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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

APÊNDICE XV - Bondes

A história dos bondes como meio de transporte público no Rio de Janeiro começa em 1859. Os primeiros modelos rodavam sobre trilhos puxados por animais, depois a vapor (1861) e finalmente por energia elétrica (1891). O Brasil foi um dos pioneiros a aderir a este tipo de transporte de massa nos centros urbanos. O apogeu do sistema aconteceu no início dos anos 40 quando empresas candenses, inglesas, americanas e brasileiras operavam cerca de 4.200 carros por aproximadamente 2.250 km de linhas. Estas empresas tinham em seu quadro mais de 30 mil empregados e transportavam 125 mil passageiros por mês,

O bonde teve papel essencial na integração e expansão dos bairros da cidade, unindo o centro antigo às regiões mais distantes que correspondem hoje aos bairros da Zona Norte e Sul. Pessoas de todas as classes sociais podiam se deslocar para centros comerciais mais distantes de suas residências a um custo baixo. Este novo meio de transporte promoveu uma revolução no modo de vida, desenvolvendo o comércio e possibilitando o loteamento de terrenos para venda nos "distantes" bairros de Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon.

No início do século XX surgiram os primeiros automóveis e ônibus movidos à gasolina, contudo o bonde aberto continuou a ser o transporte urbano preferido da população. Em meados dos anos 50 com o barateamento dos automóveis da indústria nacional, o consumidor passou a preferir este tipo de transporte individual para sua família. Além disso, a frota de ônibus disponível cresceu, oferecendo maior segurança aos usuários. O destino do bonde como meio de transporte estava selado.

Em 1963 o Governador do então Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, resolveu encerrar as atividades dos bondes. A companhia que produzia os carros e fazia a manutenção já havia deixado o sistema poucos anos antes, deixando bondes e trilhos sem manutenção de qualidade. As linhas foram sendo extintas em etapas até 1967, sendo a última linha a do Alto da Boa Vista. 

Apenas a linha de Santa Teresa permaneceu e ainda hoje opera. Ela foi inaugurada em 1872 partindo do Largo do Guimarães em direção ao Silvestre e ao Morro Paula Matos. Em 1896 a linha de Santa Teresa, já eletrificada, começou a sair do Largo da Carioca ligando o Morro de Santo Antônio ao Morro de Santa Teresa pelo alto dos Arcos da Lapa (antigo aqueduto). O bonde passou a ser símbolo do bairro para onde iam buscar moradia diversos músicos, intelectuais, artistas e pessoas "descoladas" do agito urbano. Alguns acidentes, inclusive com mortes, ocorreram e os chamados modernistas fizeram coro pelo fim da linha, contudo a associação de moradores, sempre resiliente em manter as tradições do bairro, conseguiu mais atenção do poder público e a linha foi totalmente remodelada, voltando a operar em 2015 após 4 anos de paralização.

Com a extinção deste meio de transporte, o ônibus elétrico foi implantado em 1962 aproveitando a fiação aérea já existente dos bondes. O trolleybus pertencia a CTC, porém teve curta duração devido a problemas econômicos, técnicos e jurídicos. O sistema foi desativado em 1971 e os veículos convertidos a tração diesel.

Atualmente no Rio de Janeiro existe o Veículo Leve sobre Trilhos - VLT que trafega exclusivamente pelo centro da cidade, em duas linhas, desde os Jogos Olímpicos de 2016. Mas isto é outra história...

Linhas existentes de 1951 a 1957

1 - Largo do Machado (não regular)

2 - Laranjeiras

3 - Águas Férreas¹

4 - Praia Vermelha

5 - Leme

6 - Voluntários*

7 - Humaitá, depois Jóquei

9 - General Polidoro - Pça. Mauá, depois General Polidoro

10 - Gávea

11 - Jardim Leblon

12 - Ipanema (via Túnel Velho)

13 - Ipanema (via Túnel Novo)

14 - Praça General Osório

20 - Circular, depois Leme - Ipanema

21 - Circular

22 - Maquês de Abrantes - Estrada de Ferro, depois nº 24

24 - Marquês de Abrantes - Estrada de Ferro

25 - André Cavalcanti

26 - E. Ferro - 1º Março - Independência² *

27 - E. Ferro - Riachuelo - Independência², depois E. Ferro - Riachuelo - Tiradentes

28 - Barcas - E. Ferro

29 - Barcas - E. Ferro - Lapa, depois Lapa - Duque de Caxias - 1º Março

30 - Lapa - Arsenal de Marinha

31 - Lapa - Leopoldina*

32 - Lapa - Av. Rodrigues Alves*

33 - Lapa - Praça da Bandeira

34 - Praça 15 Nov. - Av. Rodrigues Alves*

35 - Praça 15 Nov. - Riachuelo*

36 - Praça 15 Nov. - Pça 11 de Junho, depois Lapa - Cancela

38 - Pça. Mauá - Leopoldina*

39 - Praia Formosa - Pça. Mauá -  Arsenal de Marinha*

40 - Praia Formosa - Camerino - Pça. Mauá

41 - Palmeiras*

42 - Coqueiros

43 - Catumbi - Itapiru

44 - Itapiru - Independência² *

45 - Itapiru - Barcas

46 - Estrela

47 - Santa Alexandrina

48 - Bispo*

49 - Itapagipe*

51 - Matoso

52 - Cancela*

53 - São Januário

55 - Bela de São João*

56 - Alegria

57 - Ponta do Caju e Caju Retiro

58 - São Luis Durão³ *

59 - Pedregulho*

60 - Marquês de Abrantes - Saens Peña, depois Muda - Marquês de Abrantes

62 - Pça. Malvino Reis

63 - São Francisco Xavier*

64 - Aguiar - Fábrica

65 - Muda (não regular)

