Antes de apresentar as fotos da principal artéria viária da cidade, é preciso esclarecer que a mesma foi idealizada na gestão (1902-1906) do Prefeito do Distrito Federal Francisco Pereira Passos (1836-1913). Engenheiro de formação, considerado o transformador da antiga cidade colonial para o modernismo do começo do século XX. Passos demonstrou ousadia nesta gigantesca obra iniciada em março de 1904 e concluída em novembro de 1905. Foram demolidas 641 casas e cortiços que exigiram o desalojamento de quase 3.900 pessoas para a construção de uma via pavimentada de 1.800 metros de extensão por 33 metros de largura, ligando a Praça Mauá à região da atual Praça Floriano (Cinelândia). As calçadas foram ornadas com mosaicos em pedras portuguesas e nas "ilhas" centrais, que dividiam o trânsito, foram instalados belos postes de iluminação elétrica com 3 lâmpadas e arborização de Pau Brasil. Antes mesmo da inauguração, diversos edifícios do governo, hotéis, sede de empresas, jornais, clubes, cinemas, restaurantes, bares e cafés começaram a trocar seus antigos endereços para a nova avenida. Em 1912 com a morte do advogado e diplomata brasileiro José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912), o Barão do Rio Branco, a via teve sua denominação alterada de Av. Central para Av. Rio Branco em sua homenagem. No final dos anos 30, com a modernização da arquitetura, os prédios da primeira geração da avenida foram sendo, aos poucos, substituídos por outros mais altos e modernos. Poucos sobraram. Na sequência, o canteiro central foi removido, assim como suas árvores, para que o intenso trânsito pudesse fluir com maior rapidez.
1. Em 1904 ocorriam os estágios iniciais da abertura da Av. Central (atual Av. Rio Branco) no ponto exato onde ela se inicia, na Praça Mauá (anteriormente conhecida como Largo da Prainha).
1a. 1904.
2. Estamos em 1905, época da inauguração da Av. Central. O prédio à direita pertence à família Guinle, no nº 2 da citada avenida, bem na esquina da Rua do Acre (não visível). Ao fundo a silhueta do Pão de Açúcar, o Morro do Castelo, um pouco mais à esquerda, e as torres da Igreja da Candelária. As duas ruas à esquerda, separadas por um pequeno trecho de calçada, são as Ruas Dom Gerardo e São Bento. Em toda a extensão da nova avenida existe uma grande quantidade de construções.
3. Este é o citado prédio (nºs 6-4-2) descrito na imagem anterior, com sua portaria principal voltada para a Av. Central. Foi um ícone da região. Nele funcionou, durante algum tempo, a sede da extinta Cia. de Navegação Lloyd Brasileiro. Ela irá aparecer em várias fotografias desta postagem.
3a. Uma excelente tomada sem data.
3b. Imagem de cartão postal circulado em 1908. À esquerda a Casa Mauá em construção e, à direita, o prédio da família Guinle na esquina da Rua do Acre (antiga Rua da Prainha).
4. Nesta imagem, de 1908, podemos ver, claramente, a Rua do Acre e, na extrema direita, parte do prédio do Liceu Literário, no local onde seria construído, anos depois, o enorme Ed. Joseph Gire, mais conhecido como "Ed. A Noite", local onde funcionou a sede do famoso jornal, desaparecido em 1957.
4a. Excelente imagem em detalhes da calçada em "agulha" do prédio Guinle. Na lateral direita o final da Rua do Acre e no canto inferior esquerdo o começo da Av. Central. Foto sem data.
5. Outra imagem de 1906 pelo lado ímpar do começo da Av. Central. Comparar com a foto 2. Todas as construções estão prontas. Ruas Dom Gerardo e São Bento.
5a. Hotel São Bento em 1915. À esquerda Rua Dom Gerardo e à direita Rua São Bento (bonde).
5b. Nº 19. Hotel São Bento visto entre as duas ruas citadas nas duas foto anteriores.
6. Bela imagem agora revelando a Casa Mauá, à esquerda, no local onde está hoje o prédio do Ed. RB1, concluído em 1990.
6a. 1912.
6b. 1915.
7. Uma foto de 1922 mostrando o lindo prédio da Casa Mauá em estilo neogótico, na esquina da Av. Rio Branco com Rua Dom Gerardo. Pertencente ao Mosteiro de São Bento, ocupava aos nºs 1 à 17. Demolido em 1980 para a construção do moderno prédio de 33 andares conhecido como "RB1" (Centro Empresarial Internacional Rio).
8. Embora um pouco desfocada, esta foto ao redor de 1908 nos traz um ângulo pouco comum. O prédio da Guinle&Cia. numa tomada com a câmera voltada para a Praça Mauá. Vemos os fundos do Liceu Literário e, à esquerda, a continuação da Rua São Bento após atravessar a Av. Central. Curiosamente ela fica mais alinhada com a Rua Dom Gerardo.
