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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

TIJUCA - Estádio do Maracanã e arredores

1. Foto aérea sem data com enquadramento do prado do Derby Club. A Av. Maracanã é a via que passa à direita e no alto da imagem passa a linha ferroviária. A Rua São Francisco Xavier está em "v" na margem inferior sendo cruzada por quatro vias, da esquerda para direita: Rua Conselheiro Olegário, Rua Artur Menezes, Rua Izidro de Figueiredo e Rua Visconde de Itamaraty. Todas elas atingem a Rua Professor Eurico Rabelo (antiga Rua Derby Club).

 
2. Outra foto aérea de 1928 do também chamado Prado do Itamaraty, no mesmo sentido da anterior, abrangendo toda a área do entorno do clube de turfe.

 
3. 1930. No alto da imagem está o Derby Club e mais abaixo a área atualmente ocupada pelo campus da UERJ. A via à direita é a Rua São Francisco de Xavier.

 
4. Anos 30. Na parte baixa da imagem passa a linha ferroviária e no alto à direita estão os bairros da Tijuca e Vila Isabel.

 
5. O Derby Clube foi criado em 1885 e tinha seu hipódromo na região onde anos depois seria construído o Estádio do Maracanã.

5a. Consta ser a corrida inaugural do Derby Club em 1885. Não havia nem arquibancada.

5b. 1925.

5c. 1925. Provavelmente o mesmo evento da foto anterior.
 
5d. Sem data.
 
6. 1911. Em 1932, atolado em séria crise financeira, o Derby uniu-se ao Jóquei Clube, seu rival, abandonando seu hipódromo, transferindo-se para o luxuoso prado da Gávea, formando o novo Jóquei Clube Brasileiro. 

7. 1919. Pavilhão Central.
 
8. Anos 10 em movimentado dia de corridas. O tradicional espaço atraía membros da elite da sociedade carioca e das classes populares.
 
9. Era uma época na qual o futebol, como esporte, ainda não havia se popularizado e, assim como o remo, o turfe estava entre os mais concorridos.

10. Anos 10.

10a. 1926.
 

11. 1910. Monumento a Paulo de Frontin (Presidente do Clube) em homenagem ao 25º aniversário da 1ª corrida e inauguração do prado (02/08/1885 - 02/08/1910).
 
12. Ano de 1932. O hipódromo possuía uma arquibancada para duas mil pessoas e uma pista de corrida de 1.450 metros.
 
13. Foto de 1949. Erguem-se as estruturas do novo estádio de futebol.
 
14. Foto contemporânea a anterior. A construção do Estádio Jornalista Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã ou simplesmente "Maraca", se iniciou em 1948.

15. 1949. Cerca de 2 mil operários trabalharam na construção do estádio.

15a. Aspecto dos trabalhos em ritmo acelerado para cumprir o cronograma.
 
16. Foto de 1949. A construção do estádio entra na fase final. Ao fundo fica a Tijuca e na lateral direita Vila Isabel. Notar ainda o "esqueleto" e a favela no pé da imagem.
 
17. Esta foto parece mostrar o jogo oficial da inauguração entre paulistas e cariocas em 15/06/1950.

18. Mesmo dia da foto anterior. Nove dias depois teve inicio a Copa do Mundo de 1950 com o jogo de abertura entre Brasil e México.

18a. 1950. Identificações:
1) Favela do Esqueleto (atual campus da UERJ);
2) Av. Maracanã;
3) Rua Professor Eurico Rabelo;
4) Boulevard Vinte e Oito de Setembro;
5) Rua São Francisco de Xavier;
6) Rua Teodoro sa Silva;
7) Rua Maxwell;
8) Museu do Índio (antigo); e
9) Linha Férrea da Central do Brasil. 
 
18b. Nesta área livre será construído em 1978 o Parque Aquático Júlio de Lamare. À direita fica a atual Rua Mata Machado e no fundo a Favela da Mangueira.

18c. 1965. Indicações:
1) Maracanãzinho;
2) Estádio de Atletismo Célio de Barros;
3) Entrada Belini (Av. Maracanã);
4) Entrada UERJ;
5) Favela do Esqueleto (atual campus da UERJ); 
6) Av. Professor Eurico Rabelo;
7) Linha férrea da Central do Brasil;
8) Av. Radial Oeste (atual Av. Rei Pelé); e
9) Estacionamento (área do atual Parque Aquático Júlio Delamare).
 
19. Muitos não sabem que o estádio estava inacabado durante a Copa do Mundo de 1950.
 
19a. O estádio recém inaugurado em foto panorâmica.