66 - Tijuca

67 - Alto da Boa Vista

68 - Uruguai - Eng. Novo

69 - Aldeia Campista

70 - Andaraí - Leopoldo

71 - Barão de Mesquita - Verdun*

72 - Saens Peña - Méier

73 - Praça Barão de Drummond*

74 - Vila Isabel - Eng. Novo

75 - Lins de Vasconcellos

76 - Engenho de Dentro

77 - Piedade

78 - Cascadura

79 - Licínio Cardoso

81 - Méier - Tragem

82 - Méier - Independência²

83 - Méier (não regular)

84 - José Bonifácio

85 - Cachambi

86 - Pilares

87 - Boca do Mato

88 - Méier - Pça. Barão da Taquara*

89 - Tanque*

90 - Taquara

91 - Feguesia

93 - Ramos, depois Penha (até Pça. Mauá)

94 - Penha (até Lgo. São Francisco)

96 - Madureira - Vaz Lobo*

97 - Madureira - Penha

98 - Madureira - Irajá

99 - Méier

Obs.: * linha extinta no período. ¹ nome antigo do Cosme Velho. ² nome conhecido antigamente da Praça Tiradentes. ³ antiga fábrica em São Cristóvão.

Tipos de bonde e curiosidades

 
1. Os primeiros tipos eram puxados por parelha de burros e transportavam apenas dezesseis passageiros.

2. Cerca de 1900.

 
3. Inicialmente os modelos elétricos não possuiam numeração nem parabrisas.

 
4. Super lotado com reboque, em frente à Central do Brasil. 

  

5. Dois reboques.

6. Foto dos anos 50 colorizada do bonde 69 na Praça Tiradentes.

7. Uma cena desta é impossível imaginar hoje em dia. Como o motorneiro consegue ver seu caminho à frente? Só no Brasil havia este tipo de super lotação.
 
8. Os usuários pareciam não se incomodar com tamanho desconforto. Será que os homens cediam os bancos para as mulheres?

9. Cerca de 1950. Bonde 5 oriundo do Leme acaba de atravessar o Túnel Novo na boca de Botafogo. Observar que ele vem na contramão em relação aos demais veículos. Este fato ocorria porque somente em uma das duas galerias trafegava bondes. Isso causava alguns acidentes com motoristas de carros que não conheciam o trânsito da cidade. Na mureta acima do bonde há um aviso de "atenção bonde na contramão". Eram os chamados "mata paulista". Os primeiros bondes começaram a trafegar por Copacabana em 1892 atraves do Túnel Velho.

10. O bonde na contramão aconteceu também a Av. N. Sra. de Copacabana antes da abertura dos túneis da Rua Barata Ribeiro (Túnel Sá Freire Alvin, aberto em 1960) e da Rua Tonelero (Túnel Major Rubens Vaz, aberto em 1962).Observar que os passageiros que viajavam nos degraus ficavam a centímetros dos carros em sentido contrário.
 
10a.1960. Mais uma foto da Av. N. Sra. de Copacabana.
 
 
11. 1965. A última linha a ser extinta, já sem nemeração, recebeu novos modelos fechados, nas cores da antiga CTC. Ficaram conhecidos pelos cariocas como "Rita Pavone", cantora italiana de sucesso na época que se apresentava com calça e suspensório.

 
12 A linha que servia a Ilha do Governador circulava somente ali.

13. Este modelo oferecia mais segurança aos passageiros. Observe que o embarque/desembarque era feito somente pela lateral direita, ficando a outra fechada sem estribos.
 
14. Foto de 1947 próximo ao Mercado Municipal da Praça XV. Os "taiobás" eram bondes para transporte de cargas e passageiros, portanto mais baratos. Foram criados em 1884 e no princípio eram conhecidos como "caraduras".
 

15. Antigo bonde de Santa Teresa.
 
16. Moderno bonde de Santa Teresa na Estação do Centro, próximo à Rua Senador Dantas.
 
17.Cerca de 1935. O interior do bonde com suas propagandas que muitas histórias contavam.
 
17a. "Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. E, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite. Salvou-o o Rhun Creosotado".

17b. Anos 50. Subir ou descer dos bondes em movimento sempre foi perigoso. Embora fosse proibido, muitos homens se aventuravam. A imagem desta foto, provavelmente, não é no Rio de Janeiro.
 
17c. Ciclista imprudente "pegando carona" no bonde Tijuca.
 
18. 1896. Inauguração do trecho sobre os Arcos da Lapa.

