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sexta-feira, 23 de julho de 2021

APÊNDICE VI - Zeppelin no Rio

O dirigível alemão Graf Zeppelin LZ127, construído em 1928, possuia aproximadamente 236 metros de comprimento e 30 metros de altura. Na época era o maior, mais luxuoso e mais veloz do mundo. Era constituído por dez cabines duplas, dois lavabos, banheiros, restaurante, cozinha, sala de rádio, sala de navegação e sala de controle. 

Foi o primeiro dirigível a atravessar o Oceano Atlântico. A enorme aeronave prateada chegou ao Rio de Janeiro em voo experimental na noite de 24/05/1930, após escala de dois dias no Recife. Na manhã seguinte sobrevoou a cidade oferecendo a eufórica população carioca um espetáculo empolgante e digno da aviação moderna. No dia seguinte partiu para Recife e, após abastecimento, rumou de volta para o continente europeu. Alcançou seu destino, na Alemanha, a 06/06/1930, 19 dias após sua partida do mesmo local.

No ano seguinte o dirigível fez três viagens ao Brasil e de março à outubro de 1932 retornou por nove ocasiões. E outras mais em 1933. Mas era necessário construir um aeroporto no Rio de Janeiro para que estas aeronaves pudessem permanecer mais tempo na cidade em segurança. A improvisada base no Campo dos Afonsos era considerada, pelos técnicos e comandantes alemães, arriscada demais devido aos ventos cruzados o que costumava expor o enorme "charuto voador" a riscos desnecessários. Afinal tratava-se de uma aeronave que levava em seu interior nada menos que 20 mil m³ de gás hidrogênio, altamente inflamável.

Em 26/12/1936 foi inaugurado o novo aeroporto para dirigíveis localizado em Santa Cruz após dois anos de construção. Foi uma obra faraônica numa área de 80 mil m², realizada com financiamento do governo brasileiro, mas graças a alta tecnologia alemã. O Hangar do Zeppelin existe até hoje, sendo um dos poucos exemplares no mundo. Todas as suas peças foram trazidas de navio da Alemanha. Suas dimensões são impressionantes: 274 metros de comprimento, 58 metros de largura interna e um vão livre central com 70 metros. O suficiente para receber aeronaves ainda maiores do que o Graf Zeppelin.

As novas instalações do Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, como seria batizado, previam ainda a construção de uma usina com capacidade de produzir 3.000 m³ de hidrogênio por dia, além de depósitos de gasolina e óleo, mastro de amarração e outras instalações. No momento do pouso, mais de uma centena de homens postavam-se disciplinadamente espalhados pelo terreno, aguardando ansiosamente pelo momento em que os cabos de bordo fossem lançados. A proa era então atracada a uma torre de amarração telescópica de até 21,5 metros de altura e a popa era engatada em um carro gôndola, que trazia o dirigível para o interior do hangar, onde então os passageiros podiam desembarcar em total segurança.

Em março de 1936 o Graf Zeppelin foi substituído pelo novo e ainda maior dirigível Hindenburg LZ129, orgulho do novo regime nazista da Alemanha.  Trazia em sua cauda o símbolo da suástica como forma de propagar pelo mundo a grandeza da moderna tecnologia alemã. A nova aeronave realizou sete viagens ao Rio de Janeiro.

Após o trágico acidente do Hindenburg nos Estados Unidos, em 06 de maio de 1937, a era dos grandes dirigíveis se encerrou. Da mesma forma, o aeroporto em Santa Cruz, com apenas um ano de funcionamento, parou de receber qualquer aeronave deste tipo e se tornou inútil. Em 1941 transformou-se em Base Aérea.

As fotos a seguir estão sem data, mas decerto tratam-se de imagens da primeira viagem do Zeppelin ao Rio de Janeiro em 25/05/1930.

 
1. Sobre a Praça Tiradentes.

   

2. Av. Rio Branco.

3. Praça Mauá.

4. Morro da Conceição.
 
4a. Sobrevoando os céus da Praça XV.
 
 5. Cinelândia.
 
5a.Cinelândia.