20. Torcedores no meio de andaimes.
 
21. O maior do mundo com capacidade para 200 mil torcedores. Em 1960 foi instalada em frente a entrada principal, voltada para a Av. Maracanã, uma estátua do jogador Bellini, capitão da seleção brasileira campeã do mundo na Copa de 1958 na Suécia. Com o tempo o local passou a ser ponto de encontro de torcedores antes e depois dos jogos, além de servir de pano de fundo para fotografias tiradas por turistas de todas as partes em visita ao estádio.

22. Rua Professor Eurico Rabelo no anos 50. As vias ao redor do estádio foram utilizadas para competições automobilísticas.
 
22a. Década de 50. Em dias de forte chuva, o transbordo dos rios Maracanã e Joana causava alagamento ao redor do estádio.
 
23. Veículos acabam de sair da Av. Maracanã e entram na Rua Professor Eurico Rabelo em foto de 1962. A manutenção das pistas no entorno do estádio estava péssima.
  
24. Começo da construção do Maracanãzinho em 1953.

25. Data desconhecida.
 
26. Seria à época um dos maiores ginásios cobertos do mundo. Ao fundo vemos a Pedreira da Babilônia nos arredores do Colégio Militar.

27. A obra levou 17 meses para ser concluída.
 
28. 1954.

29. O Maracanãzinho foi inaugurado em 1954 com nome oficial de Ginásio Gilberto Cardoso e capacidade de público para 12 mil pessoas. Embora fosse destinado a competições de volei, futebol de salão e basquete, também foi utilizado para shows de artistas nacionais e internacionais, além de outros eventos. Durante os Jogos Pan-americanos em 2007, para o qual foi totalmente reformado e adaptado, e dos Jogos Olímpicos em 2016, o ginásio foi sede de algumas modalidades esportivas.

30. Em 1970 um grande incêndio assolou o prédio rapidamente. Os bombeiros trabalharam durante uma hora e controlaram as chamas, mas as consequências foram sérias. A cúpula do ginásio ficou destruída e sua estrutura estava comprometida. No ano seguinte estava completamente reformado.
 
31. O Maracanã e seu filho, o Maracanãzinho. Ainda seriam construídos ao redor: em 1974 o Estádio de Atletismo Célio de Barros (canto superior direito) e em 1978 o Parque Aquático Júlio de Lamare (onde há um grande estacionamento na parte baixa da imagem), transformando o local num grande complexo esportivo.
 
32. Segunda metade dos anos 50. Comparar com foto 1.
 
33. 1965.

33a. Cerca de 1960. O trem se aprovima da estação de São Cristóvão. Ao fundo o "maior do mundo" e o Museu do Índio na frente.
 
34. Foto de 1967 mostra o estádio cheio de torcedores. O anel mais próximo do campo era conhecido como "geral", com ingresso mais barato, contudo era necessário ficar de pé para assistir as partidas. Tinha capacidade para 30 mil torcedores em degraus largos. Os que chegavam cedo se posicionavam nos degraus mais altos, quase abaixo das cadeiras, a fim de observar o jogo com maior profundidade. Os torcedores mais próximos do "fosso", como os observados aqui, só viam as canelas dos jogadores no gramado. Ao que tudo indica a partida ainda não começou e os que estão sentados terão de levantar se quiserem assistir. Imaginem, agora, em dias de chuva...Para os Jogos Pan-americanos de 2007 o estádio foi reformado e a "geral" extinta. Elitizaram o futebol do "Maraca".

34a. Aspecto da "geral" em dia de Maracanã lotado nos anos 80.
 
34b. Anos 60. "Geraldinos" antes da partida começar.

34c. Anos 80. O estádio lotado para assistir um jogo clássico carioca.
 
 
35. Foto de 1976 focando o estádio pela sua lateral da Av. Radial Oeste, depois Av. Rei Pelé. Observar o Estádio de Atletismo Célio de Barros na direita e o terreno vazio da futura Estação do Metrô Maracanã na parte baixa da imagem.

 
36. 1977. Mesmo ângulo da foto anterior, embora mais aproximado do estádio, provavelmente obtida do alto da passarela existente no local oriunda da Estação de Trem de São Cristóvão.

 
36a. 1977. Torcedores atravessam a mesma passarela. Decerto é a sequência à direita da foto anterior.

 
37. Cerca de 1978. 

38. Provavelmente da mesma sequência anterior.

 
38. Foto recente. O estádio sofreu duas grandes reformas: a primeira para os Jogos Pan-americanos de 2007 quando permaneceu fechado por quase um ano para a instalação de cadeiras, novas, rampas de acesso e inovações tecnológicas; a segunda para a Copa do Mundo de Futebol de 2014, ocasião na qual a cobertura de concreto do estádio foi substituída por uma membrana que cobre 95% dos assentos além da extinção dos dois anéis originais trocados por apenas um nível de cadeiras. O estádio foi ainda palco da cerimônia de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016.