19. Bonde de Santa Teresa já padronizado nas cores da CTC durante os anos 60.
 
20. Cerca de 1970. O bonde fechado foi uma idéia de pouca duração.
 
21. A figura do "trocador" ou "condutor" é um capítulo à parte na história dos bondes. Ele era o responsável pela cobrança das passagens durante as viagens. Uma tarefa nada fácil, pois deveria equilibra-se nos estribos, coletar dinheiro dos passageiros e evitar o calote dos espertinhos. As notas ficavam cuidadosamente enroladas nos dedos de uma só mão, parecendo um leque, de forma que ele pudesse vê-las com facilidade no momento do troco. Havia um sistema rudimentar que pretendia auxiliar a contagem dos passageiros que houvessem pago a passagem. Tratava-se de uma cordinha esticada no alto que, ao ser puxada, acionava um mostrador mecânico voltado para a cabine,
acima do "motorneiro" (motorista), fazendo um som caracteristico, tipo "blim-blim". Quando o bonde estivesse super lotado, como mostrado nas fotos 7 e 8, este sistema era inútil e o calote era inevitável. As vezes subia no bonde um terceiro personagem chamado "fiscal", ao qual cabia conferir a quantidade de passageiros indicada no mostrador com a quantia arrecadada pelo "trocador". Tempos difíceis.
 
22. Condutor, fiscal e propagandas.

domingo, 16 de outubro de 2022

APÊNDICE IX - Lagoas Aterradas

Os primeiros colonizadores a chegar na futura cidade encontraram uma aparência geográfica inteiramente distinta do que conhecemos hoje. O território a desbravar era de difícil deslocamento, cheio de lagoas cercadas por morros com densa vegetação, manguezais alagadiços e diversas praias. A seguir apresentamos uma imagem do que seria este território central da cidade com indicações:

 Imagem1. Simulação do litoral da cidade de Botafogo até São Cristóvão.

1) Lagoa de Santo Antônio;

2) Lagoa do Boqueirão;
 
3) Lagoa do Polé;

4) Lagoa do Desterro;
 
5) Manguezal de São Diogo;

6) Saco de São Cristóvão;
 
7) Saco do Alferes;

8) Saco da Gamboa;

9) Morro do Castelo;

10) Morro de São Bento;

11) Morro de Santo Antônio;

12) Morro do Senado;

13) Morro da Saúde;

14) Morro da Gamboa;

15) Morro da Conceição;

16) Morro do Livramento;
 
17) Morro da Providência;

18) Morro do Pinto (antigo Morro do Nheco);

19) Morro de São Diogo;

20) Outeiro da Glória;

21) Ponta do Calabouço; e 
 
22) Lagoa do Sentinela.
 
Lagoa de Santo Antônio - Situava-se onde hoje fica o Largo da Carioca (indicação nº 1 da Imagem 1). Por volta de 1723 seu aterramento teve início a fim de extinguir as pragas que proliferavam no manguezal que rodeava suas águas insalubres aos pés do morro de mesmo nome. Na época, o local ainda era ermo do centro urbano da cidade que se desenvolvia ao redor do Morro do Castelo, mas não possuia um sistema de água potável eficiente. Os frades franciscanos que se instalaram na subida do Morro de Santo Antonio, no começo do século XVII, ansiavam por transformar a lagoa de águas paradas num local mais saudável pois ali também afluía as águas canalizadas do Rio Carioca, oriundas de Santa Teresa, que atravessavam o Aqueduto da Lapa até alcançar uma pequena fonte ao lado do convento. O aterramento do manguezal levou 5 anos para ser concluído, todavia quando terminou já havia um novo chafariz com maior capacitada de captação. A circulação de pessoas aumentou em busca do chafariz de águas límpidas do Rio Carioca e, como consequência natural, a região se desenvolveu velozmente, tendo seu nome alterado para Largo da Carioca. Outros dois chafarizes substituíram os antigos: um de 1750 (até 1834) e o último de 1848 (até 1926).

Imagem 2. Simulação de 1650. A Lagoa e o Convento de Santo Antônio.

 
Imagem 3. Litografia de 1845. Parte do antigo chafariz (à esquerda) e o Convento de Santo Antônio.

Lagoa do Boqueirão d'Ajuda - Esta lagoa ficava no local onde atualmente existe o Passei Público, na Lapa (indicação nº 2 na Imagem 1). Era a única lagoa da cidade, no período colonial, que se ligava ao mar. Segundo relatos de cronistas da época, tratava-se de um pântano pestilento, mal cheiroso e repugnante devido ao constante lançamento de dejetos humanos. Com esta insalubridade prevalecendo a região era pouco habitada e não se desenvolvia. Em meados do século XVIII uma forte epidemia de gripe e febre atingiu grande parte da população da cidade e sua origem foi, em parte, atribuída a presença deste lodaçal imundo e propenso a propagação de diversos tipos de peste. Em 1799 a lagoa foi aterrada com as terras oriundas do desmonte do pequeno Morro das Mangueiras localizado na Rua Visconde de Maranguape, bem próxima. As obras de construção do lindo Passeio Público levaram 4 anos e foi concebida pelo ilustre Mestre Valentim da Fonseca e Silva (1745-1813).