8a. Sem data mostrando ângulo semelhante à foto anterior.
8b. Um grupo escolar formado durante a cerimônia do Dia das Crianças de 1918.
9. Aqui uma tomada do ano de 1906 revela detalhes curiosos: O pedestal no começo da Av. Central está vazio, sem a estátua do Barão de Mauá e com um mastro para hastear bandeiras atrás. Na sua esquerda a Casa Mauá está sendo construída.
9a. 01/05/1910. Inauguração do Monumento ao Barão de Mauá.
9b. Colorizada de 1912.
10. Vejamos esta foto datada de 1912, tal qual a anterior. A estátua do Barão de Mauá está assentada em seu pedestal de 8,5 metros.
10a. Provável anos 20.
10b. 1912.
10c. Foto colorizada de 1915.
11. Essa de 1910 mostra uma grande agitação de pessoas e carroças na região. A via à direita de onde vem os trilhos de bonde é a antiga Rua da Prainha, atual Rua do Acre.
12. Carnaval de 1928.
13. Essa é a esquina da Av. Central com Rua São Bento em 1908 com a câmera em direção à Cinelândia. Esta bela edificação é a Cia. de Navegação Lamport & Holt. Com a criação do nova zona portuária da cidade, muitas empresas de navegação se instalaram na região. Vide fotos 5a e 5b.
13a. Nºs 21-23-25-27.
14a. 1910.
15. O prédio citado nas três fotos anteriores visto aqui lateralmente pela Av. Central, À esquerda fica a Rua São Bento.
15a. Nºs 29-31-33.
15b. Nºs 35 e 37.
15c. Nºs 39-41-43. As três últimas fotos mostram as construções existentes entre a Rua São Bento e Rua Visconde de Inhauma.
15d. Nºs 14-12-10-8. Este prédio pode ser visto lateralmnte nas fotos 3b, 4, 6 (atrás do monumento), 6a e 9a. A direita fica o trecho final da Rua São Bento.
15e. Prédios nºs 20-18-16. À esquerda está a Rua Mayrink Veiga (antiga Rua Municipal).
15f. Bela construção do lado par da avenida. Nºs 26-24-22. Entre Rua Mairynk Veiga (à esquerda) e Rua Beneditinos (à direita). Hoje Ed. Unidos, nº 26 da Av. Rio Branco. Vide foto seguinte.
16. Bela imagem ao redor de 1908 clicada da Rua Visconde de Inhauma (antiga Rua dos Pescadores) em direção à Praça Mauá. O prédio à esquerda, em colunas, é a Caixa de Amortização, depois Banco Central.
16a. Esta fotografia de 1937 mostra o Ed. Unidos já citado na foto 15e.
17. 1910. O prédio visto aqui e citado na foto 16 foi a sede da Cia. Estrada de Ferro São Paulo e Rio Grande.
18. O começo da Av. Rio Branco em 1942.
18a. Cerca de 1942.
19. Uma imagem obtida do alto do Ed. "A Noite" em 1946 mostrando, à direita, a Rua do Acre e o prédio da Guinle&Cia. À esquerda a Casa Mauá e a esquina da Rua Dom Gerardo. Parece haver algum evento ocorrendo na Av. Rio Branco devido a grande quantidade de pessoas acompanhando provavelmente um desfile militar.
20. Tomada muito próxima da foto 8, entretanto anos depois. O prédio do Ed. "A Noite" já está na praça contrastando com o estilo do seu vizinho da família Guinle. Provavelmente anos 30.
20a. Ângulo bastante aproximado da foto anterior, no começo dos anos 30.
21. Uma bela captação aérea da Av. Rio Branco ao longo de toda sua extensão. Em primeiro plano o início dela com fácil identificação de todos os prédios e ruas daquele trecho. Provavelmente trata-se dos anos 30, pois ao ampliar a foto não há sinais da Av. Presidente Vargas, nem de suas obras, concluída em 1944.
22. Esta imagem dos anos 50 foi captada com o fotógrafo de costas para a Praça Mauá junto à calçada do lado ímpar da Av. Rio Branco. O caminhão, à esquerda, está saindo ao que parece da Rua Dom Gerardo.
23. Esta foto é de 1977 obtida do alto de algum prédio do lado par da Av. Rio Branco em seu trecho inicial. Percebemos a maravilhosa Casa Mauá, a Rua Dom Gerardo, um velho prédio (não o original do local) entre esta rua e a Rua São Bento (não visível) e, ao fundo, um segmento do Viaduto da Perimetral sobre à Av. Rodrigues Alves.
Nenhum comentário:
Postar um comentário