  

39. No começo dos anos 70 o Vestibular Unificado era realizado nas arquibancadas de concreto do Maracanã. Uma total insensatez para estudantes e fiscais. Multidão, calor insuportável, estresse e grande desconforto, sendo necessário levar somente caneta e prancheta para apoiar a prova.

40. Aqui, em 1971, notamos uma maior distância entre os vestibulandos.
 
41. 1972. Observar que alguns chegam a procurar posição mais confortável. Os rapazes chegavam a retirar a camisa e outros se levantavam para "aliviar a coluna" já que eram três horas ou mais de exame. Se chovesse o drama poderia ser ainda maior, pois a cobertura do estádio não abrangia todos os lugares.
 
42. Aguardando a hora dos portões abrirem. Em 1974 o Ministério da Educação e Cultura proibiu a realização dos exames de vestibular em estádios de futebol.

43. Bem antes da inauguração do Estádio do Maracanã, o governo federal planejou e deu início a construção de um conjunto de hospitais numa grande aérea que pertencia ao antigo INPS ao lado do Rio Joana, anteriormente ocupado pelo prado do Turfe Clube. Seria o Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil. Por uma série de razões as obras foram abandonadas em 1941 e a estrutura do prédio inicial de uma das alas ficou inacabada da forma como vemos nesta foto de 1956.
 
44. 1955. Com o passar dos anos um enorme galpão de materiais da obra (vide foto 53, item 8) foi invadido e ocupado por famílias sem teto, transformando o local em residência coletiva permanente em péssimas condições sanitárias. Logo, mais famílias desalojadas de outros cantos da cidade foram construindo precários barracos e se instalando ao redor do galpão, ao lado do "esqueleto" citado na foto anterior. Assim nasceu a Favela do Esqueleto.

45. A comunidade cresceu desordenadamente após a inauguração do Estádio do Maracanã em 1950. Visão a partir do final da Rua Professor Eurico Rabelo. À direita está o muro que cerca o estádio.

46. Imagem de 1967. Competição de atletismo realizada no terreno ao lado do estádio. Sete anos depois a área seria reformada e dotada de arquibancada para a inauguração do Estádio de Atletismo Célio de Barros. Notar ao fundo o "esqueleto".
 
46a. 1959.

47. O segundo trecho (Praça da Bandeira - Maracanã) da nova Av. Presidente Castelo Branco, mais conhecida como Av. Radial Oeste (atual Av. Rei Pelé), foi inaugurado em 1961 para ligar o trânsito oriundo da Av. Presidente Vargas até os bairros do subúrbio que margeiam a linha férrea, desafogando o fluxo de veículos na Tijuca. Foi necessário desapropriar alguns imóveis da região assim como remover alguns moradores da favela cujos barracos ficavam no traçado da nova avenida, entretanto a comunidade resistiria por mais alguns anos. Observar o Estádio do Maracanã ao fundo e os casebres nas margens da pista.
 
48. Década de 60. Trânsito ainda em mão dupla.

49. 1962.
 
50. O governo estadual tinha em mãos um enorme problema social. Era necessário tomar alguma providência à semelhança do que fora feito nas comunidades do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas.

51. 1964. Em alguns trechos da favela havia barracos sobre palafitas nas margens do Rio Joana.
 
51a. 1952. Precárias condições de vida ao lado de uma obra gigante: ponte improvisada, mato crescendo, lata d'água na cabeça, roupas secando à margem da rua e  ônibus aguardado com ansiedade.
 
52. Foto de 1961 com grande amplitude permitindo avaliar a dimensão da favela. Vemos a Av. Radial Oeste sendo inaugurada, o Maracanã e o "esqueleto" do prédio inacabado. Esta avenida, após o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, no final de 2022, passou a se chamar Av. Rei Pelé.
 
53. Foto aérea de 1962 com indicações do entorno da região da Favela do Esqueleto (linha amarela pontilhada):
1) Elevatória da Cedae (Praça Maracanã);
2) Igreja do Divino Espírito Santo e São João Batista (Rua Felipe Camarão, nº 12, vide foto 62);
3) Hospital Universitário Pedro Ernesto (Boulevard 28 de Setembro, nº 77);
4) Rua Radialista Waldir Amaral;
5) Rua Felipe Camarão;
6) Rua São Francisco de Xavier;
7) Linha Férrea;
8) Depósito de materiais da construção do inacabado complexo hospitalar; e
9) Senai (Rua São Francisco de Xavier, nº 601).