Imagem 4. Tela datada de 1790. O Convento de Santa Teresa (canto superior esquerdo), o Aqueduto da Lapa, a Igreja N. Sra. do Carmo da Lapa do Desterro (extrema esquerda) e a Lagoa do Boqueirão cujo aspecto aqui em nada representou a realidade.

Imagem 5. Simulação da antiga orla diante da Lagoa do Boqueirão.

Lagoa do Desterro - Localizada entre o Morro de Santo Antônio e o Morro do Desterro (atual Morro de Santa Teresa), mais precisamente próxima a Rua dos Arcos onde situa-se hoje o Circo Voador e a casa de espetáculos Fundição Progresso (indicação nº 4 da Imagem 1). Foi aterrada em meados do século XVIII para a construção de moradias naquele lado da cidade (Rua Riachuelo, Rua Mem de Sá e Rua dos Arcos). Esta lagoa, devido a sua proximidade, interligava-se com a Lagoa do Boqueirão citada anteriormente.

Imagem 6. Cerca de 1758. A Lagoa do Desterro atrás dos Arcos.

Lagoa da Sentinela (ou de Capueiruçu) - Ficava na confluência das Ruas Mem de Sá (antiga Rua dos Arcos) e Frei Caneca (antiga Rua do Conde), numa das vertentes do Morro do Senado (antigo Morro Pedro Dias). A lagoa foi aterrada entre 1779 e 1800. Vide indicação nº 22 da Imagem 1.

Imagem 7. Encontramos apenas este mapa feito à bico de pena ao redor de 1770. Circundamos a região da lagoa para facilitar a leitura. Observar que a cidade era densamente ocupada entre os Morros do Castelo e de São Bento (abaixo da palavra "cidade"). O restante era "roça". 

Lagoa do Polé (ou da Pavuna) - Existiu na região da atual Praça da República (Campo de Santana). Outrora foi um terreno alagadiço utilizado como depósito de lixo e esgoto numa região distante do centro urbano da cidade. Durante a gestão (1790-1801) do Vice-rei Dom José Luís de Castro, o Conde de Resende, a lagoa foi aterrada, transformando-se num campo de grande dimensão que alterou de nome diversas vezes. Finalmente em 1889, com a Proclamação da República, tornou-se oficialmente uma praça com a atual nomenclatura. Infelizmente não encontramos imagens do primitivo local. Vide indicação nº 3 da Imagem 1.

Manguezal de São Diogo - A área da atual Cidade Nova, compreendida entre a Praça XI e o Trevo das Forças Armadas, pela Av. Presidente Vargas, até hoje é conhecida como Mangue porque o local era pantanoso e alagadiço. Isto ocorria devido a um braço do mar vindo do Saco de São Cristóvão que adentrava pela região da atual Av. Francisco Bicalho, passando ao lado do Morro de São Diogo, ponto geográfico que anos mais tarde foi utilizado para extração de granito e reduzido apenas a uma pedreira, ainda hoje existente ao lado da Estação do Metrô Cidade Nova, do outro lado da linha férrea da Central do Brasil. Após a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, esta região era caminho para se atingir o Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, residência oficial de seus membros. Decidiu-se, portanto, construir um canal ladeado por duas estradas no meio daquele enorme brejo, foco de mosquitos e odor desagradável a fim de facilitar o deslocamento da Praça XV, onde ficava o Paço Real, até o palácio. Assim, inicialmente, foi construída uma pequena passagem aterrada (futura Rua Senador Euzébio, já extinta) com uma pequena ponte para que as carruagens da Corte pudessem passar. Desta forma, o local passou a ser conhecido como "Aterrado". Um precário sistema de iluminação a óleo de baleia instalado naquele caminho ermo também ensejou outro nome: "Caminho das Lanternas". Em 1857 começou, finalmente, a abertura do Canal do Mangue com o propósito de receber as águas das chuvas e dos riachos que desaguavam por lá. Após 3 anos de obras a região foi drenada, saneada, aterrada e dispunha de um estreito canal que ia da antiga Ponte dos Marinheiros (ou do Aterrado) até a Praça XI com duas ruas laterais, a Av. do Mangue. Melhoramentos e urbanização, com a plantação das palmeiras imperiais, somente foram concluídos em 1876. Na gestão (1902-1906) do Prefeito Pereira Passos o canal foi estendido até o mar pela atual Av. Francisco Bicalho, mesma ocasião em que foi construído o novo porto da cidade e a Av. do Cais (depois Av. Rodrigues Alves), na atual zona portuária, totalmente aterrada até a Praça Mauá. Vide indicação nº 5 da Imagem 1.

Imagem 8. Simulação da região ao redor do Manguezal de São Diogo.

Imagem 9. 1860. Planta da região do Manguezal de São Diogo após a abertura do Canal do Mangue.
 
Imagem 10. A título de curiosidade apresentamos esta foto sem data mostrando a entrada do Saco de São Cristóvão com a Ilha dos Melões ao fundo. É o local onde hoje se encontra a Rodoviária Novo Rio. Vide seu posicionamento no mapa anterior.
 
