. Ao fundo algumas construções da Expo 1922, destacando-se o prédio com cúpula arredondada acima do homem. É o Pavilhão de Festas.
29f. 1929. Em destaque o primeiro prédio construído na Esplanada do Castelo: Associação Cristã de Moços - ACM, localizada na ainda inexistente Rua Araújo Porto Alegre esquina com Av. Graça Aranha. No fundo, à direita, vemos a Igreja de Santa Luzia por trás. Vide foto 27.
29g. 1929.
29h. Para se ter uma ideia ampla da devastação do morro, apresentamos esta foto aérea por volta de 1930. No pé da imagem está a Igreja N. Sra. da Glória do Outeiro, seguindo pra cima vemos a Praça Paris recentemente inaugurada e, mais adiante, a área descampada da futura Esplanada do Castelo. No alto da foto identificamos a Ilha das Cobras ligando-se ao continente pela Ponte Almirante Alexandrino. Por fim, no canto superior esquerdo, está uma parte do Ed. "A Noite", na Praça Mauá.
30. Esta foto, de 1936, prova quanto tempo a área livre ficou sem construções. Pontos de referência:
1) Santa Casa de Misericórdia (de fundos);
2) Tribunal de Justiça;
3) Escola de Magistratura;
4) Palácio Tiradentes;
5) Igreja de São José;
6) Teatro Municipal;
7) Museu de Belas Artes;
8) Biblioteca Nacional;
9) Palácio Monroe;
10) Palácio Pedro Ernesto (Câmera de Vereadores);
11) Praça Paris;
13) Convento do Carmo;
14) Paço Imperial;
15) Rua da Assembleia;
16) Rua São José;
17) Av. Presidente Antônio Carlos;
18) Av. Almirante Barroso; e
19) Igreja de Santa Luzia.
31. 1923. O fotógrafo está ao lado da Igreja de Santa Luzia apontando sua câmera para o fundo dos prédios indicados.