53a. Anos 40. O "esqueleto" do prédio inconcluso que deu nome à favela com o Morro da Mangueira ao fundo.
 
54. Autoridades visitam a comunidade e se misturam aos moradores ao que parece para "vistoriar" e "solucionar" a questão. Em 1965 os moradores da favela foram "removidos" para um conjunto de casas em Vila Kennedy, sub-bairro de Bangu à época. Após a desocupação as obras foram retomadas, contudo não mais para um complexo hospitalar como inicialmente projetado e sim para a instalação do campus da Universidade Estadual da Guanabara - UEG, atual UERJ desde 1975.

54a. 1962.
 
55. 1965. Os últimos destroços dos barracos são retirados.
 
56. Foto dos anos 60 revela o canteiro de obras para a construção definitiva da UEG.

57. 1973. As obras da universidade estão em andamento, mas o prédio do antigo "esqueleto" voltado para o Maracanã está pronto. Vide foto a seguir, comparando também com foto 52.
 
58. Foto de 1970 mostra o pavilhão principal da UEG, o primeiro a ser concluído. 
 
59. Esta imagem aérea, ao redor de 1974, mostra os andares mais altos dos pavilhões ainda em conclusão. O prédio da foto anterior está na lateral direita e ao fundo passa a linha férrea. Notar ainda, no canto inferior esquerdo, a Praça Maracanã com a elevatória da Cedae e sua alta torre até hoje no local. Por ali passa a Rua São Francisco Xavier e começa o Boulevard 28 de Setembro, fora da foto. Diante dos pavilhões do campus universitário ainda há construções baixas que logo serão demolidas para a instalação de um grande estacionamento na parte frontal do campus universitário.

60. 1976. Obra concluída. À direita vemos a Rua São Francisco Xavier, em cujo nº 500 fica o endereço oficial da universidade, e no canto superior esquerdo o Estádio do Maracanã.

 
61. Foto de 1984 obtida da pista de corrida do Estádio de Atletismo Célio de Barros. Notar na lateral direita o prédio da UERJ, onde havia a estrutura inacabada. Comparar com fotos 46 e 46a.
 
62. 1914. Igreja do Divino Espírito Santo e São João Batista, situada na Rua Felipe Camarão, nº 12, ao lado da Praça Maracanã (no começo da Av. 28 de Setembro). Construída em 1910.
 
63. Este é o prédio do antigo Museu do Índio, localizado na Rua Mata Machado, nº 127, ao lado do Estádio do Maracanã. Esta rua começa na Rua General Canabarro, atravessa a Av. Maracanã e termina na atual Av. Radial Oeste. A construção provavelmente é do começo do Século XX e o museu instalou-se ai em 1953. Em 1977 o museu mudou-se para Botafogo, na Rua das Palmeiras, nº 55 onde permanece. A antiga sede ficou abandonada por anos e se chegou cogitar sua demolição por diversas vezes, sendo a última por ocasião das obras de reforma do estádio, seu vizinho, para a Copa de 2014. Em 2006 o sobrado foi ocupado por um grupo de indígenas recebendo, mais tarde, apoio de militantes políticos e indigenistas para não deixarem o local. O INEPAC fez um tombamento provisório em 2013, mas a centenária construção permanece se deteriorando enquanto as autoridades responsáveis não chegam a um acordo sobre o destino do imóvel. Vide fotos 4 (centro da imagem), 37, 48 (fundo) e 52 (alto à esquerda).

64. Rua Conselheiro Olegário em foto dos anos 50. Para localizar a rua vide foto 1 onde ela é citada.
 
65. Esta foto de 1975 mostra a construção do Elevado Oduvaldo Cozzi, inaugurado no ano seguinte. Ele faz a ligação da Av. Radial Oeste (na qual os veículos seguem) à Av. Maracanã, em frente a entrada do estádio onde fica a estátua do capitão Bellini. Na lateral direita, onde vemos alguns outdoors, fica o antigo Viaduto de São Cristovão, sobre a linha férrea, descendo em direção à Quinta da Boa Vista e adjacências. 

66. Foto de 1971 captando a subida do Viaduto de São Cristovão. Este trecho era local de grande engarrafamento, pois o trânsito era impedido a caminhões e ônibus (observar a placa de sinalização e o arco de ferro) além da passagem de apenas um carro de cada vez. Com a inauguração do Elevado Oduvaldo Cozzi, acima citado, o problema foi resolvido.

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