Imagem 11. Fotografia muito antiga, embora sem data, mostra a entrada do Saco de São Cristóvão com destaque para as duas ilhas que ali se posicionavam: Ilha dos Melões e Ilha dos Cães (ou Ilha das Moças). Confrontar com imagens 1 e 9.
 
Lagoa Rodrigo de Freitas - Diversos aterros foram realizados em suas bordas no começo dos anos 20 e posteriormente nos anos 60 para criação e duplicação das pistas de rolamento das Avenidas Epitácio Pessoa e Borges de Medeiros, assim como ao redor das Ilhas dos Caiçaras e Piraquê. O seu espelho d'água foi tombado pelo patrimônio do município em 1990, todavia houve uma perda entorno de 40% do seu tamanho original.

Imagem 12. 1922. Aterramento em parte da Lagoa Rodrigo de Freitas para construção da Av. Epitácio Pessoa com o entulho proveniente do desmonte do Morro do Castelo.

sábado, 10 de setembro de 2022

SANTA TERESA

Largo do Guimarães
 
 
1. Bondes de Santa Teresa, ainda com tração animal, em foto de 1872, passam pelo futuro Largo do Guimarães. O bairro surgiu no século XVIII em torno do Convento de Santa Teresa, criado em 1750. A região foi ocupada por pessoas abastadas em busca do clima ameno local como também fugindo da epidemia de febre amarela e outras pragas que assolavam o centro da cidade. Muitos emigrantes europeus construiram casarões em estilo francês, muitos dos quais ainda estão de pé ainda hoje. Próximo ao centro da cidade, o bairro possui diversos acessos: pela Lapa (Rua Francisco Muratori), pelo Rua do Riachuelo (Rua Monte Alegre e Ladeira do Castro), pela Glória (Ruas Cândido Mendes e Santa Cristina), por Laranjeiras (Rua Alice), pelo Cosme Velho (Ladeira dos Guararapes), pelo Rio Comprido (Rua Barão de Petrópolis) e pelo Catumbi (Rua Paula Matos).
 
2. Os bondes começaram a rodar pelo bairro por volta de 1872, inicialmente subindo a Rua Joaquim Murtinho e Rua Almirante Alexandrino (antiga Rua do Aqueduto). Em 1898 eles passaram a ser movidos por energia elétrica e seu trajeto incluía passar sobre o alto dos Arcos da Lapa (antigo Aqueduto da Lapa) e até hoje fazem parte do cotidiano do charmoso bairro. A partir de 1967 os bondes de Santa Teresa se tornaram o único meio de transporte deste tipo a trafegar no Rio de Janeiro.

3. Observar atentamente esta foto de 1985. Há um portão lá no fundo, no começo de uma ladeira (Ladeira do Meireles), que também é visto na foto anterior. Ali como aqui as pistas são em níveis diferentes. Este trecho é logo após o Largo do Guimarães, à direita, fora da foto. 

3a. O mesmo local em 1986.
 
4. Imagem recente extraída do Street View.  Rua Almirante Alexandrino com os trilhos do bonde e Ladeira do Meireles no acesso à esquerda. Observar mais uma vez o portão na esquina, citado antes.

4a. Cerca de 1950. O largo é visto no canto inferior direito e o portão no centro da imagem, acima das árvores, também está presente nas duas fotos anteriores.
 
4b. 1909.
 
5. 1961. Provável proximidade do trecho anterior em sentido oposto.
 
6. Foto recente do começo da subida da Ladeira do Meireles

6a. Estamos agora no final da Ladeira do Meireles em fotografia sem registro de data. Segundo foi possível apurar muito pouco mudou até nos dias atuais e consta, inclusive, que foi tombada.

6b, Imagem extraída de cartão postal circulado em 1905. Vemos a antiga Pensão Vigouroux localizada na Ladeira do Meireles.
 
7. Anos 40.

7a. Um trecho não identificado da Rua Almirante Alexandrino. Há um data no canto inferior direito que pode indicar 1906.
 
7b. Anos 10.
 
8. Anos 60. Esquina da Rua Almirante Alexandrino com Rua Santa Cristina (fora da foto, à esquerda do poste claro), no início do Largo do Guimarães. Nesta década muitos artistas, músicos, escritores e intelectuais se mudaram para o bairro num começo inconsciente de revitalização cultural que transformaria Santa Teresa para sempre.

8a. Antigo ônibus da CTC no mesmo local da foto acima por volta de 1970.

9. Bonde de duas composições, em foto de 1965, parado quase em frente ao tradicional Bar do Arnaudo, no largo, sito à Rua Almirante Alexandrino, nº 316-B.
 
10. Foto extraída de cartão postal circulado em 1901. Não foi possível identificar o trecho corretamente.
 
11. 1935. O Largo do Guimarães fica na confluência das Ruas Almirante Alexandrino com Paschoal Carlos Magno. Ao longo dos anos o largo tornou-se o local mais famoso do bairro devido a concentração de inúmeros bares, cafés, restaurantes, brechós, museus, lojas de artesanatos e hotéis. Dalí também há acessos a algumas ruas que levam às partes mais altas do morro. A estação de bondes do largo é parada obrigatória para quem, hoje, deseja fazer turismo na região.
 