6. Cinelândia.
 
7. Praça Paris, próximo ao Passeio Público.
 
8. Av. Beira-mar, próximo ao Passeio Público.

9. Av. Beira-mar, próxima ao Aeroporto Santos Dumont. Sequência da foto anterior.
 
10. Av. Presidente Antônio Carlos, na ainda pouco urbanizada Esplanada do Castelo.

11. Imagem obtida do Morro de Santo Antônio com o dirigível sobre os arredores do Passeio Público.
 
12. Glória.

13. Enseada da Glória.
 
14. Uma multidão se aglomera sobre o muro da Av. Beira-mar a fim de admirar o dirigível na altura do Hotel Glória.

15. Tomada obtida próximo à Praça Paris.
 
15a. Praça Paris.

15b. Idem.
 
16. Praia do Flamengo.
 
17. Imagem provavelmente captada do Outeiro da Glória.

18. Morro de Santa Teresa e Arcos da Lapa.
 
19. Foto obtida a partir do Morro de Santa Teresa com o dirigível sobre o Flamengo.
 
20. Foto da Enseada de Botafogo captada do alto do Morro do Pão de Açúcar.
 
20a. Bela imagem gráfica criada por computador. O dirigível sobre a Enseada de Botafogo com o Pavilhão do Mourisco em primeiro plano e o Morro do Pão de açúcar ao fundo.
 
21. Sobre a Enseada da Barra da Baia de Guanabara.
 
22. Mesmo local da foto anterior em outro ângulo.
 
23. Sobre a Enseada da Barra da Baía de Guanabara a partir na Praia de Jurujuba em Niterói.
 
24. Urca. Provável captação a partir do Morro da Viúva.

25. Foto tirada de aeroplano vendo-se o dirigível sobre a antiga Praia da Saudade na entrada da  Urca.

26. Praia de Copacabana, na altura do Posto VI.
 
27. Praia de Copacabana.
 
28. Copacabana, vendo-se abaixo todo o trecho compreendido entre as Ruas República do Peru (direita) e Santa Clara (esquerda).
 
29. Sobre os bairros do Andaraí e Grajaú.
 
30. O Hindenburg sobre a Enseada de Botafogo. Proporções ainda maiores que o Zeppelin. No pé da imagem vemos o Morro da Viúva e na lateral direita o bairro da Urca e o Morro Cara de Cão.

31. Campos dos Afonsos, local provisório e arriscado para atracação dos dirigíveis. Nesta foto vemos o momento do desembarque dos passageiros em meio a uma pequena multidão de pessoas movida pela curiosidade.
 
32. Campos dos Afonsos.

33. Campo dos Afonsos.
 
34. Campo dos Afonsos. 

34a.
 
35. Sobrevoando o Campo dos Afonsos.
 
36. Campo dos Afonsos. Aproximando-se para atracar. Observar as equipes alinhadas e prontas para puxar os cabos de bordo quando lançados ao solo.

37. Uma bela imagem colorizada do terreno de pouso no Campo dos Afonsos.
 
38. Base Aérea de Santa Cruz. O hangar ainda em construção e o Zeppelin acima.

38a. Foto colorizada do início da montagem da estrutura do hangar, vendo-se à esquerda o ramal da estação de trem de Santa Cruz que chegava até o local para o transporte de material e passageiros.

39. O Zeppelin atracado e, ao fundo, o hangar em fase inicial de construção.
 
40. Sobrevoando o bairro de Santa Cruz.

41. Operação de estacionamento no hangar. Todo cuidado é pouco.
 
42. Aqui a aeronave parece deixar o hangar.
 
43. Ao fundo o Hindenburg sai do hangar de Santa Cruz.
 
44. O Hindenburg adentra no hangar.

45. Detalhe do mastro de amarração.
 
45a. 1934.
 
45a. Taxiando.

45b. Um dirigível da Marinha norte-americana em 1943. A estrutura possui 274 metros de comprimento, 58 metros de largura e 58 metros de altura. Em 2023 completou 87 anos sendo um dos únicos hangares de dirigíveis ainda existentes no mundo.
 
46. Fotografia de 2004 mostra o enorme hangar na Base Aérea de Santa Cruz. Tombado como patrimônio histórico da cidade.
 
47. Abrigo para os caças F-5 da FAB diante do antigo hangar em foto mais recente.
 
48. Esquema do Zeppelin por dentro.

49. O interior da gôndola.

50. Não somente dirigíveis alemães estiveram no Rio de Janeiro. Nesta foto, de 1944, vemos um blimp da Marinha norte-americana sobrevoando em baixa altitude a Praia de Copacabana. Proporções bem menores.
 
51. A mesma aeronave da foto anterior agora vista sobre a Praia do Leblon.

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