12. O largo visto pelo lado oposto de um ponto elevado da Ladeira do Castro em foto de 1931. O Armazém São Joaquim, cujo  prédio foi construído em 1854, também visto acima, está nesta imagem no lado esquerdo, pelos fundos. A edificação foi recentemente restaurada e funciona como pousada na parte de cima e restaurante no térreo.
 
13. Foto aproximada da mesma série anterior no mesmo local e ano. O prédio em destaque abrigou a antiga Casa Mauá, o mais famoso armazém do bairro e o portão ao fundo ainda hoje existe. Vide foto 4b.

14. Cerca de 1970 mostra a estação de bondes do largo no mesmo local da foto anterior. O prédio foi remodelado para abrigar a Região Administrativa do bairro, contudo hoje funciona o Cine Santa Teresa em sua arquitetura original.

15. Anos 70. Bondes, ônibus e táxi no Largo do Guimarães. Em profundidade fica a Rua Paschoal Carlos Magno e à direita a entrada da Ladeira do Castro. Esta última é uma estreita ruela em descida até a Rua Riachuelo, quase paralela à Rua Monte Alegre.

 
15a. Anos 60.
 
15b. Anos 70. Bonde São Januário fantasiado para o Carnaval.

25c. 1973. Atrás do ônibus está a Padaria das Famílias, vista na foto anterior.
 
15d. Provável anos 80. Estação de Bondes do Largo com placa indicativa de trânsito para outros locais do bairro.
 
16. 1963. Garagem e oficina de bondes do largo, localizada na Rua Carlos Brant, nº 14. Atualmente, além das citadas instalações, há no local o Museu do Bonde.

16a. /trecho naõ identificado.
 
Largo das Neves
 
17. O Largo das Neves e a Igreja de N. Sra. das Neves em foto de 1940. O templo religioso, em estilo neogótico, foi inaugurado em 1858 pelo Sr. Francisco Ferreira das Neves, proprietário da antiga chácara existente no local que deu nome ao logradouro em 1852.

18. Operários trabalham nos trilhos de bonde do largo em foto contemporânea a anterior. Por volta de 1814 existia no local da igreja um pequeno oratório em devoção a Santa Maria Maior, também conhecida como N. Sra. das Neves. O logradouro é circular e rodeado por velhos casarões e sobrados do século XIX.

18a. Cerca de 1923.

 
19. Imagem recente extraída do Street View. Tal qual o Largo do Guimarães aqui também há um ponto de parada de bondes (Paula Matos). Observar o sobrado na lateral esquerda e comparar com a foto 18. O da direita é visto também na foto 17.
 
19a. Esta rara foto, sem data, mostra o Elevador Paula Matos. Construído em 1883 no final da Rua Henrique Valadares, onde hoje existe o Túnel Frei Caneca. Ele era utilizado para levar pessoas até o ponto de bonde que circulava em Santa Teresa, antes do uso do trajeto sobre os Arcos da Lapa, vistos no fundo, à direita. Uma curiosidade muito pouco conhecida.
 
Largo do Curvelo

20. Foto de 1918 mostra o Largo do Curvelo e sua Estação de Bondes. O nome do local é uma homenagem ao Barão de Curvelo, ilustre morador dos arredores. O largo se localiza no encontro das Ruas Almirante Alexandrino, Dias de Barros e Joaquim Murtinho.
 
21. Nesta foto dos anos 40/50 vemos a Estação de Bondes mais aproximada. Não parece ter havido modificações significativas.

22. Imagem recente extraída do Street View. À direita fica a Rua Dias de Barros (antiga Rua do Curvelo), onde o carro desce é a Rua Almirante Alexandrino e no fundo à esquerda é o começo (ou fim) da Rua Joaquim Murtinho. A antiga construção visível é o atual Restaurante Santo Castelo.
 
23. Consta ser a encosta do Curvelo.
 
Outros locais

24. Local não identificado em foto dos anos 60. Um problema sempre presente nas ruas do bairro: quando dois veículos grandes se cruzam é preciso ter habilidade ao volante.

25. Foto sem data conhecida e local não identificado. Em 2011 um trágico acidente com um dos bondes de Santa Teresa, em péssimas condições de manutenção e com excesso de passageiros, deixou 5 mortos e 54 feridos. O tráfego dos bondes foi suspenso por tempo indeterminado e as autoridades da cidade resolveram remodelar todo o sistema. O bondes foram trocados por modelos mais seguros e grande parte da linha de trilhos foi substituída. Em 2015 os bondes voltaram a circular em caráter experimental e algum tempo depois foi normalizado. Durante a paralisação os moradores, o comércio, o turismo e os trabalhadores do bairro viveram dias de muitas dificuldades.
 
26. A Escadaria do Selarón antes da fama. Rua Manoel Carneiro localizada entre os bairros da Lapa e Santa Teresa com acesso pelas Ruas Joaquim Silva ou Teotônio Regadas (ao lado da Sala Cecília Meireles). Vide mapa da foto 51.

27. Em 1990 o artista plástico chileno Jorge Selarón (1947-2013), morador do local, decorou a grande escadaria com diversos azulejos coloridos em homenagem a cidade que aprendeu a amar. São mais de 2 mil azulejos dispostos em 215 degraus A obra tornou-se ponto turístico bastante procurado e foi tombada pelo patrimônio histórico da cidade em 2005.

 
28. Consta ser de 1947 em local não reconhecido.
 
29. Provável anos 50 em foto sem data.
 
30. 1974. Ao longo dos anos, com o crescimento do bairro, muitas comunidades também nasceram nas encostas do morro trazendo consigo os problemas inerentes a este tipo de convivência. Assim é que atualmente existem as seguintes comunidades: Morro dos Prazeres (acima do Túnel Rebouças no Cosme Velho), Morros do Fogueteiro/Falet (voltados para o Catumbi), Morro da Coroa (acima da boca do Túnel Santa Bárbara pelo Catumbi), Santo Amaro (na Glória) e Morro do Cerro Corá (caminho do Silvestre/Paineiras), além de outras favelas em fase de crescimento: Ocidental (na rua de mesmo nome), Julio Otoni (na praça de mesmo nome, paralela à Rua Alice), Guararapes (ao longo da ladeira de mesmo nome, no Cosme Velho), Vila Cândido, Santa Cristina (na rua de mesmo nome), 54, Travessa Cassiano (próximo ao Largo do Curvelo), Biquinha, Rodo, Monte Alegre (ao longo da rua de mesmo nome), Pau da Bandeira, Vila Elza (ou Barreira, junto ao Morro dos Prazeres) e Coroado (próximo à Rua Professor Olinto de Oliveira).

31. Imagem extraída de cartão postal sem data do trecho conhecido como Vista Alegre
 
31a. Outra foto do mesmo local acima. Consta que a via com um bonde lá embaixo é a Rua Almirante Alexandrino.
 
32. Foto recente do Castelo Valentim, localizado na Rua Almirante Alexandrino, nº 1.405. Construído em 1879 em estilo neo-romântico. Tombado pelo patrimônio municipal nos anos 90. Nas imagens anteriores é possível vê-lo no alto à esquerda.
 
32a. Foto recente da entrada do Castelo Valentim obtida da Rua Almirante Alexandrino.

32b. Anos 70. Rua Leopoldo Fróes e o Castelo Valentin.
 
32b. Cerca de 1910.
 
33. Grande Hotel Vista Alegre localizado à Rua Almirante Alexandrino (antiga Rua do Aqueduto), nº 324. Na foto 31 é possível vê-lo na parte central alta da imagem. 
 
33a. Cerca de 1885. Os hóspedes do hotel desfrutavam de uma excelente vista da cidade devido ao seu posicionamento no alto do morro.
 
34. 1968. O mesmo local das fotos 31, 32 e 32b.

35. Anos 20. Outra imagem de cartão postal sem identificação do trecho do bairro.
 
36. Pelos detalhes certamente trata-se do mesmo trecho da foto acima.

37. 1885. A via em profundidade é a Rua Hermenegildo de Barros e no alto da imagem está a Enseada da Glória com o antigo mercado aos pés do Outeiro da Glória (fora da foto). No canto inferior esquerdo vemos um pequeno trecho da Ladeira de Santa Teresa. Vide mapa da foto 53.
 
 
37a.  Rua Hermenegildo de Barros ao redor de 1920.

37b. A mesma rua na provável década de 70 em trecho não reconhecido.

 
38. Vista aérea do Grande Hotel Internacional em foto de cartão postal dos anos 10.
 
38a. 1900. Uma foto panorâmica do entorno do hotel.

39. Outro aspecto mais aproximado do Hotel Internacional com o Morro do Pão de Açúcar ao fundo.

40. Linda pintura de cartão postal circulado em 1906 com o Morro do Corcovado visto no alto.

41. Hotel Moderno, localizado na Rua Cândido Mendes, nº 283, uma das ruas de acesso a Santa Teresa pelo bairro da Glória.

42. Outro ângulo do Hotel Moderno, inaugurado em 1914, sem data conhecida.
 
42a. 1916. A mulher em destaque é a dançaria e coreógrafa Isabela Duncan (1877-1927) posando para uma foto, segundo consta, no terraço do Hotel Moderno.

43. Hotel Bellevue, situado na Rua Marinho (atual Rua Murtinho Nobre), nº 1. Anteriormente a hospedaria chamava-se Hotel Lisboa e, posteiormente Hotel Belo Horizonte.

43a. Cerca de 1890. Hotel Lisboa.

44. Imagem extraída de cartão postal circulado em 1904. Consta apenas ser um trecho descrito como caminho do Silvestre.
 

45. 1906. Um trecho da Rua Almirante Alexandrino, próximo ao atual Mirante do Rato Molhado.
 
45a. Foto de 1885 mostra o Aqueduto do Rio Carioca, na Estrada das Paineiras.
 
45b. 1886. Também conhecido como Caminho do Aqueduto.
 
45c. Outro trecho do aqueduto em 1895.

45d. Cerca de 1900.Mesmo ângulo da foto 45b.
 
45e. Registro do fotógrafo Marc Ferrez (1843-1923) de 1915.

45f. Foto ao redor de 1905 apresenta a Ponte do Inferno na Estrada das Paineiras. A canaleta notada à esquerda é por onde corria a nascente do Rio Carioca entrando no aqueduto visto nas fotos anteriores.

46. 1905. Rua Francisco Muratori, um dos acessos a Santa Teresa pela Lapa através da Rua Riachuelo, próximo ao final da Rua Gomes Freire.
 
46a. 1957. Um bonde sobe a Rua Francisco Muratori em direção a Rua Paula Matos, após o Lago das Neves.

46b. Ao redor de 1910. Outro aspecto do Rua Francisco Muratori em descida após a Rua Joaquim Murtinho (antiga Rua Ferro Carril). 

46c. A precariedade da Rua Monte Alegre em 1939. Esta rua começa na Rua do Riachuelo, nº 209, em frente ao Supermercado Mundial, paralela a Rua N. Sra. de Fátima.
 
46d. Fotografia da ainda rudimentar Rua Joaquim Murtinho datada ao redor de 1904. Observar no fundo à direita o Morro do Corcovado. Ver localização no mapa da foto 52.
  
47. 1935. Convento e Igreja de Santa Teresa. Teve sua origem numa pequena ermida construída em 1620 no Morro do Desterro (antigo nome do Morro de Santa Teresa). As obras de construção do templo atual começaram em 1750 e se arrastaram por muitos anos. Foi o primeiro convento feminino do Brasil.

48. A Igreja e o Convento de Santa Teresa vistos à distância. Notar no canto inferior esquerdo a parte final dos Arcos da Lapa junto ao Morro de Santa Teresa. Neste blog, na postagem referente aos Arcos da Lapa, há diversas fotos deste trecho.

49. O Aqueduto da Lapa e o Convento de Santa Teresa em tela de Richard Bate datada ao redor de 1820.

50. Foto de 1918 obtida do alto do Palacete de Antônio Ferreira Ferraz, sito à Rua Visconde de Paranaguá, nº 16, no trecho onde existe uma grande escadaria com acesso pela Rua Taylor, na parte do morro voltada para a Rua da Lapa. Notar no alto à direita o Palácio Monroe e o Morro do Castelo. O casarão ainda existe, embora esteja em estado lamentável de conservação. Vide mapa da foto 53.
 
50a. Sem data. Consta ter sido construído em 1884 pelo Visconde de Paranaguá, sendo a primeira residência da cidade a possuir elevador.

51. Aspecto recente do citado palacete. A varanda lá no alto é a aproximação vista na foto pós anteior. Também conhecido como Palacete dos Amores.
 
51a. Anos 30. Esquina da Rua Taylor com Rua Visconde de Paranaguá. Vide localização no mapa da foto 53.
 
52. Apresentamos este mapa ilustrativo dos pontos principais do bairro:
1) Largo das Neves (fotos 17-18-19);
2) Igreja N. Sra. das Neves (idem);
3) Centro Municipal de Saúde - CMS Ernani Agrícola (Rua Constante Jardim, nº 8);
4) Paróquia de São Paulo Apóstolo (Rua Paschoal Carlos Magno, nº 95);
5) Cine Santa Teresa (ver comentário da foto 14); e
6) Largo do Guimarães (fotos 13-14-15-15a). 
 
53. Complemento mais à direita do mapa anterior, clique na imagem para ampliar ainda mais:
1) Largo do Curvelo (fotos 20-21-22) ;
2) Parque das Ruínas (Rua Murtinho Nobre, nº 169);
3) Museu Chácara do Céu (Rua Murtinho Nobre, nº 93);
4) Convento e Igreja de Santa Teresa (foto 47);
5) Escadaria Selarón (fotos 26-27);
6) Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, nº 47); e
7) Igreja N. Sra. do Carmo da Lapa do Desterro (Rua da Lapa, nº 11).
 
54. Cerca de 1965. Este é o Mirante Dona Marta, considerado um dos pontos turísticos mais visitados da cidade do Rio de Janeiro. Encravado na Floresta da Tijuca, são 362 metros de altitude com um visual deslumbrante.

54a. Provável anos 60. Mesmo ângulo da foto acima.

55. Anos 60. É possível alcançá-lo pela Ladeira dos Guararapes/Estrada das Paineiras/Estrada do Corcovado, a parir do Cosme Velho ou pela Rua Almirante Alexandrino por Santa Teresa/Silvestre. Também através da Favela Dona Marta, à pé ou de elevador, em Botafogo.
 
56. Provável anos 70.

57. Idem.
 
58. 1963. Foto clássica de propaganda do carro esportivo Karmann Ghia.
 
59. Anos 80. Visitantes ilustres (aqui o Rei Juan Carlos da Espanha) foram levados ao local para desfrutar de uma vista maravilhosa da Zona Sul da Cidade e do próprio Cristo Redentor no alto do Morro do Corcovado.